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O Forte de São Pedro localiza-se ao sul do Campo Grande, a sudoeste na cidade alta em Salvador, no litoral do atual Estado da Bahia.

Erguido a partir do entrincheiramento de São Pedro, diante das Portas de São Bento (Portas de Vila Velha), em local escolhido pelos holandeses, quando da invasão de 1624, para uma fortificação. Tinha a função de defesa do acesso terrestre sudoeste aquela capital. Suas obras foram iniciadas a partir de 1627, no Governo Geral de Diogo Luís de Oliveira (1626-35), empregando faxina e terra, e sendo artilhado com trinta e cinco peças (BARRETTO, 1958:178). A partir de 1646, no Governo Geral de Antônio Teles da Silva (1642-47), foi reconstruído em alvenaria de pedra e cal, na forma de um polígono quadrangular com baluartes pentagonais nos vértices em estilo Vauban. Em 1661, diante da ruína da portada de acesso, em madeira, foi ordenada a sua substituição por outra, de pedra e cal.

No governo do Vice-rei D. Pedro Antônio de Noronha Albuquerque e Souza (1714-18), dentro do plano de fortificação de Salvador elaborado pelo Engenheiro francês Brigadeiro Jean Massé em 1714, foram-lhe acrescentadas muralhas, fosso e obras exteriores de defesa. Cisterna, Quartel de Comando e obras internas foram realizadas a partir de 1717, sendo o forte inaugurado em 1722, no governo do Vice-rei D. Vasco Fernandes César de Menezes (1720-1735). Sua nova portada de acesso foi erguida em arco abatido, superposta por uma espécie de tribuna. Dispostos ao redor do terrapleno encontram-se os edifícios de um pavimento ao abrigo das muralhas, e no centro, uma cisterna. Os vértices dos baluartes apresentam guaritas em forma de torreões encimados por cúpulas. BARRETTO (1958) informa que estava guarnecido por um Capitão e três soldados artilheiros, sendo a sua artilharia aumentada para quarenta e três peças, cinco de bronze (duas de calibre 10 libras, duas de 8, e uma de 3), trinta e sete de ferro (dezesseis de calibre 24, quatro de 12, quinze de 8, uma de 6 e uma de 2), e um morteiro de bronze de 1/2. Cooperava com o Forte de São Paulo, com o qual se comunicava por meio de uma cortina (Op. cit., p. 178-179).

Segundo o delator da Conspiração dos Alfaiates (1798-99), era no Forte de São Pedro que se reuniam os conspiradores, liderados pelos soldados Lucas Dantas e Luiz Gonzaga das Virgens, e pelos alfaiates João de Deus do Nascimento e Manuel Faustino dos Santos Lira (MARQUES, 1897:42).

De acordo com SOUZA (1885), em 1809 a sua artilharia estava reduzida a treze peças (Op. cit., p. 97). Acreditamos que o autor tenha se baseado no "Parecer sobre a fortificação da Capital", do Brigadeiro José Gonçalves Leão, presidente da Junta encarregada pelo Governador da Bahia, em 1809, de propor as obras necessárias para a defesa da península e do recôncavo (in: ACCIOLI. Memórias Históricas da Bahia. Vol. VI. p. 179 e segs). No contexto do levante militar de 1821 na Bahia, foi o último foco de resistência rebelde a cair, com a detenção do então Brigadeiro Manoel Pedro de Freitas Guimarães e de outros oficiais brasileiros (21/fev/1822), ante as forças portuguesas que passam a dominar Salvador, sob o comando do Coronel Inácio Luís Madeira de Melo (1775-1833). Este episódio antecedeu a Guerra da Independência (1822-23). Sofreu reparos em 1827, passando a abrigar um curso de artilharia e aulas de matemática para a guarnição de Salvador (1829). Nele também se abrigaram os revoltosos durante a Sabinada (1837-38), que o utilizaram como quartel-general, nele resistindo até à capitulação dos seus 597 defensores sob o comando do Tenente-coronel Sérgio Veloso (15/mar/1838). No contexto da Questão Christie (1862-65), o "Relatório do Estado das Fortalezas da Bahia" ao Presidente da Província (03/ago/1863), dá-o como inútil para a sua finalidade defensiva, utilizado como quartel militar (ROHAN, 1896:51), citando:

"É (...) de forma retangular, abaluartada, com 43 canhoneiras e um desenvolvimento de 2.518 palmos. De todas as construções que a completam, só as muralhas e plataformas conservam-se em bom estado, precisando tudo o mais de reparações no caso que haja de readquirir seu primitivo e próprio destino, o que aliás é hoje contrário à sua situação e à proximidade das construções urbanas.

Por semelhantes motivos julgo que foi destituída de seu caráter de praça de guerra e destinada a outros usos, servindo atualmente de aquartelamento do 8º Batalhão de Infantaria e Diretoria de Obras Militares." (Op. cit., p. 62)

GARRIDO (1940) informa que sofreu reparos em 1877, em 1881 e em 1883 (Op. cit., p. 88).

Uma grande reforma é efetuada em 1905, aterrando-se-lhe os fossos (GARRIDO, 1940:88), após o que o forte foi desarmado. No início de 1912 recebeu canhões Krupp de 75 mm. Tomou parte no bombardeio da cidade, juntamente com o Forte do Barbalho e com o Forte de São Pedro (10/jan/1912), no contexto da Política das Salvações do Presidente da República, Hermes da Fonseca (1910-14). Na ocasião foram alvejados o Palácio do Governo, a Prefeitura Municipal, o Teatro de São João (GARRIDO, 1940:92) e a Biblioteca Pública de Salvador, tendo esta última se incendiado em decorrência, com a perda de importantes documentos históricos do Arquivo da Bahia. Passou para a jurisdição do Governo do Estado em 1939 (GARRIDO, 1940:89). BARRETTO (1958:179) reporta que, à época (1958), as dependências do forte abrigavam uma CR, o estabelecimento de Subsistência, o de Fundos e a Auditoria, da 6ª Região Militar.

Encontra-se tombado como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 1957, quando abrigava a 6ª DSup do Exército. Restaurado, está aberto ao público, dentro do Projeto de revitalização das Fortalezas Históricas de Salvador, da Secretaria de Cultura e Turismo em parceria com o Exército. Para os aficcionados da telecartofilia, o vértice de um baluarte com respectiva guarita, ilustra um cartão telefônico da série Fortes de Salvador, emitida pela Telebahia (jun/1998).



 
 

 

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