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Uniformes
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Oficiais Generais, Brigadeiros e Estado-Maior- 1806 a 1814

COMISSÕES MILITARES PERMANENTES

Qualquer Oficial-General ou Brigadeiro podia estar destacadas nestas Comissões, neste sentido, tinham ainda os seguintes distintivos:

CONSELHEIRO DE GUERRA
Alem dos bordados das respectivas patentes, a farda em cada uma das folhas dianteiras das mangas tinha seis casas bordadas a fio de ouro, duas a duas, colocadas entre o canhão e o cotovelo, em forma de ângulo, com o vértice virado para baixo, em forma de "V" e um botão do padrão da farda na união dos dois bordados, isto é, no vértice, conforme se vê na fig. 49.

Tenente General - observe no braço o distintivo de Conselheiro

INSPECTOR
Utilizam como distintivo no ombro esquerdo uma dragona, que no lugar de canutilhos ou da franja competente, tinha três galões de fio de ouro entrançados e que desciam, sensivelmente, até meia distância do ombro ao cotovelo, terminando, cada galão por uma borla achatada nas pontas, tudo como se vê na fig. 50.

Figura 49
Figura 50

GOVERNADOR DE PRAÇA
Utilizavam os distintivos e bordados que lhes competia sem outro qualquer sinal.

COMANDANTE DE CORPO
Utilizava as fardas iguais às dos respectivos Corpos que comandava, tendo nos canhões das mangas o bordado da respectiva patente.


Observação:
Ao comparar os bordados do Plano de Uniformes de 19 de Maio de 1806 e alguns bordados da época, nota-se que existem algumas diferenças de pormenor, o que é bastante natural em virtude de os bordados serem executados por mestres artesão diferentes e de locais distintos, daí ser muito normal o desenho das ramagens serem semelhantes e não totalmente iguais.

Ao observar-se os bordados das figuras respeitante ao Marechal-General, nota-se que os bordados do uniforme apresentado, são diferentes dos do Plano de Uniformes, por exemplo: as distâncias entre botões e entre carcelas são diferentes, assim como essa distância tem menos ramagens e a volta que o ramo dá, junto às carcelas, não é igual, pois numa é dada por baixo e a outra por cima, etc.


EQUIPAMENTO DOS CAVALOS

Os Generais e Brigadeiros utilizavam nas suas montadas arreios com ferragem amarela ou dourada; capeladas, xaireis ou mantas de pano azul ferrete guarnecidos com os galões e dispostos conforme o que tinha sido regulamentado pelo Decreto de 27 de Abril de 1761. Este documento poderá tornar-se um pouco confuso, porque nos indica os postos do Exército e da Marinha, além de alguns que entretanto foram extintos.

Contudo nota-se uma curiosa preocupação em manter a tradição que era a seguinte: como se sabe, no Plano de Uniformes de 19 de Maio de 1806 foram introduzidas alterações em todos os distintivos, ou por outras palavras, foram devidamente regulamentados, organizados e definidas as diversas graduações desde Marechal-
-General até ao Anspeçada, contudo aos Oficiais Generais, talvez por tradição, mantiveram-se os antigos distintivos das suas patentes nas mantas e xaireis dos cavalos. Infelizmente o Decreto não nos indica em muitos casos as larguras e não tem o desenho dos modelos. Estes galões eram colocados em toda a volta das mantas ou xaireis.

MARECHAL-GENERAL E MARECHAL DO EXÉRCITO
Dois galões de ouro lavrados e abertos, um com três dedos de largura e outro mais estreito (não nos indica a largura).

GENERAL, TENENTE-GENERAL E MARECHAL-DE-CAMPO
Um galão lavrado e aberto (não indica a largura).

BRIGADEIRO
Um galão liso e fechado com dois dedos e meio de largura.

 

ESTADO-MAIOR

O primeiro Plano de Uniformes, que faz referencia aos oficiais "pertencentes aos Estados-Maiores", já tendo fardamento e distintivo próprios, quando exerciam as suas respectivas funções, é o de 19 de Maio de 1806. Anteriormente a este Plano, os oficiais do Estado-Maior não possuíam nem distintivos, nem fardamento particular, com excepção para os da "Extinta Primeira Plana da Corte".

No século XVIII, era a expressão "Estado-Maior" utilizada para designar, num regimento, o conjunto de elementos não integrados nas companhias que o constituíam. No regulamento de 1763, vem expressa a composição do "Estado-Maior" dos regimentos, que era: Ajudante, Quartel-Mestre, Capelão, Auditor, Cirurgião-Mor, Ajudante de Cirurgião, Tambor-Mor, Espingardeiro, Coronheiro e o Preboste. Mais tarde, em 1796, foi determinada a seguinte composição para o Estado-Maior de um regimento de infantaria, a um batalhão: Coronel, Tenente-Coronel, Sargento-Mor, Ajudantes, Quartel-Mestre, Secretário, Capelão, Cirurgião-Mor, Ajudante de Cirurgião, Coronheiro, Espingardeiro, Tambor-Mor e Preboste. Note-se que estes militares envergavam os uniformes dos regimentos a que pertenciam e sem indicativos das suas funções específicas.

Nos exércitos de D. João IV, chamava-se "Plana Maior" ou "Primeira-Plana" ao que hoje chamamos "Estado-Maior"; era o nome castelhano ainda hoje em uso em Espanha, que havíamos herdado dos sessenta anos da perda da independência. O Mestre-de-Campo-General tinha atribuições semelhantes às dos actuais Chefes do Estado-Maior. Antigamente, os oficiais que não estavam arregimentados diziam-se do "Estado-Maior" da sua Arma; hoje dizem-se do Quadro da Arma.


Oficial do Estado Maior
No tempo de Beresford, período em estudo, chamava-se "Estado-Maior" do Batalhão ao pessoal que não pertencia às companhias; mais tarde distinguiam-se o Estado--Maior, oficiais e o Estado-Maior, praças, englobando-se uns e outros sob a rubrica de Estado-Maior e Menor, e similarmente nas outras Armas.

O recrutamento de oficiais para os Estados-Maiores, ou organizações semelhantes, fazia-se por livre escolha dos Generais comandantes entre os oficiais das diversas Armas; a organização de 1816, publicada a seguir à Guerra Peninsular, determinava que "os oficiais do Corpo do Estado-Maior fossem escolhidos de todas as Armas em atenção ao merecimento tão-somente, porque neste Corpo necessita-se de oficiais que não tenham somente simples rotina".

Designava-se pelo nome de Estado-Maior o pessoal devidamente organizado de que dispõem, em campanha, o Comandante-em-Chefe das forças em operações e os comandantes das grandes unidades para preparar, pelos seus trabalhos, as decisões desses comandantes relativas a operações, efectivos e material, transporte, reabastecimentos e evacuações, elaborar e transmitir directivas e ordens baseadas nessas decisões, destinadas a accionar as tropas e os serviços e dar ainda, por sua iniciativa, as instruções necessárias para assegurar a boa interpretação e o exacto cumprimento daquelas ordens. O Estado-Maior é um órgão auxiliar do Comando, por intermédio do qual este exerce a sua acção.

Este Corpo foi criado, na realidade, por força do Decreto de 18 de Julho de 1834 e compunha-se de 2 Coronéis, 6 oficiais superiores, 16 Capitães e 16 Tenentes; estes oficiais destinavam-se aos Estados-Maiores das Províncias, das Divisões e Brigadas e ainda para Ajudantes-de-Ordens dos Generais. Nesta organização os Generais formavam o Estado-Maior-General, designação hoje atribuída ao Estado-Maior do Comandante-Chefe, em campanha. Para recrutar os oficiais do Estado-Maior incluía--se na organização da Escola do Exército, decretada em 12 de Janeiro de 1837, o Curso do Estado-Maior, a principio frequentado por oficiais das Armas e, a partir de 1844, também por Alferes-alunos, como os outros cursos da Escola do Exército.

Os oficiais em serviço no Estado-Maior, durante a Guerra Peninsular, compreendiam somente;

- Ajudantes-de-Ordens
- Ajudantes-de-Campo
- Oficiais permanentes no expediente dos Quartéis-Generais
- Inspecções e demais repartições militares


UNIFORME


BICÓRNEO
De feltro preto, guarnecido por um galão dourado, laço Nacional azule ferrete e escarlate, tendo por cima uma presilha de fio de ouro com um botão do respectivo padrão. Em cada ponta do bicórneo, uma borla de retrós mesclada de azul ferrete, branco e dourado, fig. 51, pluma vermelha na base e branca no tope, tudo como a fig. 52.

Figura 51
Figura 52

CASACA
Comprida de pano azul ferrete, sem bandas, fechando na parte da frente por uma fila de oito botões dourados do respectivo padrão, fig. 53. Gola e canhões das mangas azul ferrete, vivos e forro branco, fig. 54. As abas têm duas aplicações brancas que partem, na vertical, sensivelmente desde a altura dos rins, até atingir o virado das abas; cada aplicação tem dois botões do respectivo padrão; os bolsos, são desenhado por um vivo branco, no sentido do comprimento, tendo cada algibeira três botões do padrão; os virados das abas são da cor do forro, sendo fixos por alamares do distintivo do E. M. fig. 55.

Figura 53
Figura 54

Figura 55

COLETE
Branco de tecido fino.

GRAVATA
De gorgorão de seda ou lã preta.

PANTALONAS
Azul ferrete ou brancas

CALÇÕES
No caso de fazer serviço montado, podiam ser brancas ou azul ferrete

BANDA
De retrós encarnado, terminando em duas borla de fios de seda azuis e brancos, utilizava-se atado por cima da farda e com as borlas curtas e do lado direito.

BOTAS
Pretas com esporas de ferro.

DISTINTIVOS

Alamar bordado a fio de ouro conforme o modelo da fig. 56. A sua aplicação é feita do modo seguinte:

- três, na vertical, em cada canhão das mangas
- um, na horizontal, de cada lado da gola
- um, ao alto, em cada virado das abas, isto é dois em cada aba.


Figura 56



DISTINTIVOS ESPECIAIS

Além dos distintivos acima indicados, ainda havia os seguintes:


OFICIAIS DA SECRETARIA DO SUPREMO CONSELHO DE GUERRA ESECRETÁRIOS DOS GOVERNOS DAS PROVÍNCIAS E INSPECÇÕES

Utilizavam o uniforme do Estado-Maior e os respectivos distintivos (alamares, botões do padrão e penacho encarnado e branco), tendo na folha dianteira, da manga esquerda, entre o canhão e o cotovelo duas casas bordadas a ouro, formando um ângulo em forma de "V", tendo no vértice um botão do respectivo padrão, fig. 57.


Figura 57

SECRETÁRIO DO SUPREMO CONSELHO DE GUERRA

Este oficial envergava o uniforme que lhe competia e utilizava as dragonas da sua patente, isto é, não utilizava os distintivos nem a farda do E.M., tendo nas folhas dianteiras das duas mangas as mesmas casa bordadas acima indicadas, sendo o botão do padrão da farda que envergava.


ARMAMENTO

SABRE
Liso com bainha toda de metal amarelo, punho conforme a fig. 58 e 59.

Figura 58
Figura 59

Nota:
A arma apresentada na figura 59 não é igual à do P. U. (fig. 58) porque tem o guarda mão diferente, o quartão curvo, o escudete redondo e a bainha de metal branco.

FIADOR
De cordão de tecido de lã escarlate e ouro, borla de retrós azul ferrete e prata, fig. 60.


Figura 60

BOLDRIÉ
De couro branco, assim como os francaletes para suspensão do sabre, chapa do fecho de metal amarelo com as armas em alto-relevo de prata, fig. 61, ferragens do mesmo metal e cor, tudo como se vê na fig. 62.

Figura 61
Figura 62


NOTA DO AUTOR:
É muito natural que o leitor atento, note a existência de algumas alterações e diferenças, em relação aos artigos que o signatário
publicou no Jornal do Exército e neste espaço, contudo tal facto deve-se que passados estes anos a pesquisa continuou e foi-se
aprofundando, acrescentando e esclarecendo imensas dúvidas, que a todo o momento surgem, isto quer por cruzamento e comparação com as velhas e as novas fontes que se foram encontrando, quer por trocas de impressões com outras pessoas interessadas nestes temas, etc.


Colecção de Cromos de 1940

Tenente General Freire de Andrade

Marechal de Campo


Marechal de Campo em Pequeno Uniforme

José Dias Azedo


Marechal de Campo - Antigo Manequim do Museu Militar c. 1910

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