No contexto da
Reconquista
cristã da
península Ibérica,
quando da
organização da
expedição portuguesa
contra
Lisboa por
D. Afonso Henriques
(1112-1185), aí
tendo aportado a
frota dos cruzados
sob o comando dos
franceses
Guilherme e
Roberto de Corni,
foram-lhes
concedidas, em
1158, os domínio
de Tauria
(povoação e
couto) como
reconhecimento pelo
auxílio prestado na
conquista daquela
cidade. Visando
incrementar o seu
povoamento e
desenvolvimento, o
soberano
entregou-lhe
Foral em
1167, confirmado
em
1218 por
D. Afonso II
(1211-1223) e
novamente em
1510, sob o
reinado de
D. Manuel I
(1495-1521) (Foral
Novo).
Sob o
reinado de
D. Dinis
(1279-1325) a
Atouguia ganhou uma
feira anual no dia
de seu orago,
São Leonardo (6
de Novembro),
alcançando o auge de
seu movimento
marítimo, onde a par
da atividade
pesqueira,
desenvolveu-se a de
construção naval.
Dada a atividade de
fomento ao
povoamento e à
defesa sob este
reinado, acredita-se
que as defesas da
Atouguia e seu
castelo também
tenham conhecido
reforço e melhorias,
face à ameaça
representada ao
litoral português
pelos
piratas oriundos
do Norte d’África.
O genovês
Manuel Pessanha
(Emmanuele di
Pezagna),
contratado por D.
Dinis como almirante
para organizar a
marinha portuguesa e
combater a
pirataria, aqui
manteve a sua base
de operações. Um
decreto do mesmo
soberano determinava
a obrigatoriedade da
nomeação de 30
homens da Atouguia,
com armas e
bagagens, durante
seis semanas por
ano, para a defesa
deste porto e costas
de Portugal.
Posteriormente,
em
1373, no reinado
de
D. Fernando
(1367-1383) foram
aqui realizadas as
Cortes Gerais, o
que comprova a sua
importância à época.
Em
1448
D. Afonso V
(1438-1481) concedeu
a D.
Álvaro Gonçalves de
Ataíde, pelos
bons serviços
prestados ao reino,
titulo de 1º conde
de Atouguia.
Em
11 de Fevereiro
de
1526 deu à costa
naquele ponto uma
baleia com mais
de 20 m de
comprimento, um
verdadeiro “monstro
marinho” em plena
época dos
Descobrimentos
portugueses, o
que rendeu à vila o
acréscimo de seu
nome: Atouguia da
Baleia. Um dos
ossos do
mamífero marinho foi
conservado como
memória, na Igreja
de São Leonardo.
O progressivo
assoreamento foz do
rio de São Domingos
e da enseada de
Atouguia, que ligou
a ilha de Peniche ao
continente, levou ao
desenvolvimento da
povoação nesta
última, elevada a
vila em
1609 e
transformada em
Concelho (1610),
à época da
Dinastia Filipina
por
D. Filipe II
(1598-1621). Á
época, a necessidade
defensiva também se
deslocara para o
chamado “castelo da
vila” de Peniche
(ver
Praça-forte de
Peniche).
Posteriormente,
no
século XIX, o
Concelho de Atouguia
da Baleia foi
extinto e
incorporado como
Freguesia no de
Peniche, por
D. Maria II
(1826-1828;
1834-1853), a
6 de Novembro de
1836.
Chegaram até aos
nossos dias apenas
os restos de uma
torre e das muralhas
do antigo Castelo de
Atouguia. Escavações
recentes puseram a
descoberto trechos
da muralha medieval
da vila, o que
reforça a
necessidade de
pesquisa
arqueológica
complementar. Os
remanescentes
encontram-se em vias
de Classificação
como
Imóvel de Interesse
Público,
homologada por
Despacho de
23 de Maio de
2005 pelo
Ministério da
Cultura de
Portugal.
Ligações
externas