TRAJES
Nesta época não
se pode falar de "uniforme militar" propriamente
dito na medida em que a disposição de
fixar os fardamentos por um regulamento é relativamente
recente, coincidindo este aparecimento com o estabelecimento
de forças permanentes e regulares, após
a Guerra dos Trinta Anos, em 1648, tendo sido quase
simultaneamente introduzido em vários países,
pelo menos nos corpos mais importantes que geralmente
eram os da guarda do respectivo monarca.
Nas épocas mais
recuadas, os "soldados" vestiam trajes de
aspecto idêntico, sem que se pudesse falar verdadeiramente
de uniforme. O armamento e equipamento utilizado davam
um certo aspecto de uniformidade.
Na Idade Média,
a necessidade de sinais distintivos era sempre imposta
e obrigatória, para que cada potência pudesse
distinguir os adversários. Para as batalhas importantes
era necessário existirem sinais distintivos e
disto estavam todos capacitados uma vez que os exércitos
apareciam em campo trazendo por divisas esses sinais
distintivos, como bandeiras, pendões, estandartes,
além de uma enorme diversidade de desenhos e
imagens nos escudos e trajes.
Quando havia exércitos
aliados era necessário saber-se distinguir o
amigo do inimigo, uma vez que na confusão de
um ataque ou batalha, podiam-se confundir uns pelos
outros e destruírem-se mutuamente em vez de se
voltarem contra os seus inimigos; portanto era preciso
que os componentes do mesmo corpo de tropas e os mesmos
corpos tivessem consigo sinais, que todos entre si conhecessem
e pudessem à primeira vista distinguir dos sinais
do inimigo.
Na época em apreciação
o guerreiro antes de estar devidamente "armado"
isto é equipado com armas defensivas e ofensivas,
vestiam o traje civil que a sua condição
social lhe permitia, assim como a qualidade dos respectivos
objectos de guerra.
TRAJE DO OCIDENTE
DA EUROPA
Torna-se bastante difícil
descrever o traje utilizado nesta época por falta
de fontes iconográficas contemporâneas,
principalmente no nosso país, contudo no que
diz respeito à classe nobre, sempre se podem
verificar através de estátuas jazentes
e outras.
A base do traje nesta época
assentava em três peças essenciais: a túnica
inferior comprida, quase tocando os pés, a superior
fendida lateralmente, fig. 1 e 2 e para finalizar o
manto preso ao ombro pela fibula, fig. 3.
Em Portugal e devido ao
entrosamento de povos de diversas nacionalidades, como
os cruzados, que vinham praticamente de toda a Europa
cristã, influenciaram os trajes dos naturais,
espalhando assim os seus usos e costumes entre as populações.
Por curiosidade a influencia muçulmana fez-se
sentir muito pouco, nas camadas sociais mais altas,
nas mais modestas foi bastante grande.
TRAJE DOS SARRACENOS
Estes trajes eram praticamente
iguais aos dos árabes. Sobre uma camisa, geralmente
de algodão muito folgada, vestiam amplos mantos
com capuz confeccionados em diversas cores principalmente
brilhantes. Usavam, por vezes capotes, que passavam
por baixo do braço, trajavam aljubes muito folgados,
com ou sem mangas, apertados ou abertos dos lados e
cingidos ao corpo por um conto ou faixa. A jaqueta,
os calções e o calçado, eram confeccionados
em peles por curtir, principalmente de camelo, carneiro
e cabra.
|
Cobriam, os de condição
superior, a cabeça com turbante, também
sendo envergado como distintivo de honraria. Curiosamente
na Península Ibérica nem todas as
tribos os utilizavam e o seu uso, ou não,
variava de província para província.
O "xaxe", ou seja a tela do turbante
era de linho, de algodão ou de outros tecidos
mais ricos de ouro e prata. Muitos andavam de
cabeça descoberta, outros utilizavam o
cabelo curto coberto por um gorro de lã.
Regra geral as roupas dos muçulmanos
poucas modificações sofreram até
aos nossos dias, fig. 4.
Geralmente os nobres apresentavam-se
em trajes brancos quando eram Omíadas e
pretos se fossem Abassidas.
|
Figura 4
|
|
Página seguinte>>>
<<< Página
anterior
|