Voltar à pagina inicial
        Busca Mundial Busca Portugalweb.net
        Busca Mundial Busca Portugalweb.net
História
História
«««««««««««««













 
O Exército Português na KFOR - 1999


TASK FORCE(3) PEGASUS

TASK FORCE PEGASUS foi o nome dado à unidade operacional de escalão batalhão do Exército Português no seio da KFOR. Foi constituída, por períodos de 6 meses, por três Agrupamentos(4) mobilizados e aprontados pelas três brigadas do Exército Português: o Agrupamento BRAVO da Brigada Aerotransportada Independente (BAI); o Agrupamento CHARLIE da Brigada Ligeira de Intervenção (BLI) e o Agrupamento DELTA da Brigada Mecanizada Independente (BMI). O nome PEGASUS foi dado pelo Comandante do Agrupamento BRAVO - primeira unidade de escalão batalhão no Kosovo - fazendo alusão à combinação de uma unidade de Cavalaria Paraquedista e a uma unidade de Cavalaria de Policia do Exército que constituíam este Agrupamento.

Fora do contexto da KFOR os Agrupamentos eram chamados pelas suas letras, BRAVO, CHARLIE e DELTA. Os nomes advêm do alfabeto fonético e começaram pela segunda letra, BRAVO, por ser esse Agrupamento o segundo, dentro do Exército Português, a cumprir missões fora do Território Nacional. O primeiro foi o Agr ALFA/BLI/SFOR destacado para a Bósnia-Herzgovina de Julho de 1998 a Janeiro de 1999.


Mapa 3

A Área de Responsabilidade (AOR) da TF PEGASUS correspondia, praticamente, ao município de Klina (mapa 3) e o seu aquartelamento foi montado em unidades fabris abandonadas desta povoação. O aquartelamento foi primeiro baptizado de "Aquartelamento Mousinho de Albuquerque" - nome do herói nacional das campanhas ultramarinas do fim do século XIX e patrono da Arma de Cavalaria - e depois de "Aquartelamento D. Afonso Henriques" - nome do primeiro Rei de Portugal e Patrono do Exército Português. A TF PEGASUS esteve presente em Klina de 07 de Agosto de 1999 a 22 de Abril de 2001 e a sua actividade operacional decorreu de 11 de Agosto de 1999 até 31 de Março de 2001, perfazendo um total de 557 dias de actividade operacional.

Os Agrupamentos durante a fase de aprontamento, instrução e treino, em Portugal, dependiam operacionalmente das brigadas a que pertenciam. Quando no TO do Kosovo integravam a BMN-O e a sua ligação a Portugal dependia do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA).

ORGANIZAÇÃO

A TF PEGASUS era uma unidade de escalão batalhão (Agrupamento) constituída por um Comando, uma unidade de escalão companhia de Comando e Serviços e duas unidades operacionais de escalão companhia. O Agrupamento tinha um total de 295 militares distribuídos por 30 Oficiais, 74 Sargentos e 191 Praças, com um total de cerca de uma centena de viaturas, das quais 59 eram de natureza táctica.

O Comando e Estado-Maior

O Comandante do Agrupamento era de posto Tenente-Coronel com um segundo Comandante de posto Major. No seu Estado-Maior, o Agrupamento tinha as habituais secções de Pessoal, Informações, Operações e Logística, para além de oficiais para as áreas técnicas de transmissões, finanças, saúde e assistência religiosa. Na organização interna no âmbito da área de Operações foram incluídos Oficiais para a área da Cooperação Civil-Militar (CIMIC) e para a área das Operações Psicológicas (PSYOPS) e Informação Pública.

A subunidade de apoio de serviços

Na subunidade de apoio de serviços estavam concentrados os meios necessários ao apoio logístico do Agrupamento, com especial incidência para os meios de transporte, comunicações, manutenção e apoio sanitário. Nesta subunidade estavam também concentrados os meios de apoio de combate, nomeadamente os meios de Vigilância do Campo de Batalha (VCB) e os meios de Engenharia. Esta vertente do Apoio de Combate não foi empregue nos moldes convencionais mas reverteu, no caso da secção de Vigilância do Campo de Batalha, para reforço da Célula CIMIC e no caso do Pelotão de Engenharia para trabalhos de protecção e melhoramento do aquartelamento, monitorização radiológica, bem como para acções CIMIC. No âmbito do apoio de serviços a TF PEGASUS contava ainda no seu aquartelamento com um destacamento de Transmissões - para ligação à BMN-O - e com um destacamento EOD(5) , ambos do Exército Italiano.

A subunidade de manobra mecanizada

Esta subunidade estava equipada com viaturas do tipo Viatura Blindada de Transporte de Pessoal (VBTP) M113 de origem americana. Tradicionalmente estas unidades são de Infantaria Mecanizada mas no Agrupamento BRAVO foi de Policia do Exército(6) que para efeito viu alterado os seus tradicionais quadros orgânicos para receber condutores qualificados e pessoal especializado de manutenção. As duas seguintes subunidades que deram corpo a esta subunidade nos Agrupamentos CHARLIE e DELTA foram de Infantaria Mecanizada, embora só a do Agrupamento DELTA - proveniente da Brigada Mecanizada Independente - tenha estes meios orgânicos de origem.

Era constituída por uma Secção de Comando, uma Secção de Manutenção e dois Pelotões de Atiradores Mecanizados. Os Pelotões de Atiradores viram alterada a orgânica da sua Secção de Atiradores para cumprimento das tarefas no Teatro de Operações do Kosovo.

A subunidade de manobra de reconhecimento

Esta subunidade foi sempre um Esquadrão de Reconhecimento (ERec) e embora tendo por base os meios orgânicos do ERec/BAI foi constituída pelos três Esquadrões de Reconhecimento independentes das três brigadas do Exército Português. Este Esquadrão contava com uma Secção de Comando, uma Secção de Manutenção, dois Pelotões de Reconhecimento e um Pelotão de Morteiros Médios .

Ao contrário da sua congénere de Policia do Exército e da Infantaria Mecanizada, esta subunidade manteve-se fiel à organização dos seus pelotões de Reconhecimentos que se mostrou, com pequenos ajustes, adequada ao cumprimento das tarefas no TO do Kosovo. O Pelotão de Morteiros Médios era a unidade orgânica de Apoio de Fogos Indirectos da Task Force. Por força das circunstâncias este pelotão desempenhou igualmente as tarefas atribuídas aos pelotões de Reconhecimento e Pelotões de Atiradores Mecanizados.

AS MISSÕES
As missões que a TF PEGASUS cumpriu foram as seguintes:
- Estabelecer uma presença permanente em toda a AOR.
- Monitorizar, verificar e quando necessário impor o cumprimento dos acordos (MTA(7) e a Desmilitarização e transformação do UÇK em TMK ).
- Assegurar permanentemente a liberdade de movimentos nos itinerários da AOR.
- Controlar as vilas de Klina e de Zlokucane.
- Monitorizar a Lei e a ordem em todas as povoações da AOR.

- Estabelecer e manter medidas de segurança contra ataques de morteiro contra locais religiosos, culturais ou politicos na AOR. Em concreto, a TF PEGASUS foi responsável pela segurança permanente do Mosteiro Ortodoxo de Budisavci .

- Garantir a segurança e/ou defesa do Aquartelamento.
- Estabelecer a ligação com as autoridades locais, o Alto Comissariado para os Refugiados das Nações Unidas (UNHCR), as Organizações Internacionais (OI) e as Organizações Não Governamentais (ONG).
- Cooperar com a Missão das Nações Unidas para o Kosovo (UNMIK) na melhoria dos padrões de vida locais e no processo de transformação do UÇK.
- Prestar ajuda humanitária.
- Reforçar outras unidades da BMN-O ou de outras brigadas da KFor.

AGR BRAVO/BAI/KFOR

Esta foi a primeira unidade que constituiu a TF PEGASUS no Teatro de Operações do Kosovo. Foi responsabilidade da BAI e durante a fase de aprontamento esteve aquartelado no Comando de Tropas Aerotransportadas desta Brigada (CTAT/BAI) na vila de Tancos. O Agr BRAVO era constituído por um Esquadrão de Comando e Serviços, o 2º Esquadrão de Policia do Exército do Regimento de Lanceiros Nº2 sediado na Ajuda em Lisboa que dentro do Agr BRAVO tomou a designação de Esquadrão de Lanceiros (ELAN) e o Esquadrão de Reconhecimento da BAI que está aquartelado no Regimento de Cavalaria Nº3 situado na cidade de Estremoz.
O Agr BRAVO iniciou a sua vida a 17 Março de 1999, quando foram difundidos os primeiros convites destinados a Oficiais, Sargentos e Praças para integrar este Agrupamento. O Agrupamento foi extraído do Kosovo a 11 de Fevereiro de 2000 e foi extinto pouco tempo depois.

HERÁLDICA

ARMAS:
- Escudo verde perfilado a negro, um círculo canelado prateado carregado de duas rosetas a negro;
- Elmo militar de prata, forrado de vermelho, a três quartos para a dextra;
- Correia de vermelho perfilada a ouro;
- Paquife e virol de prata e verde;
- Timbre: Um Grifo de negro, segurando na garra dextra, uma adaga do mesmo;
- Num listel prata, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de negro, maiúsculas, de estilo elzevir "DOS FRACOS NÃO REZA A HISTÓRIA".

SIMBOLOGIA:
- O VERDE do campo, lembra a cobertura vegetal do terreno, elemento aliado do militar no cumprimento das mais diversas missões tácticas.
- O CÍRCULO CANELADO, lembra um pára-quedas aberto e especifica a qualificação básica dos militares da unidade organizadora.
- As ROSETAS, representam as esporas que eram recebidas - bem como a espada - na cerimónia de investidura do cavaleiro, ritual que creditava o jovem como merecedor de ter sido admitido na cavalaria. Aludem, pois à natureza das subunidades de manobra do Agrupamento Bravo - um Esquadrão de Reconhecimento e um Esquadrão de Lançeiros.
- O GRIFO, animal fabuloso que reúne as qualidades da águia e do leão, simboliza a vigilância constante do território sob sua custódia.
- A ADAGA, símbolo da condição militar, materializa a bravura e as capacidades individuais que garantem ao conjunto, o poderio necessário ao estabelecimento e manutenção da justiça e da paz.
- A DIVISA, " DOS FRACOS NÃO REZA A HISTÓRIA ", exorta para o cabal cumprimento das missões atribuídas e para a ousadia, até aos limites do possível, posta na sua execução.

- Os esmaltes significam:
- A PRATA, a humildade e a verdade nos procedimentos;
- VERDE, a fé e a esperança, postos no cumprimento da missão;
- NEGRO, a constância nas adversidades e a firmeza nas convicções.

AGR CHARLIE/BLI/KFOR

O Agrupamento CHARLIE, foi a segunda unidade de escalão Batalhão a dar corpo à TF PEGASUS. Foi responsabilidade da BLI e para a fase de aprontamento concentrou-se, a partir de 06 de Setembro de 1999, no Regimento de Infantaria Nº13 (RI 13) na cidade de Vila Real. Tinha uma Companhia de Comando e Serviços e uma Companhia de Atiradores com origem no RI 13 e o Esquadrão de Reconhecimento da BLI, aquartelado no Regimento de Cavalaria Nº6 situado na cidade de Braga.
O Agrupamento CHARLIE iniciou a sua vida em 6 de Setembro de 1999, assumiu a responsabilidade do sector da TF PEGASUS a 11 de Fevereiro de 2000 e foi rendido, no Kosovo, pelo Agrupamento DELTA em 11 de Agosto de 2000. Foi desactivado a 18 de Agosto de 2000.

HERÁLDICA

ARMAS:
- Escudo de azul, semeado de estrelas de seis raios de prata; brocante uma besta armada entre duas rosetas, tudo de ouro;
- Elmo militar de prata, forrado de vermelho, a três quartos para a dextra;
- Correia de vermelho perfilada de ouro;
- Paquife e virol de azul e de prata;
- Timbre: um penereiro de prata;
- Divisa: num listel de prata, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de negro, maiúsculas de estilo elzevir "BRAÇO FORTE DE GENTE SUBLIMADA".

SIMBOLOGIA:
- O AZUL do campo lembra o das armas da Brigada Ligeira de Intervenção, evocando assim esta grande unidade, responsável pela organização e aprontamento do Agrupamento Charlie.
- As ESTRELAS representam os cristais de neve, numa alusão ao rigor do clima tanto de Trás-os-Montes, região de aperfeiçoamento operacional do Agrupamento Charlie, como do Kosovo, teatro de operações a que se destina.
- A BESTA, simbolo tradicional da Infantaria, representa os "infantes do Marão", principais constituintes do Agrupamento Charlie.
- As ROSETAS representam os "Dragões entre Douro e Minho" e lembram as esporas de ouro que, no campo de batalha após um feito de armas, na austeridade hierática de uma catedral, depois de longa velada de armas, solenemente recebiam aqueles que, jurando não recear a morte, eram então armados cavaleiros.
- O PENEIREIRO-vulgar ou peneireiro-de-dorso-malhado (Falco tinnunculus), espécie ornitológica do continente português, bem característica pela sua facilidade em se imobilizar no céu de onde, vai seguindo atentamente a actividade do solo e age com rapidez quando algo detecta, simboliza a vigilância permanente e a velocidade de actuação necessárias numa missão de apoio à paz.
- A DIVISA, "BRAÇO FORTE DE GENTE SUBLINHADA", Lus. III-14, sublinha a determinação de um povo com mais de oito séculos de História, em defender activamente a paz como valor fundamental.
- Os esmaltes significam:
- O OURO, força e perseverança;
- A PRATA, franqueza e rectidão no procedimento;
- O AZUL, zelo e lealdade.

AGR DELTA/BMI/KFOR

Consequência da decisão política do Estado português reduzir os seus efectivos na KFOR, o Agr DELTA foi a ultima unidade de escalão batalhão mobilizada para se constituir em TF PEGASUS e assim também representar o Exército Português na KFOR. Foi atribuída à BMI a responsabilidade de organizar, preparar e aprontar esta Força Nacional Destacada. O Agrupamento DELTA foi levantado no Regimento de Cavalaria Nº4 (RC4) situado no Campo Militar de Santa Margarida (CMSM) e teve um Esquadrão de Comando e Serviços com base no RC4, uma Companhia de Atiradores Mecanizado com origem na 2ª Companhia de Atiradores Mecanizada do 1ºBatalhão de Infantaria Mecanizada da BMI e o Esquadrão de Reconhecimento também desta brigada. Dos três ERec que integraram a TF Pegasus, o ERec/BMI foi o único que não empregou os meios iguais aos que lhe são orgânicos já que está equipado com viaturas da familia M113A2 nas versões de transporte de pessoal, porta-morteiros 10,7mm e porta mísseis TOW2 e Carros de Combate M60A3TTS.
O Agrupamento DELTA iniciou a sua vida a 17 Janeiro de 2000, assumiu a responsabilidade do sector a 11 de Agosto de 2000, terminou a responsabilidade operacional a 31 de Março de 2001, iniciou o processo de extracção a 14 Abril e os últimos militares chegaram ao Território Nacional a 10 de Maio de 2001. Foi extinto a 18 de Maio de 2001.

HERÁLDICA

ARMAS:
- Escudo de azul, um triângulo de ouro carregado de uma espada antiga de negro;
- Elmo militar de prata, forrado de vermelho, a três quartos para a dextra;
- Correia de vermelho perfilada de ouro;
- Paquife e virol de azul e de ouro;
- Timbre: um cavalo empinado de azul, saínte, caparazonado de ouro;
- Divisa: num listel de prata, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de negro, maiúsculas, de estilo elzevir "COMO A RAZÃO E A ORDEM CONCERTAVAM".

SIMBOLOGIA:
- O AZUL do campo, lembra as armas da Brigada Mecanizada Independente, enquanto Grande Unidade mobilizadora e as da OTAN, no quadro da qual o Agrupamento irá cumprir a sua missão;
- O TRIÂNGULO equilátero, simbolo da estabilidade, do equilibrio e da harmonia, é a representação, no alfabeto grego, da letra "Delta" e alude, de modo falante à designação do Agrupamento e, também, à estrutura ternária desta unidade;
- A ESPADA antiga, simboliza a capacidade do emprego da força e simultaneamente a justeza e imparcialidade na conduta;
- O CAVALO armadurado, evoca o Regimento de Cavalaria Nº4, unidade responsável pelo aprontamento e organização do Agrupamento Delta. Alude às características de mobilidade e protecção blindada dos materiais que equipam o Agrupamento;
- A divisa "COMO A RAZÃO E A ORDEM CONCERTAVAM", Lusíadas I-23, reflecte o carácter da missão do Agrupamento Delta no âmbito das Operações de Apoio à Paz.

- Os esmaltes significam:
- O OURO, a nobreza do carácter do militar português e a constância na conduta;
- O AZUL, zelo na defesa dos princípios, a lealdade ao mandato que receberam e a rectidão no procedimento;
- O NEGRO, o senso e a firmeza na acção.

Página seguinte >>>
<<<Página anterior


 

Viriatus é uma marca registada da Arte Vila - 2001 todos os direitos reservados