ARMAS OFENSIVAS
Este tipo de armas, assim
como as defensivas, foram sofrendo algumas alterações
com o passar do tempo, contudo o armamento de qualidade
era de uso exclusivo dos nobres e dos cavaleiros ricos,
sendo a sua principal arma a espada.
A peonagem lutava praticamente com tudo
que lhes vinha à mão e se observarmos
atentamente a maioria combatia com armas de haste, que
mais não eram que utensílios de trabalho
da lavoura, desde a foice ao podão, passando
pelo malho, etc., contudo este tipo de armas foi-se
aperfeiçoando para a guerra e não para
os trabalhos no campo, embora fossem de aspecto idêntico,
eram maiores e mais resistentes.
Os besteiros tiveram sempre no nosso
País um papel importantíssimo na hoste
e nas batalhas da Primeira Dinastia, a grande maioria
destes homens, assim armados, acompanhavam o exército
nas suas caminhadas a cavalo, embora a grande maioria
combatesse a pé.
As principais armas ofensivas que os
sarracenos utilizavam era a espada, o sabre, a cimitarra,
a maça de armas, a lança, o punhal, o
arco e flecha além das máquinas de guerra,
etc. Os objectos incendiários feitos das mais
diversas substâncias eram muito utilizados.
ARMAS OFENSIVAS DOS
CRISTÃOS
ESPADA
A espada característica do século XII
era de lâmina larga, de dois gumes, com a ponta
ligeiramente arredondada, o pomo em forma de disco de
grandes dimensões, fig. 56,o punho curto e a
guarda direita, tratando-se de uma arma fundamentalmente
de corte, como se pode ver na fig. 57.
Na transição
do século XII para o XIII, a espada foi sofrendo
algumas modificações, assim a guarda
começou a curvar-se em direcção
da lâmina, isto é para baixo, passou
a ser mais estreita, comprida e pontiaguda, o punho,
por vezes, torna-se mais comprido permitindo a utilização
das duas mãos, passando então a ser
uma arma de corte e estoque, conforme as fig. 58.
Os cavaleiros geralmente utilizavam
estes dois modelos de espada do seguinte modo:
a de corte, que era a mais pesada e comprida,
era suspensa no arção da sela; a
outra, de estoque, mais ligeira era colocada no
cinturão, para no caso ter de combater
desmontado. Podendo-se resumir o modo de combate
do cavaleiro do seguinte modo: montado utilizava
a espada de corte e desmontado a de estoque.
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Figura 58
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PUNHAL
Arma branca, curta, muita utilizada durante este período,
havia-os de muitos formatos e dimensões conforme
as fig. 59, e 60.
LANÇA
Curiosamente esta era uma arma própria dos cavaleiros
e tinha bastantes variantes, possivelmente conforme o
formato do ferro (ponta), fig. 61, e 62. Tinha geralmente
cerca de quatro metros de comprimento, esta medida variava,
se combatiam desmontados a lança era muito mais
curta. Durante as marchas e antes do cavaleiro a utilizar
era geralmente transportada pelo escudeiro.
ACHA DE ARMAS
Para os cavaleiros havia dois tipos desta arma,
uma de cabo curto de ferro ou madeira para ser manejado
com uma só mão, fig. 63 a outra com
o cabo longo para ser manejado com as duas mãos.
Este tipo de arma estava suspenso no arção
da sela, no lado direito.
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Figura 63
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MACHADO DE ARMAS
Tratava-se de uma arma cujo ferro tinha diversas formas,
com um cabo suficientemente comprido para se poder manejar,
à vontade, com as duas mãos e que era utilizado
pelos peões (infantaria), fig. 64 e 65.
ARMAS DE HASTE
Estas não eram mais do que derivações
dos utensílios agrícolas, como acima
foi dito. A variedade de ferros era imensa, consideravam-se
armas de estoque e corte, sendo extremamente perigosas,
fig. 66. Além destas ainda poderemos considerar
o pique, fig. 67; a partazana que além da
ponta tinha geralmente duas orelhas laterais; a
bisarma que era uma espécie de foice afiada
de um lado ou de ambos e de cujo lado convexo saía
perpendicularmente um espigão em forma de
ângulo recto, fig. 68, que servia para atacar
de estocada, a foice era empregue para decepar as
patas dos cavalos.
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Figura 66
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CHICOTE DE ARMAS
Arma de mão composta por um cabo de madeira ou
ferro tendo na ponta uma cadeia de correntes de onde
pendiam esferas de ferro ou madeira com bicos, fig.
69 e 70.
BESTA
Arma de arremesso constituída por uma coronha
e uma arco colocado transversalmente. Este tipo
de arma tinha uma espécie de estribo, na
parte da frente, onde o seu possuidor colocava o
pé para puder tender a corda, sendo disparada
por uma espécie de gatilho, fig.71. Esta
arma tinha diversos nomes conforme o mecanismo com
que se armava:
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Figura 71
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LIGEIRA
Armada com a mão, conforme a fig. 72.
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GARRUCHA
Armada por meio de um gancho ou garra de ferro preso
a um cinto, fig. 73, e conforme a fig. 74.
PÉ-DE-CABRA
Armada por intermédio de uma alavanca que
levava esse nome, fig. 75.
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Figura 75
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VIROTE
Seta curta geralmente emplumada no conto fig. 76.
As pontas variavam muito quanto à forma,
podiam ser lisas, com rebarbas, facetadas, etc.
A grande maioria era envenenada
com suco de Hellebero ou Várato Negro,
vulgarmente chamado de "erva dos besteiros".
As bestas mais potentes lançavam
virotões que chegavam a pesar 150 gramas
a uma distância de quase 400 metros com
uma precisão extrema, sendo a sua força
de penetração muito grande, sobretudo
se o impacto fosse perpendicular ao alvo.
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Figura 76
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ARCO E SETA
O arco era formado por uma haste de metal ou madeira
flexível cujas extremidades eram ligadas por
uma corda de couro ou tripa, que sendo esticada atirava
setas ou frechas, fig. 77 e 78.
O arco normando media pouco mais de
um metro, o inglês atingia cerca de dois. O italiano
e o alemão eram geralmente de metal e tinham
cerca de um metro e meio.
A seta era composta por uma haste de
madeira, geralmente teixo, o seu comprimento, em média,
era de 90 centímetros. Numa extremidade tinha
uma ponta de ferro e na outra penas.
A frecha era uma haste de ferro ou
osso, farpada ou lisa com a ponta terminando num bico
muito afiado.
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