Do
primitivo Castelo Almorávida/Almóada resta, praticamente
intacta, a torre albarrãn em taipa (Torre da Vela) situada na
antiga Rua da Corredora. Em 1249, D. Afonso III auxiliado
por D. Paio Peres Correia, Cavaleiro e Mestre da Ordem de
Santiago, conquista o Castelo de Loulé aos mouros fazendo a sua
integração plena na Côroa Portuguesa, no momento em que concede
o primeiro Foral à "Vila" em 1266. O segundo Foral foi aos
mouros forros, em 1269, que tinham sido remetidos para o
arrabalde a sul da "Porta de Faro", dando origem ao bairro da
Mouraria no qual persistem, ainda hoje, ruelas estreitas e
tortuosas e topónimos medievais como Rua da Mouraria e Rua dos
Oleiros.
Torre Albarrãn em
taipa
(Torre da Vela) |
Ruela típica de mouraria
(Rua da Mouraria) |
É
interessante notar que este conjunto de factores de ordem
militar político e religioso, associados à reconquista, acabaram
por inverter aspectos ligados à psicologia da convivência social
e alterar, de uma forma significativa, a fisionomia urbana. O
interior das muralhas é o espaço urbano que permanece como
núcleo político, religioso e habitacional mais importante, tendo
sido enriquecido ainda, durante o reinado de D. Afonso III, com
a construção da Igreja Matriz de S. Clemente, local onde se
presume ter existido o culto anterior. Além da Mouraria, o
arrabalde - onde avultavam ricas vinhas, figueiras, searas,
pomares e hortas - foi, também, valorizado com a construção do
Convento da Graça nos finais do séc. XIII princípios do séc.
XIV.
|