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A Reconquista Cristã é
o nome que se dá geralmente à recuperação
da Península Ibérica que teve inicio
no século VIII por Pelágio contra
os Mouros, tendo sido continuada pelos seus sucessores,
assim se formaram os reinos das Astúrias
e Leão, de Navarra, de Aragão, Castela
e Portugal, tendo um carácter de luta contínua,
ao mesmo tempo religiosa e nacional. Esta "luta"
durou desde o ano de 718 (batalha de Covadonga)
e teve o seu epílogo com a conquista de
Granada em 1492.
Em Portugal poder-se-á
considerar a " Reconquista" desde a
primeira grande vitória de D. Afonso I,
contra os Mouros, em 1139 nos campos de Ourique,
terminando com a conquista definitiva do Algarve
pelo rei D. Afonso III que no ano de 1263 assumiu
a soberania e o título de Rei de Portugal
e dos Algarves.
Os povos cristãos e islâmicos
da Península julgavam-se com direito ao
território, por razões históricas
ou de conquistas, assim a Reconquista, permite
explicar a formação dos diversos
reinos medievais da Península. No século
XII começa a sobrepor-se mais a acção
do rei à dos particulares, aproveitando
o importante auxilio das ordens monástico-miliatres
e o forte apoio de gente, devido ao repovoamento
feito então até à região
do Tejo, sob a forma de concelhos municipais dotados
pelo monarca de inúmeros privilégios.
Portugal combateu contra cristãos
e mouros, havendo apenas um rudimentar espírito
de nacionalidade, os conflitos resultavam, muitas
vezes, da diferença de óptica dos
senhores sobre privilégios, delimitação
de influências e relações
de vassalagem.
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D. Afonso
Henriques - 1º Rei de Portugal
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Por este tempo os exércitos tinham
uma fraca capacidade de destruição ofensiva
devido à forte construção dos castelos
e à sua localização, geralmente
em sítios de difícil acesso o que os tornava
praticamente inexpugnáveis, aliando-se a isso
as robustas e altas muralhas o que tornavam a sua conquista
um trabalho árduo e moroso.
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A debilidade demográfica,
por sua vez, impedia o levantamento de exércitos
muito numerosos, foi devido a este motivo que
muitas das conquistas de cidades foram executadas
por exércitos combinados, isto é,
portugueses e cruzados que se dirigiam para a
Terra Santa e faziam escala em Portugal, aproveitando
os nossos governantes para lhes solicitar auxilio,
que eles acediam após negociações,
tendo sempre como objectivo principal o saque
levando, por vezes, ao exagero de passar as populações
a fio de espada.
Os reis peninsulares ao aceitarem
a capitulação dos Mouros concediam-lhes
certos privilégios, reservando aos cristãos
os cargos de maior responsabilidade, representando
uma mentalidade que os cruzados estrangeiros,
inflexíveis e intolerantes, não
compreendiam, daí os problemas que nos
levantaram após diversas conquistas como
a de Silves.
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O nosso armamento defensivo
e ofensivo era o que se utilizava por toda a Europa,
embora tenha havido predominância normanda,
isto sem ter em linha de conta a forte influência
árabe que a nossa milícia sofreu ao
longo dos tempos, quer em termos organizativos,
quer no armamento ofensivo e defensivo. Também
os grupos de cruzados que nos auxiliavam, foram
deixando a sua influência e cuja origem era
das mais diversas proveniências como: alemães,
dinamarqueses, ingleses, noruegueses, escoceses,
franceses, flamengos, etc. Por isso ao analisarmos
a indumentária e o armamento utilizado pelos
nossos e pelos cruzados, facilmente se notam mais
as semelhanças do que as diferenças,
o que quase nos levaria afirmar que praticamente
não existiam grandes discrepâncias. |
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