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A Fortaleza de Santa Cruz da Barra localiza-se no lado oriental da barra da baía de Guanabara, no bairro de Jurujuba, município de Niterói, no estado brasileiro do Rio de Janeiro.

Cruzando fogos com a Fortaleza de São João e com o Forte Tamandaré da Laje, constituiu a principal estrutura defensiva da barra da baía de Guanabara e da cidade e porto do Rio de Janeiro durante o período da Colônia e do Império. Encontra-se guarnecida até aos dias de hoje, atraindo uma média de 3.500 visitantes por mês,[1] em visitas guiadas, de hora em hora, com a duração de cerca de 45 minutos. Atualmente é a sede da Artilharia Divisionária da 1ª Divisão de Exército.

Alguns autores repetem, incorretamente, que a primitiva ocupação de seu sítio remonta a uma defesa improvisada por Nicolas Durand de Villegagnon à entrada da barra (1555), artilhada com duas peça s e ocupada por forças portuguesas no contexto da campanha de 1565-1567, esquecidos de que as narrativas das fontes coevas se aplicam à tentativa de instalação de uma bateria na Ilha da Laje, fortificada pelos portugueses muito mais tarde.

A posição foi efetivamente ocupada pelos portugueses a partir de 1584, quando foi erguida uma bateria, sob a invocação de Nossa Senhora da Guia, na segunda gestão de Salvador Correia de Sá, "o velho", enquanto governador da Capitania Real do Rio de Janeiro (1577-1599).

Em 1599, essa bateria repeliu a esquadra sob o comando do almirante neerlandês Olivier van Noort, indevidamente reputado por alguns autores como corsário. De acordo com os diários de bordo, a esquadra, vítima de escorbuto, buscava "refrescos" (suprimentos frescos e água potável), o que foi negado pelas autoridades coloniais portuguesas, receosas de um ataque.
A fortaleza de Santa Cruz da BarraEm 1612, sob o reinado de Filipe III de Espanha, contando com vinte peças de artilharia de diversos calibres, passou a ser denominada como Fortaleza de Santa Cruz da Barra, tendo o seu regimento sido aprovado em 24 de janeiro de 1613 pelo governador da Capitania, Afonso de Albuquerque (1608-1614) (em outras fontes, D. Álvaro Silveira e Albuquerque), que teria determinado a escavação de cinco celas na rocha viva, com as dimensões de dois metros de altura por sessenta centímetros de largura
As invasões holandesas do BrasilNo início do século XVII, após a invasão holandesa de Salvador (1624-1625), a defesa da barra do Rio de Janeiro foi reforçada no segundo governo da Capitania do Rio de Janeiro por Martim Correia de Sá (1623-1632), conforme figurado por João Teixeira Albernaz, o velho ("Mapa da Capitania do Rio de Janeiro", 1631. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), onde se detalha em perspectiva a "A Fortaleza [de] Santa Cruz que o governador Martim de Sá fez à custa de sua fazenda depois que os rebeldes [neerlandeses] entraram na cidade da Bahia (...)", relacionando-lhe as defesas, a artilharia ("dezessete peças em função":

duas de bronze de nove libras de bala
duas de bronze de dez libras de bala
uma de bronze de dezoito libras de bala
uma de bronze, francesa, de dezoito libras de bala
uma de bronze de trinta e oito libras de bala
dois pedreiros de bronze
oito de ferro),
e a guarnição (um capitão e um alferes, vinte soldados e um bombardeiro).

Encontra-se representada como Fortaleza de Santa Cruz por Manuel Vaz Pereira ("Demonstrasão da barra do Rio de Janeiro e Planta da Laje", 1645. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa), por João Teixeira Albernaz, o moço ("Aparencia do Rio de Janeiro", 1666. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), e assinalado por Andreas Antonius Horaty ("Rio di Gennaro", c. século XVIII. Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro).

Foi descrita, pelos engenheiros Quitam e Lescolles em 1649 como uma "construção de um só parapeito de pedra em o qual estão entalhando umas troneiras que vão reinando todo ao redor da praça".[3] Em 1657 estava guarnecida por 1 condestável, 1 artilheiro e 19 soldados
As invasões francesas do século XVIIIAs suas defesas foram reforçadas no final do século XVII pelo governador da Capitania, Sebastião de Castro Caldas (1695-1697). Naquele momento, em 1696, foi construído um hornaveque e uma bateria baixa com planta no formato de um "V", ampliando o seu poder de fogo. À época estava artilhada com 38 peças.[5]

Assim reforçada, o fogo da sua artilharia, com o apoio do da fronteira Fortaleza de São João, repeliu a esquadra de cinco navios e mil homens do corsário francês Jean-François Duclerc (1671-1711), em 6 de agosto de 1710.

Se não impediu a invasão de 18 navios, 740 peças de artilharia, dez morteiros e 5.764 homens do corsário francês René Duguay-Trouin, em setembro de 1711, foi por se encontrar desguarnecida por ordem do então governador, Francisco de Castro Morais (1710-1711).[6] Contava então com 44 peças e foi ocupada pelos franceses até à sua retirada, em 13 de novembro de 1711.[7]

Em 1738 encontrava-se artilhada com 64 peças, das quais 27 estavam obsoletas ou eram consideradas inúteis. Daquelas em condições de uso, apenas quatro eram inferiores a 12 libras.[8]

A fortaleza encontra-se descrita, em meados do século XVIII, por um viajante francês:

"A Fortaleza de Santa Cruz, a mais importante do país, está situada sobre a ponta de um rochedo, num local onde todos os barcos que entram ou saem do porto são obrigados a passar a uma distância inferior ao alcance de um tiro de mosquete. A fortificação consiste numa compacta obra de alvenaria de 20 a 25 pés de altura, revestida por umas pedras brancas que parecem frágeis. Sua artilharia conta com 60 peças de canhão, de 18 e 24 polegadas de calibre, instaladas de modo a cobrir a parte externa da entrada do porto, a passagem e uma parte do interior da baía [de Guanabara]. Cada uma das peças referidas foi colocada no interior de uma canhoneira, o que gera um inconveniente: mesmo diante de um alvo móvel, como um barco à vela, elas só podem atirar numa única direção."[9]
Com a transferência da Capital, do Salvador para o Rio de Janeiro (1763), uma de suas reformas mais importantes ocorreu no governo do vice-rei, D. António Álvares da Cunha, 1° conde da Cunha (1763-1767), que determinou a ampliação do seu poder de fogo, visando proteger o embarque do ouro e diamantes das Minas Gerais, então efetuado no porto do Rio de Janeiro para Lisboa.

É desta fase o Plano da Fortaleza de Santa Cruz, novamente reedificada, pelo Conde da Cunha, em o ano de 1765 (AHU, Lisboa).[10] Segundo LAYTANO (1959), ao tempo do Vice-rei D. José Luís de Castro (1790-1801), este fez instalar vinte e nove peças de artilharia em uma nova bateria baixa (à flor d'água), no mesmo nível de uma outra, que existira anteriormente. De acordo com planta no Arquivo Histórico do Exército (AHEx, Rio de Janeiro), esse e outros pequenos acréscimos foram introduzidos em 1793.

À época do Império, durante o Período regencial, o Decreto de 24 de dezembro de 1831, determinou a redução do seu armamento à metade, ficando apenas uma peça de artilharia em bateria e outra sob abóbada ou rancho de palha.[11] Em 1838 encontrava-se artilhada com 112 peças, e guarnecida por 1.568 homens, sob o comando do Coronel João Eduardo Pereira Colaço Amado.[12]

No contexto da Questão Christie (1862-1865), as suas defesas foram reforçadas com a construção de casamatas à Haxo sobre a antiga bateria ao nível do mar, em três pavimentos: 20 casamatas no inferior, 21 no intermédiário, e uma bateria à barbeta no superior,[13] erguidas entre 1863 e 1870, ano em que se construíram os dois pontilhões que ligam a antiga "Bateria 25 de Março" ao segundo pavimento das novas casamatas. Recebeu moderno armamento estriado nas casamatas (1871), mantendo-se as peças antigas, de alma lisa, nas baterias descobertas. Iniciaram-se obras no Quartel da Tropa (1872), o paiol de pólvora, destruído por uma faísca elétrica, foi reconstruído (1875), concluindo-se a modernização da praça em 1877. Posteriormente foram instaladas Enfermaria, Farmácia e iluminação a gás carbônico (carbólico? 1882).[14] Encontrava-se artilhada, em 1885, por cento e quarenta e cinco peças de grosso calibre (135 em 1831, cf. GARRIDO, 1940:106; 135 em 1730, cf. BARRETTO, 1958:202), guarnecida pelo 1º Batalhão de Artilharia a Pé (cf. Decreto de 18 de abril de 1874), servindo ainda de Registro para os navios à entrada da baía
 
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