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Uniformes
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Infantaria e Artilharia - 1806 a 1814


UNIFORMES DE 1809/1815

BARRETINA
Modelo 1810, de forma cilíndrica a que os ingleses chamavam "stove-pipe" de qualidade muito inferior ao de 1806. Confeccionada em feltro preto com um reforço de couro em toda a volta na parte inferior e superior, pala de couro envernizado tudo da mesma cor. Por cima desta tem uma chapa de metal amarelo, estreita e do comprimento da pala, tendo ao meio e em aberto o número do regimento; um pouco mais acima, encontra-se outra chapa do mesmo metal e cor, em forma de elipse com as Armas de Portugal em alto-relevo.

Laço Nacional azul ferrete e escarlate sendo de lã para praças e oficiais inferiores e de seda para oficiais, colocado no alto da barretina na parte da frente ao meio e por cima coloca-se o penacho da respectiva cor, com cerca de 15 cm de altura, sendo confeccionado em lã para soldados e oficiais inferiores e de plumas para oficiais, tudo conforme as fig. 77, 78 e 79.

Figura 77
Figura 78
Figura 79

Nota:
Não se sabe ao certo a data da entrada ao serviço das barretinas do novo modelo (stove-pipe) mas, segundo fontes iconográficas contemporâneas, terá sido sensivelmente entre os anos de 1809 e 1810.Uma das fontes mais fidedignas que poderá servir para as datar são as gravuras anexas ao livro Instrucções / para o Exercicio / dos / Regimentos de Infanteria / por Ordem / do /Illustrissimo / e / Excellentissimo Senhor / Guilherme Carr Beresford /Marechal e Commandante em Chefe / dos Exercitos / com Approvação / de Sua Alteza Real / O Principe Regente / de Portugal. / Na Impressão Regia 1810. / Por Ordem Superior.

Estas são das primeiras gravuras, oficiais, com militares de infantaria com as novas coberturas de cabeça, contrastando com as pantalonas que
envergam do modelo de 1806. Assim, torna-se extremamente difícil precisar as datas em que uma e outra peça entraram ao serviço fig. 80 e 81.

Figura 80
Figura 81

Quando existem nos exércitos a substituição de modelos por outros novos, esta vai-se fazendo gradualmente e à medida em que os modelos antigos ficavam impróprios para uso, rotos, velhos, etc. e isso ia sucedendo aos poucos ou então era estabelecida uma data limite até à entrada definitiva do novo modelo. Portanto era muito natural verem-se militares, da mesma unidade, com os dois modelos ou até mesmo misturados, que dizer calça de um modelo e barretina de outro.

PENACHO DAS BARRETINAS
No ano de 1811 houve uma pequena alteração na cor dos penachos para a Infantaria, assim no quadro sinóptico desse ano verifica-se que para toda a Infantaria passaram a ser vermelhos na base com topo branco, fig. 82.

Nota:
A mudança da cor do penacho, na Infantaria, só se deve ter realmente dado em
1815, porque as fontes iconográficas da época, assim o fazem entender. O
quadro sinóptico, acima referido, embora faça menção ao ano de 1811, deve ter
sido feito depois de 1815, o que levou a pessoa que o iluminou a pintar as cores
dos penachos conforme se utilizavam nessa altura.


Figura 82

PANTALONAS
Modelo de 1809, compridas e bastante folgadas, terminando junto à bainha com uma abertura lateral, para se poderem vestir por cima das polainas e colocarem-se com as botas calçadas. De Inverno eram de cor azul ferrete e de Verão brancas ou cinzento claro, sendo esta última comum aos dois exércitos aliados. fig. 83.

Estas foram regulamentadas através da Ordem do Dia de 26 de Setembro de 1809, paragrafo 3º, onde se lê: As pantalonas deverão ser feitas de maneira que sejam abertas nas pernas, e bastante largas, e de maneira que se possam usar por fora das polainas.


Figura 83


QUADRO SINÓPTICO DAS CORES DISTINTIVAS DOS REGIMENTOS DE INFANTARIA
(1806 / 1815)

Nº do regimento
Gola
Canhões das mangas
Forro e vivos
Penacho
1
Azul Ferrete
Branco
Branco
Branco
2
Azul Ferrete
Branco
Encarnado
Branco
3
Azul Ferrete
Branco
Amarelo
Branco
4
Azul Ferrete
Encarnado
Branco
Branco
5
Azul Ferrete
Encarnado


Encarnado

Branco
6
Azul Ferrete
Encarnado
Amarelo
Branco
7
Azul Ferrete
Amarelo
Branco
Branco
8
Azul Ferrete
Amarelo
Encarnado
Branco
9
Azul Ferrete
Amarelo
Amarelo
Branco
10
Azul Ferrete
Azul claro
Branco
Branco
11
Azul Ferrete
Azul claro
Encarnado
Branco
12
Azul Ferrete
Azul claro
Amarelo
Branco
13
Branco
Branco
Branco
Branco
14
Branco
Branco
Encarnado
Branco
15
Branco
Branco
Amarelo
Branco
16
Encarnado
Encarnado
Branco
Branco
17
Encarnado
Encarnado
Encarnado
Branco
18
Encarnado
Encarnado
Amarelo
Branco
19
Amarelo
Amarelo
Branco
Branco
20
Amarelo
Amarelo
Encarnado
Branco
21
Amarelo
Amarelo
Amarelo
Branco
22
Azul claro
Azul claro
Branco
Branco
23
Azul claro
Azul claro
Encarnado
Branco
24
Azul claro
Azul claro
Amarelo
Branco



QUADRO SINÓPTICO DAS CORES DISTINTIVAS DOS REGIMENTOS DE ARTILHARIA 1806 1815

Nº do Regimento
Gola
Canhão das mangas
Forro e vivos
Penacho
1
Azul ferrete
Azul ferrete
Encarnado
Preto
2
Preto
Preto
Encarnado
Preto
3
Preto
Azul ferrete
Encarnado
Preto
4
Azul ferrete
Preto
Encarnado
Preto


BANDEIRAS

O Decreto de 19 de Maio de 1806 também criou novos modelos para as bandeiras regimentais, no caso da infantaria e artilharia verificam-se os seguintes parágrafos do respectivo Decreto:


§ XXV

Cada regimento de infantaria e artilharia terá duas bandeiras, uma das cores azul, branco, escarlate e amarelo; e outra da cor do forro da farda de cada regimento.


§ XXVII

As bandeiras terão uma cinta de seda das cores dos canhões das mangas e das golas do respectivo regimento enrolada na haste logo por baixo da lança com as pontas caídas.


§ XXVIII

As bandeiras terão bordadas no meio as Armas do Reino, e por baixo as palavras REGIMENTO Nº……. Aqueles regimentos a que pelo Decreto de 17 de Dezembro de 1795 foi concedido acrescentar nas bandeiras ao nome do regimento a palavra AO VALOR, conservarão esta mesma distinção, tendo por baixo das Armas as palavras AO VALOR DO REGIMENTO Nº…..

Uma das bandeiras eram esquarteladas de 16 quartéis de azul ferrete e encarnado, com uma aspa amarela, e no centro as Armas Nacionais assentes em fundo branco. Nos quatro cantos viam-se as inicias J P R com a respectiva coroa bordado a ouro sobre fundo branco, fig. 84.

A outra era lisa e da cor do forro do regimento o que correspondia à cor da Região Militar, tendo no centro as Armas Nacionais e por baixo a legenda REGIMENTO Nº…,
fig. 85.

Figura 84
Figura 85

Pelo Decreto de 13 de Novembro de 1813, publicado na Ordem do Dia de 13 de Março de 1814 publicou-se que pela occasião da famosa e memoravel Batalha de 21 de Junho de 1813 contra o exercito francez, o completo triumpho que obtiveram os exercitos alliados junto á cidade de Vitoria (…)

(…) E tendo-me sido igualmente constante que as duas brigadas de infanteria, compostas, a primeira dos regimentos nºs 9 e 21, commandada pelo brigadeiro Manley Power, e a segunda formada pelos regimentos 11 e 23, commandada pelo brigadeiro William Stubbs(…)

(…) haviam com a maior intrepidez, presença de espirito e sangue frio marchado direitas ao inimigo, vencendo gloriosamente todos os obstaculos e difficuldades extremosas que se lhes apresentava, obtendo merecer tal conducta esclarecida a admiração a applauso do duque marechal general (Wellington) e não menos de todos os militares do exercito alliado, que presenciaram tão decisivos feitos(…)

(…) hei por bem premia-los com a nobre recompensa de um distinctivo de honra que os torne notaveis, como merecem, e sou portanto servido que nas bandeiras dos sobreditos quatro regimentos de infanteria, se haja de pôr, circundado as minhas reaes armas, a seguinte inscripção em letras de oiro: "JULGAREIS QUAL É MAIS EXCELLENTE, SE SER DO MUNDO REI, OU DE TAL GENTE." a qual se conservará nas mesmas bandeiras, para memoria, emqunto em cada um dos regimentos existir vivo algum official, official inferior ou soldado dos que assistiram á batalha de Vitoria, e só deverá terminar em cada corpo com a morte do ultimo d'estes indivíduos(…) fig. 86.

Observação:
As fig. 87 e 88 são reconstituições efectuadas nas comemorações da Batalha do Buçaco.

Figura 87
Figura 88

 


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