Localizado à margem esquerda do Rio São Francisco, cerca de 30 Km acima da foz, na altura da Vila (atual cidade) do Penedo, no Estado de Alagoas.
Erguido no contexto da Guerra Holandesa (1630-
54), por determinação do Conde Johan Maurits van Nassau-Siegen (1604-79),
quando batia as forças do Conde de Bagnuolo em retirada para a Bahia após a
queda da povoação de Porto do Calvo, e se apodera da Vila do Penedo (mar/1637).
Marco do limite sul do Brasil holandês, destinava-se a interromper as
comunicações e suprimentos de gado inimigos, por terra, para a Bahia (Souza,
1885). Barreto (1958) informa que, sob o comando do holandês
Henderson foi ampliado e melhorado.
Figura nas ilustrações de Franz Post (1612-80) como "Castrum Maurity ad ripam Fluminis S. Francisci" (1637). Nassau, no "Breve Discurso" de 14/jan/1638, sob o tópico "Fortificações", descreve-o como:
"Tem cinco pontas, e está assentado sobre uma rocha escarpada que se eleva a 80 pés de altura sobre o rio. De um lado é tão escarpado que se faz inacessível, e do outro lado, onde de algum modo o inimigo poderia chegar, é defendido por três baluartes. Na sua vizinhança a terra é baixa, excetuando um monte, a qual durante todo o verão se cobre de água, que se eleva à altura de um homem. O forte tem altas muralhas e fossos fundos, mas secos (...)."
Ainda de acordo com a mesma fonte, complementavam a defesa deste forte, à época, um fortim que lhe era fronteiro, do outro lado do rio, "(...) onde se fez uma bateria sobre uma árvore com três peças de calibre seis. (...)", e no mesmo lado rio, em um pântano junto à foz, mais "um reduto denominado 'Keert de Koe', que serve para dominar aí o rio, conservar o rio, proteger os nossos navios e termos um pé em terra nesse lugar." Nassau dá essas fortificações como sofrivelmente providas de artilharia, munição e víveres, guarnecidas por um efetivo de cerca de 300 homens.
O "Relatório sobre o estado das Capitanias conquistadas no Brasil", de autoria de Adriaen van der Dussen, datado de 04/abr/1640, complementa, atribuindo-lhe um efetivo de seis companhias com 541 homens:
"(...) o forte Maurício, à margem do Rio São Francisco, no morro chamado Penedo, situado 5 ou 6 milhas da foz, rio acima; o morro é alto e íngreme e só há um ponto de aproximação pelo qual se pode chegar ao forte. (...) Está situado na margem Norte do rio e tem cinco baluartes, dos quais três estão voltados para o lado pelo qual é possível atingir o forte, que domina o rio e a planície em torno, que no verão o rio cobre. No forte estão 7 peças de bronze, 2 de 12 libras, 3 de 6 lb e 2 de 3 lb."
Sitiado por forças portuguesas sob o comando do Capitão Valentim da Rocha Pita e do Capitão Nicolau Aranha, capitula em 19/set/1645 (Souza, 1885), sendo sua artilharia remetida para o Arraial Novo do Bom Jesus. Foi reocupado por tropas holandesas entre nov/1646 e abr/1647, quando da tentativa mal-sucedida de reconquista da Bahia naquele ano.
O forte não sobreviveu à campanha. A pedido dos moradores foi arrasado até aos alicerces (Souza, 1885), podendo hoje suas ruínas ser observadas na Rua da Rocheira. Barreto denomina esse local, à época (1958), como Largo do Forte, próximo ao Convento de Sâo Francisco.
Saiba mais sobre esta fortificação www.fortalezas.com.br.