As Parabellum Portuguesas
Jaime Regalado
Introdução
Portugal toma um lugar digno de referência na
história mundial da pistola Parabellum, não
apenas por ter sido um dos primeiros países a
efectuar testes e a adoptá-la como arma regulamentar,
mas ainda por a ter mantido ao serviço durante
mais tempo.
No final do século XIX, com o advento das pólvoras
sem fumo, foi possível conceber com sucesso armas
ditas semi-automáticas, em que as forças
associadas ao escape de gases da explosão são
aproveitadas para ejectar o invólucro vazio,
armar o mecanismo de percussão e introduzir uma
nova munição na câmara de disparo.
Destacam-se alguns sistemas, particularmente engenhosos,
como o da pistola Bergmann, Roth, Mannlicher, Schwarzlose
e Borchardt. Todas estas armas usavam contudo sistemas
mecânicos bastante complexos, carentes de manutenção
e cuidados na utilização que as afastavam
ainda da utilização militar.
Nos últimos anos do séc. XIX, o engenheiro
austríaco Georg Luger (1849-1923) da fábrica
de armas Deutsch Waffen und Munnitionfabrik - DWM, antigo
oficial, atirador dotado e conhecedor das características
que uma arma militar devia possuir, redesenhou de uma
forma feliz a algo deselegante mas sofisticada pistola,
concebida por Hugo Borchardt, transformando-a na mundialmente
conhecida pistola Parabellum.
Outras armas foram igualmente objecto de estudo e aperfeiçoamento
por parte de Georg Luger, nenhuma contudo atingiu o
sucesso da pistola Parabellum, que, em muitos países,
é conhecida por pistola Luger.
Os primeiros países a adoptar a pistola Parabellum
como arma regulamentar foram a Suiça e a Bulgária,
em 1900, antes mesmo da Marinha de Guerra Alemã,
que a adoptou apenas em 1904. Foi precisamente após
a sua adopção pela "Kriegsmarine"
que uma série de outros países da Europa,
América do Sul e mesmo os Estados Unidos da América
se interessaram por esta arma e deram início
a uma série de ensaios comparativas.
A Pistola Parabellum em Portugal
Em Portugal, os primeiros ensaios com a pistola Parabellum,
com o objectivo de equipar os oficiais o Exército
com uma pistola automática, decorreram em 1906.
A comissão de oficiais de artilharia nomeada
para o efeito, presidida pelo Coronel Matias Nunes,
foi unânime em reconhecer que esta arma era a
que melhor satisfazia os requisitos propostos, tanto
a nível balístico como de funcionamento
em geral.
Para estes ensaios foram adquiridas 30 pistolas Parabellum,
modelo 1900, em calibre 7,65 mm parabellum e com cano
de 120 mm (fig. 1). É notavel o cuidado posto
pela DWM no fabrico destas armas pois, ainda que para
testes, receberam a coroa e o monograma de D. Carlos
I gravado na superfície exterior sobre a câmara
(fig. 2).
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fig. 1 - Representação
esquemática da pistola Parabellum Mod. 1900,
onde se pode observar a mola real com forma laminar.
Também as "orelhas" da articulação
dos tirantes da culatra têm uma forma côncava
de modo a facilitar a acção manual
de armar o mecanismo. |
fig. 2 Pormenor do
monograma de D. Carlos I na pistola Parabellum 7,
65 modelo 1900, um dos 30 exemplares que vieram
para Portugal para ensaios em 1906. |
Não obstante o parecer
favorável desta comissão, pelas proverbiais
faltas de dinheiro, não foi contratada a sua
aquisição. Em 1907, uma nova comissão
de oficiais de artilharia foi nomeada para proceder
a novos ensaios, que veio a corroborar o parecer da
comissão anterior. Ficou então decidida
a aquisição destas armas, para substituír
o revólver Abadie para Oficiais, tendo sido encomendadas
de imediato cerca de 50 unidades destinadas a alguns
oficiais que, nesse mesmo ano, marchavam para o Sul
de Angola para a Campanha dos Cuamatos, (fig. 3 a).
A urgência posta nesta aquisição
levou a que a DWM fornecesse armas que dispunha prontas,
destinadas ao mercado civil. Estas armas, entretanto
já do modelo 1906 (figs. 4 a, b), são
tecnicamente idênticas às que viriam a
ser posteriormente fornecidas, por contrato, porém
desprovidas de monograma e coroa e com números
de série próximos do 25 000 [Jones] dispostos
de acordo com a numeração civil (1).
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Fig, 3 a) Oficial de
Dragões na Campanha dos Cuamatos em 1907.
À cintura, é evidente um coldre que,
pela sua forma revela tratar-se de uma Parabellum.
In, Ilustração Portuguesa
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Fig. 3b) 2ª Secção
do 2º Pelotão da Companhia de Caçadores
673 em Angola Aquartelamento de M'Pozo, Distrito
do Zaire, ZIN em fotografia informal para a família,
no regresso de uma patrulha, no início de
1965. Aos furrieis e praças estava distribuída
a pistola Parabellum enquanto os oficiais possuiam
a recém adquirida Whalter P-38. Em ambos
os casos estas armas eram frequentemente usadas
sob o camuflado de modo a não denunciar o
posto. 58 anos separam estas duas fotografias. Arquivo
particular
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Fig. 4.a) Pistola Parabellum 7,
65 mm, modelo 1906 comercial, um dos exemplares
adquiridos à DWM, extra contrato, em 1907,
para a Campanha dos Cuamatos. |
Fig. 4.b) Vista superior desta
arma, onde se observa apenas do monograma da DWM. |
Só em 1908, já no reinado
de D. Manuel II, foi formalizada a encomenda de 3 500
pistolas Parabellum e respectivos acessórios.
A primeira entrega destas armas teve lugar em meados
de 1908, estendendo-se o fornecimento até meados
de 1910. Tratava-se, uma vez mais, não do modelo
1900 usado nos testes, mas sim do modelo 1906, com alguns
melhoramentos significativos em relação
ao primeiro (fig. 5.a). Estas armas, também em
calibre 7,65 parabellum (.30 Luger), possuem um cano
de 120 mm, com 4 estrias, dextrógiras, com um
passo de 250 mm e uma profundidade de 0,125 mm. Na superfície
exterior da câmara de disparo possuem gravado
a coroa e monograma de D. Manuel II e, gravado na superfície
do tirante posterior da joelheira, a inscrição
DWM em letras entrelaçadas e decoradas com arabescos
(fig. 5.b).
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Fig. 5.a) Pistola Parabellum M/908
do Exército Português fabricada pela
DWM (Mod. 1906), com monograma de D. Manuel II,
juntamente com o coldre e os acessórios com
que foi distribuída aos oficiais. |
Fig 5.b) Vista superior da Pistola
Parabellum M/908 onde se pode observar o monograma
de D. Manuel II e da DWM, sobre a câmara e
no tirante da culatra, respectivamente |
Na face lateral esquerda do extractor,
na superfície polida, surge gravada a palavra
"CARREGADA", que fica visível apenas
quando uma munição se encontra introduzida
na câmara de disparo (fig. 6). A numeração
encontra-se disposta nos sítios convencionais
adoptados pela DWM para a numeração de
armas contratadas, ou seja, possuem o número
completo no cano e na face anterior do punho. Nas restantes
peças principais surgem apenas os dois últimos
dígitos do número de série. Esta
numeração, usada pela DWM para as armas
contratadas, previa que a numeração começasse
em 1 com as primeiras armas fornecidas e, em aquisições
posteriores, pela mesma entidade, a numeração
continuaria de forma sequencial, tendo assim, cada país
ou força, uma numeração própria
e independente. Neste caso a numeração
recai no intervalo entre 1 e 3500, como seria de esperar
nesta situação de contrato.
Estas armas receberam a designação oficial
de "Pistola Parabellum 7,65 mm m/1908".
Todas as inscrições até aqui descritas,
algumas especificamente para armas portuguesas, foram
aplicadas na DWM. Além destas, surge ainda uma
punção de verificação portuguêsa,
aplicada pela comissão de recepção,
constituído por um triângulo equilátero
circunscrito por um círculo (fig. 6), colocado
na face posterior do punho e na face esquerda da superfície
exterior da câmara de disparo e na base dos carregadores
(fig. 8.a).
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fig. 6 Pormenor do extractor da
Pistola Parabellum M/908 onde se pode ler a palavra
"CARREGADA" quando este se encontra elevado
por se encontrar uma munição na câmara,
assim como a punção de verificação,
aplicado em Portugal, pela comissão de recepção
destas armas.
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Fig. 8.a) Pormenor da base do carregador
da pistola Parabellum m/908 onde se pode observar
a punção de verificação
do AE.
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Na alavanca de segurança do polegar
não existe qualquer inscrição que
permita identificar a posição de segurança.
Esta distinção é feita, nos modelos
1900 e 1906, pela presença de uma pequena superfície
polida com o recorte exacto da alavanca de segurança,
indicando-nos se esta superfície estiver visível
que a arma se encontra em segurança, se não
estiver visível que se encontra em posição
de tiro (figs. 7 a, b). Ao contrário do que habitualmente
é afirmado, não se trata de um vestígio
de qualquer inscrição que foi apagada.
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fig. 7 - Pormenor da alavanca de
segurança de polegar da pistola M/908
a) em posição de fogo
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b) em posição de
segurança, onde se pode observar a superfície
polida com o recorte da dita alavanca. |
Estas armas são um claro exemplo
da boa qualidade de fabrico e acabamentos (nomeadamente
os característicos oxidados) da DWM do período
antes da 1ª Guerra Mundial.
Posteriormente, também a Marinha Portuguesa armou
os seus oficiais com pistolas Parabellum, em substituição
do revólver ADAMS Mod. 1877 (já em fogo
central) e do revólver Abadie. Não se
conhecem referências aos testes efectuados pela
Marinha, no entanto, a 22 de Novembro de 1909 foi estabelecido
um novo contrato entre a DWM e o Governo Português
para o fornecimento de 350 pistolas Parabellum modelo
1906, em calibre 9 mm parabellum, com o cano de 100
mm, assim como os respectivos acessórios que
se compunham de 350 coldres em cabedal, 350 porta carregadores
duplos em cabedal, 350 escovilhões e ainda 2
000 munições de pólvora sem fumo
no valor total de 32,260 Francos Franceses. Estas armas
foram fornecidas nos três meses subsequentes ao
referido contrato.
Na superfície exterior da câmara, as pistolas
de Marinha, possuem gravada uma âncora encimada
por uma coroa e, tal como no modelo do Exército,
as iniciais DWM, gravadas no tirante anterior da joelheira
(fig. 9.b), assim como a inscrição "CARREGADA"
na face esquerda do extractor (fig. 10).
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fig. 9
a) Pistola Parabellum M/910 em calibre 9 mm e cano
de 100 mm, destinada à Marinha de Guerra
Portuguesa.
b) vista superior desta arma onde se pode observar
a âncora coroada cobre a câmara e o
monograma da DWM no tirante da culatra.
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fig. 10 - Pormenor do extractor
da Pistola Parabellum M/908 onde se pode ler a palavra
"CARREGADA" quando este se encontra elevado
por se encontrar uma munição na câmara
e pormenor da punção MP, punção
de verificação aplicada em Portugal
pela comissão de recepção e
verificação da Marinha de Guerra Portuguesa.
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Todas estas inscrições
bem como o número de série foram colocadas
na fábrica DWM. A numeração destas
armas situa-se entre 1 e 350, pois trata-se de um contrato
independente do estabelecido com o Exército.
Nestas armas surge igualmente uma punção
de verificação portuguêsa composta
pelas letras MP, que certamente significará Marinha
Portuguesa (fig. 10). Do mesmo modo, na alavanca de
segurança do polegar não existe qualquer
inscrição mas apenas a superfície
polida com o contorno da própria alavanca. Na
base de madeira dos carregadores destas armas surge
gravado o calibre (fig. 8.b). Estas armas tomaram a
designação oficial de "Pistola Parabellum
m/910"
Em Outubro de 1910, com a implantação
da República, alguns oficiais, seguidores mais
ardentes da causa republicana, não querendo que
a sua arma pessoal ostentasse a coroa e o monograma
de D. Manuel II, removeram-nos, pelo que se torna algo
frequente encontrarmos pistolas em que a coroa e o monograma
foram apagados ficando apenas um rectângulo, de
aço polido, sem que tenha sido depois reoxidado
(fig. 11). Observando várias destas armas verifica-se
uma grande semelhança no modo como este processo
foi levado a cabo, apesar de, mesmo durante o calor
pós-revolucionário, não ter havido
qualquer ordem ou regulamentação no sentido
de o fazer.
O mesmo ocorreu nas armas da Marinha em que alguns oficiais
removeram a corôa, permanecendo apenas a âncora.
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Fig. 8.b) Pormenor da base do carregador
da pistola Parabellum m/910, de marinha, onde se
pode observar a inscrição relativa
ao calibre. |
fig. 11 - Vista superior de uma
Pistola Parabellum M/908 onde se pode observar que
o monograma de D. Manuel II foi removido e polida
a superfície onde este antes se encontrava.
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Em 1912, teve ainda lugar uma nova encomenda,
pela Marinha, de mais 300 pistolas Parabellum, do modelo
1906 com calibre 9 mm parabellum que foram entregues
em duas remessas, havendo referência que a última
delas, teve lugar em Agosto desse ano.
Estas armas são em tudo idênticas às
anteriormente encomendadas, excepto que em vez da âncora
coroada possuem agora gravada uma âncora, semelhante
mas encimada pelas letras RP (República Portuguesa)
(fig. 12). A punção de verificação
MP continua a surgir mas, curiosamente, não em
todas as armas. A numeração destas armas
recai no intervalo 351-650, na sequência do primeiro
contrato efectuado pela Marinha.
Com este fornecimento encerrou-se uma primeira fase
do fornecimento de pistolas Parabellum para Portugal.
Com o início da 1ª Guerra Mundial e o alinhamento
português com as forças aliadas, interromperam
as relações comerciais com a Alemanha,
muito especialmente no que se refere a armamento e equipamento
militar. Na sequência destes factos, em 1915,
quando se começa a desenhar a participação
portuguesa neste conflito, adquiriram-se as pistolas
"Savage", em calibre 7,65 Browning, que tomaram
a designação oficial "Pistola Automática
7,65mm m/915" no Exército e "Pistola
Savage m/915" na Marinha.
Após a 1ª Guerra Mundial houve de novo diversas
encomendas de pistolas Parabellum pelo Governo Português.
Em Janeiro de 1935 foi decidido equipar a Guarda Nacional
Republicana com esta arma. Foram assim encomendadas
à fábrica Mauser 564 pistolas Parabellum
do modelo dito 1906/34, em calibre 7,65 mm parabellum
com o cano de 120 mm. Tal como as anteriores, possui
patilha de segurança no punho e, pela primeira
vez, na alavanca de segurança do polegar, surge
gravada, a palavra "SEGURANÇA", visível
apenas quando esta alavanca se encontra na posição
de segurança. No lado esquerdo do extractor tem
gravado "CARREGADA". Na zona exterior da câmara
possui gravado o monograma da GNR, em letras desenhadas
e entrelaçadas (fig. 13). No tirante anterior
da joelheira surge agora gravado o símbolo da
Mauser. O número de série ocupa as posições
habituais e no caso deste fornecimento a numeração
situa-se entre 1921v e 2484v com alguns intervalos na
numeração.
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fig. 12 - a) Pistola Parabellum
M/912 destinada à Marinha de Guerra Portuguesa,
em calibre 9 mm e cano de 100 mm de cano. Em tudo
idêntica ao modelo M/910, porém com
diferentes incrições.
b)Vista superior da Pistola Parabellum M/912 onde
se pode observar a âncora agora encimada pelas
letras RP (República Portuguesa) assim como
o monograma da fábrica DWM no tirante da
culatra.
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fig. 13 - Monograma da GNR gravado
nas Pistolas Parabellum M/935 destinada a esta força.
No tirante da culatra destas armas surge já
o símbolo da Mauser, que entretanto adquirira
a DWM. |
Tiveram ainda lugar outros fornecimentos,
tratando-se porém de pequenas quantidades destinadas
apenas a completar dotações.
Ainda em 1935, em Setembro, foram adquiridas 70 pistolas
Parabellum do modelo 1906/34, em calibre 9mm parabellum
e cano de 100 mm, com numerações compreendidas
entre 2501v e 2570v. Não apresentam qualquer
gravação na câmara pelo que não
é possível inferir a força a que
se destinaram. A numeração encontra-se
disposta de acordo com o padrão comercial. No
extractor surge a inscrição CARREGADA
e, na alavanca de segurança do polegar, a inscrição
SEGURANÇA.
Em 1937 foram ainda adquiridas à fábrica
Mauser, mais 50 pistolas, do mesmo modelo 1906/34, cal.
9 mm parabellum com cano de 100 mm, igualmente com as
inscrições "CARREGADA" no extractor
e "SEGURANÇA" junto à alavanca
de segurança do polegar. Não possuem qualquer
inscrição no exterior da câmara
que possa indicar a força a que se destinava.
A sua numeração situa-se entre 4301v e
4350v.
Uma outra encomenda, mais tardia, teve lugar entre 1941
e 1942, desta vez para cerca de 30 armas do modelo 1934,
já sem segurança no punho e com mortagem
para encaixe de uma coronha. Continuavam a possuir as
inscrições em português "CARREGADA"
e "SEGURANÇA" no extractor e junto
à alavanca de segurança do polegar, respectivamente.
Na superfície exterior da câmara tem inscrita
a data 1941. Estas armas, em calibre 9 mm parabellum,
com cano de 100 mm, possuem numeração
salteada na série 6900v.
Por fim, a última encomenda foi feita pelo Exército
à fábrica Mauser, em 1943, de um total
de 4500 pistolas em calibre 9 mm parabellum com cano
de 100 mm.
Nesta altura, em plena 2ª Guerra Mundial, a Mauser
não pôde assegurar este fornecimento, pois
a produção da pistola Parabellum havia
já terminado na Alemanha. O Exército Alemão
adoptara a pistola P-38, de fabrico muito mais económico,
não sendo rentável reiniciar o fabrico
da pistola Parabellum para suprir a encomenda portuguesa.
Como o Exército Alemão tinha ainda diversas
pistolas do modelo P08, a encomenda foi satisfeita com
estas armas (fig. 14).
Na superfície exterior sobre a câmara possuem
a data, com apenas dois dígitos, "42"
(fig. 14.b).
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fig. 14 - a) Pistola Parabellum
9 mm M/943, adquiridas à Alemanha, nesse
ano. Pelo facto de ter cessado a produção
destas armas, o fornecimento fez-se das armas destinadas
ao Exército Alemão, pelo que apresentam
a numeração militar alemã bem
como punções de prova e verificação
alemães. Trata-se da verdadeira P08 em serviço
no Exército Português.
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fig. 14 - b) Vista superior da
Pistola Parabellum M/943 onde se pode observar apenas
o número "42" na superfície
exterior da culatra e as letras "byf"
no tirante da culatra. |
As habituais inscrições,
antes em Português, encontram-se agora em alemão
"GELADEN" (fig. 15) na face lateral do extractor
e "GESICHERT" (fig. 16) na alavanca de segurança
do polegar, o que faz sentido tratando-se de armas que
se destinavam ou haviam estado ao serviço do
Exército Alemão.
Durante a guerra, e por questões de segurança,
a indicação do fabricante, habitualmente
gravada no tirante anterior da joelheira, toma a forma
de um código de letras e números, que
indicam, de forma encriptada, o local de fabrico. No
caso destas armas adquiridas pelo Exército Português
possuem o código "byf " que corresponde
à fábrica MAUSER de Oberndorf (fig. 14.b).
Estas armas em Portugal receberam a designação
Pistola "Parabellum" 9 mm M/943, tratando-se
das únicas Parabellum P08 que estiveram em serviço
no Exército Português. A sua numeração
está compreendida entre 500m e 5200m.
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fig. 15 - Pormenor do extractor
da Pistola Parabellum M/943 onde se pode ler a palavra
"GELADEN" quando este se encontra elevado
por se encontrar uma munição na câmara.
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fig. 16 - Pormenor da alavanca
de segurança de polegar da pistola M/943
em posição de segurança, onde
se pode observar a palavra "GESICHERT"
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