Forte de Santo Antônio Além do Carmo

Localizado no bairro de Santo Antônio, defendendo a entrada norte da antiga Capital, no Estado da Bahia.

Remonta a uma defesa de campanha que deu combate às forças holandesas quanto da invasão de 1624-25. Esta primitiva estrutura, quando da pilhagem e incêndio de navios por corsários holandeses no porto de Salvador (1627), foi reparada às pressas. O Governador Geral, Diogo Luís de Oliveira (1626-35), determinou ao Engenheiro-mór e dirigente das obras de fortificação do Brasil, Francisco de Frias da Mesquita (1603-34), "construir trincheiras no local", que resistiram ao assalto holandês de 1638, sob o comando de Nassau.

Foi reformada em 1659, durante o Governo Geral de Francisco Barreto de Menezes (1657-63) (Barreto, 1958).

A atual estrutura foi iniciada em nov/1695, no Governo Geral de João de Lencastre (1694-1702), e concluída em 1703, no de D. Rodrigo da Costa (1702-05). Em posição dominante sobre uma colina, por um lado defendia a praia e pelos outros a três a cidade pelo interior, cruzando fogos com o Forte do Barbalho, com o qual cooperava. De acordo com as Cartas Topográficas das fortalezas da Bahia, de José Antônio Caldas (c. 1764), sua planta apresentava o formato de um polígono quadrangular com baluartes pentagonais nos vértices, em estilo Vauban. Ao redor do terrapleno, a coberto das muralhas, dispõem-se edificações de um pavimento abrigando as dependências de serviço do forte (Casa de Comando, Quartel da Tropa, Casa da Palamenta, e outras). De acordo com Barreto (1958), foi guarnecido por um Capitão e três soldados, e artilhado com dezenove peças, uma de bronze de 16 libras, e dezoito de ferro (treze de calibre 24, duas de 12 e três de 10).

Em 1813 ocorreu um grande desmoronamento na colina, junto ao baluarte norte, e em 1830 o imóvel foi cedido à municipalidade de Salvador, para servir como Casa de Correção. Serviu como prisão aos afro-brasileiros capturados quando da Revolta dos Malês (1835). Souza (1885) informa que se encontrava em mau estado e inutilizada para a defesa, absorvido pelo progresso urbano que o cercou.

O monumento foi desfigurado na década de 1920 pela construção de um frontispício neogótico que cobriu a antiga portada e avançou sobre o plano da cortina primitiva, além da construçào de pavimentos em concreto e a destruição do terrapleno. Barreto informa que, à época (1958), abrigava a Casa de Detenção de Salvador. Atualmente, não se encontra aberto ao público.