Em declarações ao diário "The
Star"
de Kuala
Lumpur,
Michael
Flecker,
muito conhecido pela suas
explorações arqueológicas na
região, afirma ter feito a
descoberta no ano passado mas
não revelou a sua localização
para evitar que fosse alvo de
pilhagens.
Flecker
garante que o navio se encontra
entre Pulau
Upeh
e Pulau
Panjang,
uma faixa marítima pertencente à
Malásia, onde diz ter encontrado
outras duas embarcações cuja
antiguidade está ainda por
estabelecer.
Quanto à nau portuguesa, o
arqueólogo presume que possa ter
sido comandada por Luís Monteiro
Coutinho e afundada durante um
combate naval com navios de
Achém
(Aceh,
Indonésia).
O arqueólogo, que detectou os
navios afundados com tecnologia
sonar
e confirmou a descoberta com
mergulhos, documenta o achado
com uma série de fotografias de
canhões, balas, ossos de animais
e várias peças quebradas de
porcelana da dinastia
Ming.
Flecker,
que planeia recomeçar em breve
as suas prospecções, admite que
a zona seja uma espécie de
"cemitério" que contenha mais
naves.
Espera que, a partir delas, se
possa conhecer melhor o papel
desempenhado no passado pelo
estreito de Malaca
- que
liga o oceano Índico ao Mar da
China meridional e é partilhado
pela Malásia, Indonésia e
Singapura - e por Portugal, que
conquistou o território em 1511.
Cabe agora ao Governo da Malásia
aprovar a continuação das
explorações dentro das suas
águas territoriais e
Frecker
disse ter apresentado relatórios
das suas descobertas ao governo
de Kuala
Lumpur.
Na capital da Malásia, o
ministro da Cultura, Artes e
patrimómio,
Datuk
Seri
Rais
Yatim,
confirmou ter conhecimento da
descoberta e do progresso das
prospecções. |