MOSQUETEIRO
Soldado armado de mosquete
e forquilha onde assentava a arma, fig. 46. |

Figura 46
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ARMAS OFENSIVAS
MOSQUETE
Arma de fogo cujo comprimento oscilava entre 1,
25 e 1,44 metros, pesando cerca de 7 kg., e tendo
um calibre que oscilava entre os 19 e os 20 milímetros,
fig. 47. O alcance variava entre os 200 e os 300
metros, aproximadamente.
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Figura 47
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PUNHAL E ESPADA
Conforme o arcabuzeiro.
EQUIPAMENTO
BANDOLEIRA
Colocada a tiracolo de onde pediam diversos canudos
ou recipientes, carregados de pólvora, com a
medida para um tiro, fig.48 e 49.
FORQUILHA
Servia para apoiar o mosquete quando se fazia fogo,
tinha um fiador de couro com uma borla, fig. 50.
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Figura 50
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POLVORINHO, MECHA, SACA-TRAPO, BOLSA
DE PELOUROS E SUSPENSÃO DA ESPADA
De modelos idênticos aos do arcabuzeiro.
BANDEIRAS
As bandeiras mais utilizadas pelos terços
portugueses eram, regra geral, mais compridas do que
largas, sendo a grande maioria de cor verde, tendo ao
centro do pano a Cruz de Cristo em vermelho, aberto
a branco, fig. 51 ou as Armas Reais, fig. 52; alem destas
bandeiras ainda se poderiam ver outras com a imagem
da Nossa Senhora pintada de um lado, e do outro o Santo
Lenho ou outras relíquias; também se viam
os retratos de D. João I, do Condestável
D. Nuno Álvares Pereira, etc.
ESTANDARTE REAL
De pano branco, tendo de um lado as armas reais, mas
de lado (deitadas), fig. 53 e do outro a de Nossa senhora
da Conceição, fig. 54.
BANDEIRA DE MONTES
CLAROS
De pano azul com as Armas de Portugal, segundo Ferreira
Martins, esta bandeira encontra(va)-se na Igreja
da Conceição em Vila Viçosa,
guardada como relíquia da batalha de Montes
Claros, fig.55.
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Figura 55
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ABANDEIRADO
O termo abandeirado ou embandeirado era o soldado ou
oficial inferior que nos corpos apeados levava a bandeira
nas formaturas, quando o alferes precisava de descansar.
Em Portugal nem todos os corpos tinham esse militar;
por isso se utilizava o termo Alferes-Embandeirado,
fig. 56 e 57.
GRAUS HIERÁRQUICOS
No exército português,
durante a época da Restauração,
os diferentes graus hierárquicos, ou postos,
eram distinguidos pelo uso de bengalas, bastões,
varas, armas de haste, etc.
CAPITÃO GENERAL DO EXÉRCITO
OU MESTRE DE CAMPO GENERAL DO EXÉRCITO
Um bastão de três palmos de comprimento
com engaste em prata.
TENENTE DE MESTRE DE CAMPO GENERAL
Uma bengala curta, com engastes de prata nas pontas.
MESTRE DE CAMPO OU CORONEL DE INFANTARIA
Uma bengala curta, grossa, com engastes de prata, tendo
além disso direito a seis alabardeiros, pagos
pelo rei para o escoltarem.
SARGENTO-MOR
Bengala delgada e curta. Estavam autorizados a castigar
os soldados com ela ou com a espada de prancha. Os sargentos
só podiam ser castigados com a espada e nunca
com a bengala.
AJUDANTE DE TENENTE DE MESTRE DE CAMPO GENERAL
Bengala igual à do Sargento-Mor.
AJUDANTE DE SARGENTO-MOR
Uma bengala ou varas "tão altas que lhes
chegavam à testa, com uma pequena lanceta na
ponta, afim de se diferenciarem das dos capitães".
CAPITÃO
Gineta (espontão) com borlas.
ALFERES
Venábulo de cuchila grande com borlas. Trata-se
de uma arma de haste provida de lâmina aguda com
forma de faca.
ORGANIZAÇÃO
TERÇOS DE INFANTARIA
PRIMEIRA PLANA (Estado Maior)
1 Capitão; 1 Pajem; 1 Alferes-Embandeirado;
1 Capelão; 2 Sargentos; 2 Tambores;
1 Pífano; 1 Armeiro e 2 Serralheiros. Total 12
homens.
COMPANHIA
5 Cabos de Esquadra; 60 mosqueteiros; 40 piqueiros e
25 arcabuzeiros. Total 130 homens.
TERÇO DE INFANTARIA NO SEU
ESTADO COMPLETO
12 homens na Primeira Plana e 12 Companhias a 130, perfazendo1
572 elementos.
Nota:
Esta organização é um exemplo dos
Terços que se organizaram no início da
guerra, a sua composição sofreu muitas
alterações, principalmente devido ao
desenvolvimento, eficácia e predominância
das armas de fogo, dando como
resultado na composição dos Terços
o aumento de mosqueteiros e arcabuzeiros
em detrimento das armas brancas (pique), assim como
a própria táctica que se
foi modificando. Não nos poderemos esquecer que
a Guerra da Restauração
durou cerca de 28 anos!
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