UNIFORMES DE CAMPANHA
COMUNS A SARGENTOS E PRAÇAS
DE
ARTILHARIA, CAÇADORES E INFANTARIA
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JAQUETA
De pano azul ferrete, abotoada ao meio por seis
botões, fig. 1. Gola, platinas e canhões
das mangas da cor correspondente à respectiva
Arma.
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Figura 1
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Arma
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Gola
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Platinas
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Canhões
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Botões
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Artilharia
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Encarnado
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Encarnado
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Preto, vivo encarnado
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Metal amarelo
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Caçadores
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Preto
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Preto
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Azul ferrete,
vivo preto
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Unha pretos
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Infantaria
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Encarnado
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Preto
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Azul ferrete,
vivo encarnado
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Metal amarelo
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BARRETINA
De uso exclusivo para os componentes de Caçadores
e Infantaria era confeccionado em feltro preto com
Laço Nacional de metal pintado de azul e
branco com botão de metal amarelo, francalete
de couro polido de preto com fivela de metal amarelo;
pala de couro envernizado de preto, com uma virola,
em relevo, do mesmo couro, tudo conforme as fig.
2. Era utilizado sem penacho e guarnições.
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Figura 2
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CAPA E COBRE-NUCA
Nas barretinas coloca-se uma capa, com cobre-nuca, de
linho branco tornado impermeável, este era fixo
à capa, fig. 3, passando pouco depois a ser amovível
sendo fixo à capa por intermédio de três
botões, fig. 4.
JALECO DE POLICIA
De brim cru, abotoando ao meio por intermédio
de seis botões de unha. Gola, canhões
das mangas e platinas do mesmo tecido e cor do jaleco,
tudo sem vivos nem guarnições, conforme
a fig. 5.
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Figura 5
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BARRETE DE POLICIA
De pano azul ferrete, cilíndrico, conforme
a fig. 6, com as seguintes diferenças:
- ARTILHARIA: vivo encarnado com
francalete.
- CAÇADORES: sem lista e guarnecidos aos
terços na altura por dois vivos de pano
preto, sem francalete.
- INFANTARIA: igual aos Caçadores mas os
vivos encarnados.
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Figura 6
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CALÇAS
De mescla azul claro, fig. 7 sendo:
- ARTILHARIA : com uma lista de
pano encarnado com 2,2 cm de largura em cada
costura exterior.
- CAÇADORES : com um vivo preto em cada
costura exterior.
- INFANTARIA : com um vivo encarnado em cada costura
exterior.
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Figura 7
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Nota:
Os vivos, na Infantaria, pelo Plano de Uniformes de
Setembro de 1892 eram carmesins, tendo passado a encarnado
pela Ordem do Exército N.º 17 de 15 de Julho
de 1893, ressalvando-se contudo um prazo de dois anos
para a sua substituição pelos oficiais
e as praças à medida em que "o pano
esteja consumido e outros artigos de cor carmesim até
esta data requisitados".
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CALÇAS DE BRIM
Bastante folgadas em toda a perna, apertando na
cintura por meio de um colchete de ferro, conforme
a fig. 8.
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Figura 8
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CAPOTE
ARTILHARIA, CAÇADORES E
INFANTARIA:
De mescla azul-escuro, tornada impermeável,
fig. 9 a única diferença é
que o de Caçadores tem os botões
de unha pretos.
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Figura 9
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BOTAS
De couro de bezerro, o cano é apertado pelo
lado de for a por intermédio de duas fivelas
de ferro envernizadas de preto, tudo como se vê
na fig. 10.
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Figura 10
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COBERTURAS DE CABEÇA
António Ennes no seu livro "A Guerra de
África em 1895" esclarece-nos: "Os
oficiais e soldados de Caçadores tinham ido de
Lisboa com os kepis, providos de capas brancas e tapa-nucas,
e desejou-se fornecer-lhes chapéus de feltro
de abas largas, semelhantes aos que tanto se haviam
recomendado à expedição de 1891;
mas não houve meio de os obter de pronto. Todos
os chapéus, desse tipo, que havia na cidade,
só chegaram para a artilharia, que os usava com
as fitas brancas, azuis e encarnadas, que denotavam
terem eles sido destinados para boers e não para
portugueses."
Nota:
O pequeno texto acima publicado explica em parte o motivo
da distribuição dos chapéus, mas
o facto é que tanto os Caçadores como
a Infantaria utilizavam barretina com capa e cobre-nuca
ou como em alternativa o barrete de policia.
A Artilharia e a Cavalaria (praças
e sargentos) não possuíam barretina, mas
somente, barrete de policia e capacete, neste sentido
ao desembarcarem em África não podiam
"entrar campanha", porque não tinham
a cabeça e a nuca devidamente protegida do sol,
dai a distribuição dos chapéus
ter sido feita prioritariamente à Artilharia
e Cavalaria.
CHAPÉUS
Confeccionados em feltro, passando por todos os
tons de castanho e dos modelos mais diversos, com
abas largas e redondas, tendo um ventilador de cada
lado da copa. A fita, o debrum e o francalete em
carneira. Eram utilizados conforme o gosto do seu
possuidor, isto é com as abas direitas, abatidas,
levantadas de uma lado ou do outro, na frente, etc.,
conforme as fig. 11, 12 e 13. Por vezes colocavam
o Laço Nacional azul e branco e os emblemas
da respectiva Arma.
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Figura 11
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Parece que as tropas que embarcaram
em 1895 já levavam "um chapéu
de aba larga de cor cinzenta" (Jorge Freitas
in: Jornal do Exército n.º 423 de Março
de 1995) e que possivelmente seria parecido com
o modelo da fig. 14. |
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Figura 14
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