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Arqueólogas querem proteger velha quinta
PAtrimónio
Técnicas estão a recolher informações que permitam abrir processo de
classificação do edifício Há um projecto hoteleiro para o local
Datada do século XVIII, há vestígios que apontam que a Quinta da
Maçaroca será mais antiga |
Catarina Fernandes
Avelhinha Quinta da Maçaroca, situada na freguesia de São João da Talha,
concelho de Loures, foi comprada por uma empresa imobiliária que ali
pretende fazer um hotel, um restaurante e outros equipamentos
turísticos. O projecto ainda está no segredo dos deuses, mas há quem
tema que a obra vá descaracterizar a propriedade.
Por esta razão, as arqueólogas Teresa Medeiros, 28 anos, e Nélia Santos,
24, moradoras naquela freguesia e colegas de trabalho, decidiram dar
início a um verdadeiro contra-relógio reunir elementos que provem o
valor histórico da quinta para que esta seja classificada.
"Ficámos preocupadas porque é provável que a intervenção venha a
prejudicar o espaço", dizem. No entender das arqueólogas, o facto da
quinta não estar classificada (seja como monumento, imóvel de interesse
público ou municipal) faz com que não esteja "protegida de eventuais
alterações à sua traça".
De acordo com as jovens, o Instituto Português do Património
Arquitectónico (IPPAR) fez saber que a autarquia nunca chegou a enviar
todos os elementos necessários para avançar com o processo de
classificação. "Estamos a tentar reunir novos elementos que possam
ajudar a uma reapreciação por parte do IPPAR e à consequente
classificação do imóvel", dizem.
Contudo, não está a ser fácil reunir os dados necessários,
principalmente porque tudo é feito em part-time. "É um trabalho
voluntário, por amor à história. Temos o nosso emprego e sobra pouco
tempo para nos dedicarmos à quinta", dizem, acrescentando que "há muita
burocracia e interesses e é difícil aceder aos dados".
Teresa Medeiros e Nélia Santos acreditam que é possível classificar a
Maçaroca, até porque têm indícios que apontam para que seja mais antiga
do que o que se pensa (ver texto em baixo). "Num inventário de Loures,
aparece como sendo do século XVIII, mas há elementos e vestígios que
apontam para o período romano", avançam.
As colegas acreditam que alguns desses materiais tenham ido para o Museu
Nacional de Arqueologia. O objectivo agora é tentar localizá-los. "Se
conseguirmos provar que a quinta é ainda mais antiga, mais hipóteses há
de a proteger", dizem.
Além de todos estes vestígios, há um outro aspecto que desperta
curiosidade. Segundo dizem, foram encontrados símbolos dos Templários.
"Existe uma rosa crucis que poderá ser recente, mas sabemos que, em Vila
Franca de Xira, há muitos terrenos que pertenceram aos Templários.
Também o padre daqui nos disse que já encontrou várias passagens que
apontam para uma presença dos Templários na quinta".
As arqueólogas acreditam que a quinta terá tido uma função militar, por
estar bem localizada (junto à Estrada Nacional 10), ter torres de ameias
(do género dos castelos) e um fosso junto à muralha defensiva. Estes
elementos levam-nas a defender que "a Maçaroca é uma quinta muito
interessante e valiosa, quer pelo valor histórico e arquitectónico, quer
pela importância que teve na localidade em termos de postos de
trabalho".
O JN contactou o gabinete responsável pelo Património na Câmara de
Loures, mas os responsáveis esclareceram apenas que "nunca fez parte dos
objectivos da autarquia classificar aquele edifício".
Junta quis comprar
Paulo Amado, presidente da Junta de Freguesia de São João da Talha, diz
que, entre 1996 e 98, a autarquia ainda tentou comprar a quinta. O
objectivo era construir um equipamento, onde se incluam umas piscinas
municipais.
Hasta pública A Câmara de Loures terá ten- tado fazer uma permuta de
terrenos com o proprietário, mas a quinta acabou por ser vendida em
hasta pública. Paulo Amado não conhece o projecto e lembra que é uma das
últimas quintas do concelho.
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