POR: MANUEL A. RIBEIRO RODRIGUES
DIVISÃO AUXILIAR A ESPANHA
1835 A 1837
Em Abril de 1834 foi
assinada a Quádrupla Aliança, que era
uma cooperação de esforços entre
Portugal, Espanha, Inglaterra e a França para
expulsar D. Miguel de Portugal e o Príncipe
D. Carlos da Espanha. Neste sentido ficou aprovado
que a Espanha forneceria um corpo de tropas por ela
mantido; a Inglaterra uma força naval e a França,
se necessário, o que se combinasse; Portugal
enviaria, se fosse necessário, um Exército
Auxiliar para Espanha com o intuito de ajudar as tropas
liberais espanholas, o que assim sucedeu.

Oficial de Caçadores Português
em grande uniforme
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A nossa intervenção
foi só na Primeira Guerra Carlista (1833
a 1840) e durou sensivelmente entre 1835 a 1837,
estas guerras conseguiram mobilizar não
só milhares de homens, assim como implicaram
a participação directa ou indirecta
de outras tantas famílias. Foi o Carlismo
um movimento sócio-político de
carácter antiliberal e anti-revolucionário,
surgido do Antigo Regime, não podendo
esquecer-se que foi, embora não de modo
exclusivo, um movimento legitimista.
As principais zonas de implantação
do Carlismo foram no País Basco, Navarra
e Catalunha, além de outros importantes
núcleos em Valência e Aragão,
contudo pode-
-se considerar o norte de Espanha o território
Carlista por excelência. Deu-se a primeira
guerra Carlista durante a regência de
Maria Cristina de Nápoles, viúva
de Fernando VII.
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ORGANIZAÇÃO
DAS FORÇAS PORTUGUESAS
As primeiras forças
que entraram em Espanha tiveram a denominação
de Vanguarda do Corpo Auxiliar, tendo depois de entrar
todo o Corpo Expedicionário mudado para 3.ª
Brigada.
ORGANIZAÇÃO DO CORPO
DO EXÉRCITO AUXILIAR A ESPANHA
EM 26 DE NOVEMBRO DE 1835 A 1836
PRIMEIRA BRIGADA
COMANDO:
Tenente-Coronel de Infantaria n.º 3, Filipe Marceley
Pereira, assim que entrou em Espanha o comando passou
para o Coronel de Infantaria n.º9, José
de Sousa Pimentel e Faria.
COMPOSIÇÃO:
- Primeira Bateria de Artilharia Montada, do comando
do Capitão José Maria
Pereira Velho Barreto;
- Um Destacamento do Batalhão de Sapadores;
- Primeiro Batalhão de Caçadores n.º
3, do comando do Coronel Manuel Eleutério
Malheiro;
- Primeiro Batalhão de Infantaria n.º
3, do comando do Tenente-Coronel Filipe de
Marceley Pereira.
SEGUNDA BRIGADA
COMANDO:
Barão de Santa Maria, tendo em Espanha passado
para o Coronel de Infantaria n.º 10, Manuel José
Mendes (quando o Barão de Santa Maria assumiu
o Comando-em-
-Chefe).
COMPOSIÇÃO:
- Um Destacamento do Batalhão de Sapadores;
- Uma Bateria de Artilharia a Cavalo, comandada pelo
Capitão Germano da Cruz Alzina;
- Dois Esquadrões de Lanceiros n.º 2,
comandados pelo Capitão D. Carlos de Mascarenhas;
- Primeiro Batalhão de Infantaria n.º
1, do comando do Tenente-Coronel António Pimentel
Maldonado;
- Primeiro Batalhão de Infantaria n.º
10, comandado pelo Coronel Manuel José Mendes.
TERCEIRA BRIGADA
( ex-Vanguarda do Corpo Auxiliar)
COMANDO:
Barão das Antas
COMPOSIÇÃO:
- Um Destacamento de Sapadores;
- Primeiro Batalhão de Caçadores n.º
4, comandado pelo Tenente-Coronel José Joaquim
Gomes Fontoura;
- Primeiro Batalhão de Infantaria n.º
9, comandado pelo Major Luís Guedes de Morais;
- Primeiro Batalhão de Infantaria n.º
6,comandado pelo Tenente-Coronel José Teixeira
Mesquita;
- Dois Esquadrões de Cavalaria n.º3, comandados
pelo Coronel José Osório do Amaral Sarmento.
ORGANIZAÇÃO DE 2
DE FEVEREIRO DE 1836
Foi decidido dar nova
organização à Divisão
Auxiliar, tendo-se extinguido as Brigadas e formando-se
então duas Colunas com as seguintes denominações
e comando:
PRIMEIRA COLUNA
COMANDO:
Barão das Antas
COMPOSIÇÃO:
Cavalaria 3, Caçadores 4, Infantaria 3, 6 e
10
SEGUNDA COLUNA
COMANDO:
Coronel José de Sousa Pimentel e Faria
COMPOSIÇÃO:
Lanceiros 2; Caçadores 3, Infantaria 1 e 9