Castelo dos Mouros
O
Castelo foi conquistado por D. Afonso Henriques (1147),
monarca a quem se deve a construção da Capela românica
de S Pedro, cujos interessantes vestígios ainda sáo
visíveis, junto ao «oppidum» onde há também uma
cisterna, uma porta árabe «em ferra- dura» e diversas
estruturas de habitação.Sobranceiro à vila de Sintra
ergue-se o principal testemunho material dos mais de
quatro séculos de presença árabe em Sintra. Embora já
pouco mantenha da sua estrutura original, dadas as
profundas obras de reconstrução do século XIX, ordenadas
por D. Fernando II, consorte de D. Maria II, o Castelo
dos Mouros ficará para sempre associado a herança
muçulmana na Península Ibérica, se mais não fosse pelo
nome que ostenta.
A sua implantação sobre um forte maciço rochoso
aproveita as características do terreno como defesas
naturais, que a NO e N tornam as muralhas
intransponíveis e lhe dão um ar imponente, sobretudo
quando observadas a partir da vila.

Embora possa passar despercebido ao visitante, o Castelo
dos Mouros era formado por duas cinturas de muralhas,
podendo ser observados vestígios da exterior a Oriente,
logo após a entrada no recinto do castelo. A cintura
interior é ameada e reforçada cinco torres
quadrangulares e uma circular.
A Torre de
Menagem foi atingida por um raio em 1636 e o terramoto
de 1755 danificou-a também com gravidade. Aliás, quando
D. Fernando II tomou a seu cargo as obras de
reconstrução do castelo, sabemos que este se encontrava
já em avançado estado de degradação.
No ponto mais elevado das muralhas, na Torre Real, para
onde se ascende por uma escadaria de 500 degraus, terá
vivido o célebre poeta
Bernardim
Ribeiro, onde certamente não lhe faltariam motivos de
inspiração lírica.
Com efeito, passeando pela serpenteante muralha, que ora
sobe, ora desce, ora se encurva, ao sabor dos
caprichosos contornos dos penedos sobre os quais
assenta, os visitantes podem admirar um magnífico
cenário de terra e mar. Este caminho pelo topo da
muralha, característico em muitas fortalezas medievais
portuguesas, tem o nome de adarve,
vocábulo de origem árabe, adz-dzir-we, que
significava muro da fortaleza. Mais tarde passou a
designar o topo do muro, isto é, o caminho que circunda
a muralha.
Guarnecido com um parapeito, o adarve era um elemento
imprescindível nos castelos, pois além de caminho de
ronda, constituía a linha ideal, elevada e protegida,
para os atiradores defensivos. Não que em Sintra
houvesse muito para defender. Na verdade, apesar da sua
inexpugnabilidade, o castelo de Sintra funcionou sempre
mais como ponto de vigia do que como fortaleza
defensiva. Se é um facto que nunca foi tomado pela
força, a verdade é que isso também nunca foi tentado,
tendo-se rendido sempre que Lisboa era tomada. Esta
subordinação militar a Lisboa prolongar-se-ia aliás
mesmo após a reconquista, como o comprova o foral de
1154.
De referir ainda a existência no perímetro do castelo de
uma igreja românica, abordada em
Sintra Medieval.
O castelo tem
cerca de 450 m de perímetro e cobre uma área de cerca
de 12.000 m2

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