TROPAS EXPEDICIONÁRIAS
PARA ÁFRICA
DURANTE A GUERRA DE 1914 - 1918

54G006 - Soldado de Infantaria 21 durante a ocupação
do Quionga a 10 de Abril de 1916 em Moçambique
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Aos alemães,
até determinada data, não lhes interessava
a África, mas Bismark, depois de grande resistência,
consentiu que a Alemanha tentasse estabelecer-se
em África sensivelmente a partir de 1884.
Em 1897, conseguiu que Portugal
lhe cedesse os seus direitos sobre o território
entre o Cabo Frio e o Baixo Cunene, assim o território
alemão aproximou-se muito da fronteira
com Angola.
Na África Oriental, a norte
de Moçambique, havia uma companhia de negociantes
alemães, que em sintonia com os sucessos
obtidos na África Ocidental, declararam
que aquela região passaria a ser de futuro
a África Oriental Alemã. Não
resta dúvidas de que Angola e Moçambique
estavam nos projectos expansionistas da Alemanha.
A 25 de Agosto de 1914 os alemães
atacam o nosso posto de Maziua, na África
oriental portuguesa e a 18 de Outubro de 1914
dá-se o incidente de Naulila e a 31 o de
Cuangar.
A 11 de Setembro embarcam as nossas
tropas para Moçambique e a 12 do mesmo
mês embarcam as tropas para Angola. Dando-se
o inicio às hostilidades.
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FORÇAS EXPEDICIONÁRIAS
A ANGOLA E MOÇAMBIQUE
21 DE AGOSTO DE 1914
UNIFORMES
Iremos analisar o que as nossas tropas
expedicionárias utilizaram a partir da data da
mobilização, isto é de 21 de Agosto
de 1914. No entanto não deixaremos de citar todos
os outros que se poderiam ver nas nossas tropas, na
mediada em que se utilizavam conjuntamente com o plano
em uso, diversos componente de outros anteriores, assim
como o equipamento e o armamento.
UNIFORME DE CAMPANHA - PRAÇAS
E SARGENTOS DAS DIVERSAS ARMAS E SERVIÇOS
CHAPÉU-CAPACETE
De feltro, em mescla cinzenta, gomado. A cimeira é
de cobre oxidado e roscado no ventilador. Na frente
tem um laço Nacional de couro envernizado a vermelho
e verde, ficando esta última cor ao centro. Tudo
conforme a fig. 1. Em 1914 e principalmente a partir
de 1917 foi distribuído uma cobertura de cabeça,
idêntica à anterior, mas com um ventilador
diferente, fig, 2.
DÓLMEN DE SERVIÇO
De cotim de algodão cinzento, tendo uma algibeira
de cada lado da altura do peito, com fijolas nas partes
laterais, abotoado verticalmente, ao meio do peito,
por seis botões de unha pretos, cobertos por
uma pestana. A gola fecha por intermédios de
dois colchetes. As mangas não têm canhões.
As algibeiras são cobertas por
uma pestana, que abotoam em botões pequenos cosidos
às mesmas algibeiras.
As platinas são do mesmo tecido,
direitas e abotoam em botões pequenos.
Na altura da cintura e na direcção
ao quadril tem, de um e do outro lado, uma presilha
com a mesma forma e largura das platinas, tudo conforme
as fig. 3 e 4
COLARINHOS
Com o dólmen de serviço, as praças
deverão utilizar um lenço branco, convenientemente
dobrado, em volta do pescoço, contudo for a dos
actos de serviço, poderão utilizar colarinhos
brancos.
CALÇAS
De cotim de algodão cinzento, com duas algibeiras
abertas horizontalmente nas folhas anteriores, fig.
5. O comprimento das calças das tropas apeadas
deve ser regulado de modo que a orla inferior diste
três centímetros do solo, quando se
tome a posição de sentido. As praças
montadas utilizarão a calça mais comprida,
de modo que a orla assente bem na pua da espora.
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Figura 5
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CAPOTE
TROPAS APEADAS
De mescla cinzenta com duas abotoaduras,
cada uma de seis botões grandes de metal
amarelo, fig. 6 igualmente espaçados, no
sentido da altura.
As duas folhas da frente e a das
costas são cortadas de uma só peça,
e nas costas, a partir da orla inferior, tem,
a meio da roda, uma abertura longitudinal, acompanhada
de uma pestana interior, tendo três botões
pequenos de metal amarelo. Nas costuras de ligação
das costas com as folhas da frente têm duas
pestanas que dão entrada a duas algibeiras
colocadas interiormente. Junto às pestanas
e na altura da cintura, tem as presilhas destinadas
a dar passagem ao cinturão, com a mesma
forma e largura das platinas.
A gola é da mesma mescla
e de voltar, apertando por meio de um colchete,
nos extremos da mesma aplicam-se os emblemas respectivos.
As platinas têm o mesmo feitio das dos dólmenes
de serviço.
As mangas devem ser suficientemente
largas para que permitam vestir o capote com facilidade
e, o seu comprimento deverá ser tal que
o militar, tendo os braços estendidos naturalmente,
o extremo da manga chegue à ligação
da mão com o antebraço.
O comprimento do capote deve ser regulado para
que a orla inferior diste trinta centímetros
do solo. Tudo conforme as fig. 7 e 8.
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Figura 6
Figura 7 e 8
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CAPOTE
TROPAS MONTADAS
De mescla cinzenta, tendo as folhas
da frente e a das costas cortadas de uma só
peça. As presilhas são da mesma
mescla, bem como a gola que é de voltar
tendo os cantos ligeiramente arredondados e aperta
por meio de um colchete. Nos extremos aplicam-se
os respectivos emblemas.
Pela parte exterior e na altura
do segundo botão do guarda-mangas tem uma
algibeira que fecha por meio de uma pestana com
um botão.
Na frente, assim como no guarda-mangas,
tem quatro botões grandes de metal amarelo,
fig. 6
O comprimento do cabeção
deve ser tal que a orla fique equidistante do
ombro ao cotovelo.
Nas costas, a partir da orla inferior,
tem, a meio da roda, uma abertura longitudinal,
acompanhada por uma pestana interior que tem quatro
botões pequenos de metal amarelo.
O comprimento do capote deve ser
regulado para que a orla inferior diste vinte
centímetros do solo. Tudo conforme a fig.
9
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Figura 9
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GREVAS
TROPAS APEADAS
De mescla cinzenta impermeável,
com dois metros de comprimento e doze centímetros
de largura, não devendo cada par pesar
mais de trezentas gramas. Numa das extremidades,
que terminará em ponta, terá cosido
uma fita de lã, da mesma cor, com um metro
de comprimento e um centímetro de largura.
As grevas são do modelo
da fig. 10 e colocam-se conforme se pode ver no
respectivo desenho.
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Figura 10
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BOTAS
De cabedal, untadas, com sola dobrada, tacão de
meia prateleira e tacheadas, conforme as fig. 11e12. Para
as tropas apeadas são da cor natural do couro,
para as montadas são pretas.
POLAINAS
TROPAS MONTADAS
De atanado preto (couro curtido), conforme
a fig. 13
ESPORAS
De ferro com correia, fig. 14.
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