AS FORÇAS EXPEDICIONÁRIAS
A MOÇAMBIQUE 1894 / 1895
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Devido a uma questão de
partilhas de territórios, entre dois régulos
Landins, deram origem a fortes e sangrentos combates,
tendo que intervir o Governador das Terras da
Coroa, que com o intuito de sanar as lutas decidiu
fazer a divisão das terras; como seria
de prever houve uma parte que não ficou
agradada com esse resultado, tendo-se conseguido
uma paz aparente. Ao falecer um desses régulos,
o seu descendente decidiu reivindicar a posse
das terras, fazendo tábua rasa das decisões
anteriormente tomadas, começando logo por
ameaçar a autoridade do governo português.
Talvez por uma falta de tacto, o governo decidiu
aumentar o imposto de palhota e o que até
essa data era pago sem grandes problemas, foi
o suficiente para fazer explodir o "barril
de pólvora" e assim começou
a revolta que foi objecto de diversas campanhas,
tendo sido aproveitada pelos estrangeiros que
cobiçavam anexar Moçambique a outro
ou outros reinos europeus.
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Prisão de Gungunhana
- Rei Vátua - pelo Capitão Mouzinho
de Albuquerque acompanhado por apenas 49 soldados
e 2 oficiais às 18H00 de 28 de Dezembro
de 1895 na povoação de Chaimite
com cerca de 300 Guerreiros Vátuas.
(Quadro
pintado por Carlos Alberto Santos)
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O poderoso
régulo Gungunhana, senhor de um vasto império,
que governava com mão de ferro não
só os seus, como os que habitavam os arredores
do seu território, infligindo uma justiça
cruel e sanguinária a quem não lhe
obedecesse ou desagradasse. Este, era seguido por
milhares de temidos e audazes guerreiros, que lhe
tinham uma fidelidade até à morte.
Assim, as queixas dos autóctones às
autoridades portuguesas eram constantes, mas as
dificuldades que tínhamos, em socorrer essas
populações, eram enormes por falta
de meios humanos e materiais. |
Este grande rei Vátua, aproveitou
a revolta dos Landins para lhes fornecer alguns milhares
dos seus melhores guerreiros, afim de provocar uma maior
instabilidade junto das forças portuguesas, neste
sentido foi sub-repticiamente apoiado, catequizado e "armado"
por entidades estrangeiras com o intuito, que conseguiram,
de se rebelarem contra a presença portuguesa.
Paralelamente começou uma campanha
na imprensa de língua inglesa contra Portugal
e à sua falta de capacidade para gerir e até
mesmo possuir colónias. Os ingleses, há
muito que cobiçavam Moçambique, principalmente
a sua capital Lourenço Marques e não só,
daí o "Ultimatum de 1890" que acabaria,
mais tarde ou mais cedo, por nos forçar ao abandono
das nossas possessões da África Oriental,
a favor da Inglaterra e Angola possivelmente para a
Alemanha, pelo menos eram estas as intenções
que se evidenciavam.
Portugal mobilizou de imediato em 1894 uma força
expedicionária e outra no ano seguinte. Constaram
as nossas acções de duas Campanhas: a
de 1894/95 contra os Landins que se dividiram em quatro
operações e as de 1895 contra os Vátuas,
que foram duas.
UNIFORMES
Os fardamentos mais utilizados pelas
nossas forças expedicionárias eram constituídos
pelo pequeno uniforme e pelo uniforme de policia em
todo o caso é necessário ter presente
que a sua utilização em campanha não
era "muito regulamentar", quer-se com isto
dizer que geralmente misturavam estes dois uniformes
além de outros componentes que não eram
"da ordem", assim como a colocação
de galões e insígnias em locais não
regulamentares ou pelo menos não estavam devidamente
regulamentados, podendo levantar algumas dúvidas.
Estes casos serão assinalados no seu devido local.
A adicionar a isto ainda havia os militares
que envergavam diversos componentes de uniforme do Plano
anterior e que ainda estavam em condições
de serem utilizados.
Seja como for os componentes de uniforme
mais utilizados eram os confeccionados em brim branco
ou alvadio. Tratava-se de um tecido muito forte n.º
5 e 6 confeccionado em linho ou algodão, tornando-se
o mais apropriado para os climas africanos.
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