1501 - 1a. expedição enviada ao Brasil, após a viagem de Cabral, sob o comando do Gaspar Lemos; em 1o. de janeiro de 1502 chegaram ao que lhes parecia a foz de um grande rio, denominando Rio de Janeiro, ao que é, na realidade, a entrada da barra da baía de Guanabara.

1503 - 2a. expedição sob o comando de Gonçalo Coelho, com a intenção de verificar com mais exatidão os recursos naturais da nova terra. Ergueram em Cabo Frio uma feitoria destinada a embarcar o pau-brasil, árvore abundante na região.

1511 - Parte de Cabo Frio para Portugal a nau BRETOA carregada de pau-brasil, alguns índios e animais como papagaios e macacos.

1516 - Aporta no Rio de Janeiro o navegador Juan Diaz Solis, a serviço da Espanha, que cursou a costa brasileira velejando para o Sul até o Rio da Prata (durante muito tempo denominado Rio Solis), na tentativa de demarcação das terras daquele reino fronteiras com as terras do reino de Portugal.

1519 - Aporta no Rio de Janeiro o navegador português Fernão de Magalhães a serviço da Espanha, que iria efetuar a primeira volta ao mundo, partindo do Ocidente para o Oriente.

1531 - Em abril, desembarca no Rio de Janeiro, Martim Afonso de Souza comandando frota de 5 navios para iniciar efetivamente a colonização. Permanece 3 meses, improvisa uma ferraria para conserto de embarcações e constrói 2 bergantins de 15 bancos para uso dos colonos. Navios franceses, espanhóis, ingleses e de outras nacionalidades passam a explorar o litoral em busca de riquezas, principalmente o pau-brasil que comercializavam com os índios.

1532 - Preocupa-se o Governo português com as sucessivas invasões e decide o Rei D.João III colonizar o País dividindo-o em 15 Capitanias Hereditárias, para 12 fidalgos cuja obrigação principal era ocupar e desenvolver a agricultura em suas terras, defendendo-se dos ataques dos índios e dos contrabandistas. O território hoje ocupado pelo Rio de Janeiro ficou pertencendo aos donatários da Capitania de S.Vicente, doada em 1534 a Martim Afonso de Souza, e a de S.Tomé, doada em 1536 a Pero Góis da Silveira, vizinha do Espírito Santo. O donatário de S.Tomé fundou a Vila Rainha, perto do Rio Itabapoana desenvolvendo a lavoura canavieira, mas esta foi constantemente atacada pelos índios Goitacases, provocando a fuga dos colonos para o hoje Espírito Santo. A capitania de S.Vicente foi povoada apenas na parte sul do quinhão que lhe coube e se desenvolveu em torno do porto de S.Vicente, hoje São Paulo. Martim Afonso de Souza concedeu algumas sesmarias na região de Parati e Angra dos Reis em 1556.

1548 - Não tendo a colonização dado bons resultados através das Capitanias Hereditárias e, com o permanente assédio dos franceses sobre os índios para comercializar o pau-brasil, resolve o Rei de Portugal criar um governo geral destinado a auxiliar os donatários especialmente na luta contra os índios, que não paravam de atacar vilas e engenhos, destruindo as plantações dos colonos. É nomeado o fidalgo português Tomé de Souza, 1o. Governador Geral do Brasil. Desembarcou na Baía de Todos os Santos em 1549, fundando a cidade de Salvador, nossa primeira capital.

1552 - Quando se inicia o Governo Geral, o litoral fluminense encontra-se praticamente despovoado, Tomé de Souza comunica ao Rei que na baía de Guanabara nada havia e ali se devia mandar fazer “uma povoação honrada e boa “, pois era ponto preferido pelos franceses.

1555 - Durante o governo de D.Duarte da Costa, sucessor de Tomé de Souza, instalou-se em ilhotas, na entrada da baía de Guanabara, uma expedição francesa de 100 homens, comandada pelo Vice-Almirante Villegagnon. É construído o forte de Coligny na ilha onde se situa hoje a Escola Naval, contígua ao Aeroporto Santos Dumont. Funda-se aí a França Antártica, que 2 anos depois recebe o reforço de 300 colonos calvinistas.

1560 - O 3o. Governador, Mem de Sá, recebe ordens para expulsar os franceses. Reúne todas as forças de que dispõe, tanto na Bahia quanto em Capitanias vizinhas e, após vários combates, derrota os franceses, inutilizando suas fortificações. Alguns franceses escaparam para as matas com o auxílio dos Tamoios, voltando a frequentar a baía quando o Governador retorna para Salvador.

1565 - Chega de Portugal o Capitão Mor Estácio de Sá, sobrinho de Mem de Sá, à frente de nova expedição com a incumbência de fundar uma cidade mantendo a posse da terra pelos portugueses. A 1o. de março, ocorre a fundação da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, na várzea existente entre os Morros do Pão de Açúcar e Morro Cara de Cão.

1567 - Após prolongada luta com os Tamoios e seus aliados franceses, a nova cidade foi transferida para o Morro do Castelo. Na ocasião, delimitou-se uma área quadrada de seis léguas de lado, fundando aí a Capitania Real do Rio de Janeiro sob o comando de Salvador Correa de Sá.

1568 - Portugueses concedem aos índios que colaboram nas lutas contra os franceses, favores do governo. Araribóia, chefe da tribo dos Temimimós, obtém como recompensa pelos serviços, quatro léguas de terra na margem oriental da baía de Guanabara. Aí se fundou a povoação de São Lourenço, que muito mais tarde daria origem à cidade de Niterói.

1572 - Portugal decide dividir o Brasil em dois governos para melhor administrar, sediados um em Salvador e o outro no Rio de Janeiro. O Governador deste, Dr. Antonio Salema, combateu os índios da região de Cabo Frio que, aliados aos franceses, auxiliavam no contrabando de pau-brasil. As tribos locais foram praticamente exterminadas. Inicia-se a ocupação definitiva com a criação de aldeias povoadas, freguesias e vilas.
 

1601-1700

O Rio de Janeiro não tem grande expressão no século XVII. A Capital do Brasil era Salvador, e Pernambuco com sua grande produção açucareira, constituía a Capitania mais importante economicamente.

Consolida-se a ocupação do território fluminense pelos portugueses que expulsam os franceses também em Cabo Frio, onde contrabandeavam o pau-brasil.

A exploração e o povoamento do interior da Capitania se devem aos colonos que adentravam o território à procura de índios e pedras preciosas, e se estabeleciam plantando cana de açúcar e construindo pequenos engenhos. Após a derrota dos Corsários e dos índios os colonos ocupam novas terras situadas além de Cabo Frio, atingindo a baixada atravessada pelo Rio Paraíba do Sul. A cultura açucareira passa a ser a principal atividade econômica seguida da extração do pau-brasil, sal (em Cabo Frio) e pesca. Na agricultura destaca-se o cultivo da mandioca.

Em 1627, grande parte da Capitania de São Tomé é dividida e são concedidas sesmarias aos sete capitães (homens que adquiriram grande prestígio ao se destacarem na luta contra os índios e franceses). Os novos donos trataram de ocupar suas propriedades, ocupando as vastas planícies da região, com excelentes pastagens e cursos d’água com a criação de gado cujas matrizes vieram dos Açores e Cabo Verde.

No final do Séc. XVII, a lavoura açucareira, baseada no uso intensivo da mão-de-obra escrava, era a grande geradora de riquezas. A zona canavieira caracterizava-se pela existência de grandes latifúndios gerando poderosa aristocracia rural.

1701-1800

O século XVIII inicia-se com a grande corrida para o interior na busca das riquezas das Minas Gerais. O Rio de Janeiro torna-se uma cidade mundialmente conhecida como ponto de partida e entreposto de fornecimento das Minas Gerais. A grande febre do ouro contagia toda a população. A abertura do Caminho Novo pelos bandeirantes, transpondo a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira, estabelece uma ligação direta entre o Rio de Janeiro e os distritos mineiros: os engenhos e plantações se despovoam. É necessário importar negros em quantidades ilimitadas. De Portugal acorrem, aos milhares, colonos e aventureiros.

A exportação do ouro obriga a adaptação do antigo porto do Rio de Janeiro, agora visitado por linhas regulares de navegação.

1710 - A prosperidade repentina atrai aventureiros como os franceses comandados por Duclerc que invadem a cidade do Rio de Janeiro mas são derrotados.

1711 - Sob o comando de Duguay-Trouin, 6000 homens em 17 navios ocupam e saqueiam a cidade do Rio de Janeiro, onde permanecem por 2 meses, trazendo horror e pânico aos locais.

1733 - Toma posse do Governo do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade que permaneceria no cargo por 30 anos, trazendo grandes benefícios para a cidade do Rio de Janeiro como a construção dos Arcos, obra mais importante do período colonial, concluída em 1750.

1763 - Carta régia transfere o Governo da Colônia de Salvador para o Rio de Janeiro. Graças à descoberta do ouro das Gerais, a região Centro Sul assume grande importância. A cidade do Rio de Janeiro contava com 50 mil habitantes.

No final do século XVIII, a decadência da mineração provoca sérias alterações no panorama social e econômico da capitania do Rio de Janeiro, retornando grande contingente populacional às terras.

Na região de Campos, os canaviais tornam-se mais numerosos. O café começa a ser plantado (matrizes vindas do Pará, onde era plantado desde 1727), há produção de sal marinho em Cabo Frio e Parati fabrica aguardente, trocada por escravos no litoral africano.

1801-1900

Em março de 1808, chega ao Rio de Janeiro a família real portuguesa em virtude da invasão de Portugal por tropas de Napoleão. O Príncipe Regente D.João, filho da Rainha D.Maria I, faz-se acompanhar da Corte por mais de 10.000 pessoas. Com a chegada da Corte, a cidade do Rio de Janeiro e as terras vizinhas passaram a se desenvolver extraordinariamente, com inúmeros melhoramentos urbanos. Transferem-se para o Brasil todos os órgãos da Administração Pública e da Justiça, criam-se academias, hospitais, quartéis, tornando-se também o Rio de Janeiro ponto de partida de inúmeras expedições científicas. Destacam-se entre os estudiosos o alemão Eschwege, o inglês Mawe, o francês Saint-Hilaire, os austríacos Pohl e von Matterer, o toscano Raddi e os bavaros Spix e Martius.

Os cafezais, inicialmente cultivados nos arredores da cidade do Rio de Janeiro, atingem Angra dos Reis e Parati evoluindo para o vale do Rio Paraíba do Sul até as encostas da serra fluminense. O café passa então a concorrer com as lavouras tradicionais: açúcar, algodão e tabaco. O comércio marítimo entre o Rio de Janeiro, Lisboa e portos africanos da Guiné, Angola e Moçambique era a principal fonte de lucro das Capitanias. Importantíssimo negócio foi o tráfico de escravos trazidos, aos milhares, em navios negreiros e vendidos aos fazendeiros e comerciantes.

Extraíram-se das florestas, muito ricas na região, madeiras nobres destinadas à construção naval e à fabricação de móveis.

Dentro da Baía de Guanabara era praticada pesca em grande escala, inclusive de baleia, cujo óleo era utilizado para a iluminação da cidade.

1820 - Em 3 de janeiro, é fundada a Vila de Nova Friburgo seguindo um acordo assinado com o governo da Suiça para a introdução de 100 famílias católicas daquele país que, trabalhando como colonos livres, substituíram os escravos africanos nos serviços das fazendas. Em 1824, colonos alemães reforçam a colonização iniciada pelos suíços. Campos era, à época, a região mais povoada do interior da Capitania e também a que possuía a maior quantidade de escravos trabalhando em fazendas.

1821- Capitanias do Brasil passam a chamar-se Províncias. A mais importante era a Província do Rio de Janeiro onde estava localizada a sede do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves desde 1815.

1822 - A Capitania do Rio de Janeiro conta com 330 mil habitantes sendo 170 mil escravos. O processo de Independência do Brasil teve, na cidade do Rio de Janeiro, o seu epicentro e, na Capitania, o principal esteio econômico. Declarada a independência em 7 de setembro foi aclamado Imperador do Brasil D.Pedro I, em outubro.

Com a Independência, o Rio de Janeiro permanece como Capital do país e a Capitania é transformada em Província e passa a ser governada por Ministros do Império.

1831 - Em 7 de abril, finda o governo de D.Pedro I, que abdica em favor de seu filho D.Pedro II. O governo de Pedro I caracterizou-se por extremo autoritarismo e proteção aos portugueses residentes no Brasil, em detrimento dos brasileiros. Hostilidades manifestadas em lutas de ruas, barricadas e pesada ação da oposição pela imprensa, levam à abdicação.

1831-1834 - Período regencial marcado por grande agitação política e social em todo o país. Em 12 de agosto de 1834 é votada uma lei com o nome de Ato Adicional que separa da Província a cidade do Rio de Janeiro , agora denominada Município Neutro. A Província do Rio de Janeiro teve como sua primeira Capital a cidade de Niterói. Essa separação durou até 15 de março de 1875, quando tornaram a se unir. Assume a presidência da Província do Rio de Janeiro um presidente nomeado pelo Imperador.

1835 - A Vila Real da Praia Grande, fundada em 1819 em terrenos da sesmaria, concedida em 1568 a Araribóia, origina a Cidade de Niterói, elevada a esta categoria em 28 de março de 1835.

1841 - D.Pedro II é coroado Imperador do Brasil. Por causa de sua situação geográfica junto à capital do Brasil e, principalmente, por ser a maior produtora de café, a Província do Rio de Janeiro teve uma fase de grande prosperidade durante o II Reinado.