ARAGUARI

 A sua História Política foi diferente: A partir de 1736, nasceu o arraial do Tabuleiro, à margem esquerda do Rio Araguari. Este arraial foi arrasado por Quilombos; mas um grupo de mineiros o reconstruíram três léguas abaixo com o nome de Arraial do Rio das Abelhas ou Desemboque. Mais tarde surgiu o "Julgado do Desemboque", de imensa extensão, abrangendo todo o Triângulo e a região sul do Estado de Goiás. Este julgado pertencia à Capitania de Goiás, de onde sofria pesada opressão. Foi quando o capitão Antônio da Costa Pereira, sesmeiro do Julgado do Desemboque e do Julgado de São Domingos do Araxá, "valente, destemido e perigoso cavaleiro", iniciou e levou a cabo o movimento de separação. Ele era Juiz de sesmarias dos dois julgados, mas havia sido posto pelo então governador da Capitania de Goiás, Dom Fernandes Delgado de Castilho; foi quando resolveu aclarar a situação e fazer os seus direitos: dirigiu-se a Corte Real, no Rio de Janeiro, levando consigo um abaixo assinado onde os colonos pediam a separação do Triângulo, sob a alegação de que as autoridades que moravam e Vila Boa de Goiás estavam a 153 léguas de distância, ao passo que a Capitania das Gerais e a Ouvidoria de Paracatu encontravam-se bem mais próximas.

   A missão de Antônio Costa Pereira foi vitoriosa: através do Alvará de 4 de abril de 1816, EL Rei D. João VI criou a nova Comarca de Paracatu. E o Julgado do Desemboque passou a pertencer à Capitania das Gerais, e à Comarca de Paracatu.