Em 1534, é doada a Pero Lopes de Sousa por Dom João III. Em 1658, é fundado o povoado de Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco, seguido pelo de Nossa Senhora do Desterro, hoje Florianópolis.
Em 1738, é criada a capitania de Santa Catarina, tendo início a instalação de um sistema de defesa e um povoamento controlado, com a imigração de açorianos. Conquistada em 1777 pelos espanhóis, a região é devolvida aos portugueses no ano seguinte pelo Tratado de Santo Ildefonso. As lutas políticas são freqüentes: a Revolução Farroupilha estende-se até a região onde, em 1839, é proclamada a República Juliana. A Revolução Federalista e a Guerra do Contestado são duramente reprimidas pelas tropas federais. Na segunda metade do séc. XIX, recebe levas de imigrantes europeus, principalmente alemães e italianos.

Fonte: www.mre.gov.br

Cartas geográficas de navegadores de várias nacionalidades, escritas desde o início do século XVI, mencionam pontos que correspondem ao litoral catarinense. O mapa de Juan de la Cosa, piloto da expedição de Alonso de Ojeda assinala "Sant´Ana", uma parte que corresponde ao nosso litoral.

Pela sua importância, registra-se a expedição de João Dias Solis, em 1515, quando um único ponto da costa mereceu ser assinalado: a baía dos "perdidos", que se refere às águas interiores entre a Ilha de Santa Catarina e o continente fronteiro (designação dada em virtude do naufrágio de uma embarcação da mesma esquadra).

A expedição de Sebastião Caboto, italiano a serviço da Espanha, chega ao litoral catarinense por volta de 1526 e, ao publicar seus mapas referentes àquela expedição, denominava a Ilha de Santa Catarina de "porto dos Patos". Mas o nome de Santa Catarina - dado à ilha - aparece, pela primeira vez, no mapa-mundi de Diego Ribeiro, de 1529.

Há divergências quanto ao responsável pela denominação de Santa Catarina: alguns autores atribuem a Sebastião Caboto, que fizera a denominação em homenagem à esposa Catarina Medrano; outros querem que tenha sido em homenagem a Santa Catarina de Alexandria, festejada pela igreja em 25 de novembro. É, portanto, assunto que merece novas reflexões.

Em 1541, aporta, ao continente fronteiro à ilha, a expedição de D. Alvar Nunes Cabeza de Vaca, comandante que intitula-se "Governador de Santa Catarina", dada a sua nomeação, pelo rei da Espanha, para tomar posse das terras da Coroa.

Entretanto, a Ilha de Santa Catarina não foi o único ponto do litoral mencionado pelos primeiros navegadores que aqui aportaram. Em 1527, no planisfério anônimo de Weimar, apareceu a designação de Rio de São Francisco, correspondente à baía de Babitonga, que banha a península da atual São Francisco do Sul.

Os primeiro povoadores: desterrados, náufragos e sacerdotes

O povoamento do território catarinense está intimamente ligado, nos seus primórdios, aos interesses de navegações portuguesas e espanholas, que tiveram o litoral de Santa Catarina como ponto de apoio para atingir, principalmente, a região do Rio do Prata (sem mencionar as expedições de outras nacionalidades).

Pelo fato de o litoral catarinense servir como ponto de apoio, constatou-se que os primeiros povoadores foram náufragos, como, por exemplo, os sobreviventes de uma embarcação da expedição de João Dias Solis, os quais integraram-se à comunidade indígena.

Outros aparecem, como os desertores, elementos que abandonaram a embarcação "San Gabriel" comandada por D. Rodrigo de Acuña, a qual fazia parte de uma expedição espanhola. Da mesma forma, da expedição de Caboto, em 1526, também apareceram desertores.

Portugal utilizou-se, largamente, do princípio jurídico do "uti possidetis", o direito do primeiro possuidor, tendo em vista a política de ampliação de seu território e a constância das expedições espanholas no litoral catarinense e sul do Brasil no século XVI.

Após a "União Ibérica", isto é, o fim dos laços que uniam Portugal e Espanha (1580-1640), os bandeirantes, cada vez mais, alargaram as fronteiras das terras portuguesas. São as bandeiras vicentistas (provenientes da Capitania de São Vicente), de caça ao índio, que atingem o Brasil meridional.

Desta forma, o litoral catarinense passou a ser percorrido e conhecido, crescendo o interesse pela posse, com conseqüente ocupação.

As fundações vicentistas

São Francisco

O povoamento efetivo do litoral catarinense tem início com a fundação de São Francisco, sob a responsabilidade de Manoel Lourenço de Andrade, que recebeu, de um herdeiro de Pero Lopes de Souza, procuração para estabelecer, mais ao sul, uma povoação que denominou de Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco, em 1658, cuja data tem sido alvo de discussão.

Desterro

Na marcha da ocupação do Sul, segue-se a fundação da povoa de Nossa Senhora do Desterro pelo bandeirante Francisco Dias Velho, que partiu de São Paulo, em 1672, acompanhado de familiares e índios domesticados, com interesses agropastoris. Com a morte de Dias Velho e a conseqüente retirada de seus filhos, a povoa do Desterro quase desapareceu.

A partir de 1715, com a concessão de sesmarias a portugueses, como Manoel Manso de Avelar, passa-se a sentir a necessidade de povoamento da Ilha, como forma de se defender do assédio constante por parte de navios estrangeiros; isso é demonstrado pelos próprios moradores, através de uma petição ao governo português.

Laguna

A fundação da vila de Santo Antônio dos Anjos de Laguna, como o povoamento do litoral do Rio Grande do Sul, ocorrem em virtude da necessidade de apoio à Colônia do Sacramento e de estabelecer ligação entre a costa e as estâncias do interior.

Deve-se a Domingos de Britto Peixoto a fundação de Laguna, por volta de 1684, após a pacificação de indígenas ali existentes. É a partir desta povoação que os portugueses se lançam à conquista dos territórios mais ao sul, como é o caso dos Campos de Viamão.
 

A Capital de Santa Catarina foi criada quando a Coroa Portuguesa através da Provisão Régia de 11 de agosto de 1738, desincorporou os territórios da Ilha de Santa Catarina e o Continente do Rio Grande de São Pedro da jurisdição de São Paulo, passando-os para o Rio de Janeiro.

Desta forma, Santa Catarina ficou subordinada diretamente aos Vice-Reis do Brasil. Eram esses que concentravam em suas mãos a grande autoridade administrativa e judiciária aos quais se subordinavam os capitães-generais. Santa Catarina constituiu-se no posto avançado da soberania portuguesa na América do Sul.

As razões são principalmente de ordem política. Tendo-se em vista a recente fundação da Colônia de Sacramento e a conseqüente necessidade de dar-lhe cobertura estratégico-militar, foi implantado um sistema defensivo para o litoral, onde se incluía a Ilha de Santa Catarina e a barra do Rio Grande.
 

http://www.sc.gov.br/conteudo/santacatarina/historia