Localizada à margem esquerda do Rio Solimões, na atual cidade (e município) de Tabatinga, no Estado do Amazonas.
Em posição dominante sobre o rio, esta fortificação marcava o limite ocidental dos domínios da Coroa portuguesa na região amazônica.
Remonta a um simples Registro, erguido a partir de 1766 por determinação do governador e Capitão-general da Capitania Geral do Pará, Fernando da Costa de Ataíde Teive, destinado à inspeção das canoas que se dirigiam à povoação espanhola do Loreto. Núcleo do povoado de São Francisco Xavier de Tabatinga, para guarnição desse Registro para aí foi deslocado um destacamento militar do Rio Javari, constituindo-se um posto de guarda de fronteira. Com o incremento do movimento comercial com o Perú, esse posto fronteiriço adquire importância, e a partir de 1776, por determinação do governador Joaquim de Mello Póvoas, uma fortificação é iniciada, com as obras a cargo do Sargento-mór Domingos Franco.
Esta fortificação foi assim descrita pelo estudioso e viajante alemão von Spix (Viagem pelo Brasil 1817-1820):
"Passei pela antiga Vila de São José hoje transformada em selvas, no caminho para Tabatinga, onde cheguei a 9 de janeiro de 1820. O lugar é o quartel de fronteira dos portugueses, no [rio] Solimões, contra o Peru, ponto ocidental extremo naquele rio, e distante do Pará quase quinhentas milhas francesas. Acha-se aqui um comandante de milícias, com 12 soldados. (...) Ainda se vêem ruínas de um belo edifício, construído pela Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, fundada no tempo de Pombal, para a sua filial. O forte, com canhões enferrujados, está em muito mau estado."
A informação mais completa sobre a estrutura é a de Baena (Ensaio Corográfico do Pará, 1835), citada por Souza (1885):
"O forte foi construído na parte mais proeminente da planície, em rosto do antigo quartel do comandante, mediando entre um e outro uma larga área. À esquerda do quartel está o rio, e à direita jazem a igreja e os quartéis dos soldados, um arruinado e outro principiado. O forte é um hexágono irregular, de madeira grossa, de 7 palmos de projeção vertical, e destituído de reparo interno, de paliçada e de esplanada; servem de fosso, de uma parte o rio, e da outra a cortadura que faz o mesmo rio, que mete por ela uma exígua corrente, quando enche; entre a borda desta cortadura e o forte existe um mato densíssimo. Nove peças de artilharia é toda a força desta espécie, que ali se acha, das quais 3 de bronze de calibre 1 1/2 cavalgada em cepos, junto à porta do quartel do comandante, o qual ainda em 1827 não tinha uma bandeira para alçar no seu chamado forte."
A estrutura não sobreviveu ao tempo: dois dos canhões que a artilhavam encontram-se no Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro, e o restante jazia no fundo do Rio Solimões, sepultado pela erosão das suas margens (Barreto, 1958).
Mais tarde, o Governo Imperial fará levantar algumas fortificações para defesa desse limite lindeiro (vide Fortificações de Tabatinga).
Próximo ao local onde se erguia o antigo forte colonial, estaciona atualmente um Batalhão de Fronteira do Exército brasileiro.
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