|
Modelo Fábrica de Armas 1884
Fabricado em Lisboa na Fábrica de Armas no Campo
de Santa Clara, neste modelo protótipo a caixa
de mecanismos é em latão, de grande robustez,
à qual se encontra solidamente enroscado o cano
Grãs, calibre 11 mm com 4 estrias levógiras.
Deste protótipo, foram fabricados 50 exemplares
sob a supervisão directa do Alferes Castro Guedes.
Neste modelo, o mecanismo da culatra é certamente
o que foi inicialmente concebido por este e usado nos
ensaios que precederam o seu fabrico.
|
|
|
| Fig. 9.a - Pormenor
da culatra do modelo FA 1884. É possível
observar o eixo de rotação do guarda-mato
e o parafuso-eixo do extractor. |
Fig. 9.b - Pormenor
da face esquerda da caixa de mecanismos do modelo
FA 1884, onde se observa o parafuso guia do bloco
obturador, o eixo de rotação do guarda-mato,
assim como a alavanca de segurança. |
Trata-se de um mecanismo
bastante simples contido no interior da caixa prismática
em aço, que constitui o bloco obturador. O mecanismo
consiste basicamente num cão-percutor que, junto
ao seu eixo de rotação, possui um entalhe
de detenção, onde o dente no ramo superior
do gatilho vai encaixar directamente, retendo o mecanismo
armado. Uma única mola em forma de V, em que
um ramo assegura o avanço do cão, quando
libertado por acção do gatilho, no momento
do disparo. O outro ramo da mola, assegura a tensão
no gatilho para que, durante a acção de
armar, o ramo superior deste avance e entre no entalhe
do cão.
|
|
|
| Fig. 10.a - Pormenor do mecanismo
de armar/desarmar, no interior do bloco obturador.
O mecanismo encontra-se armado, sendo visível
o cão-percutor detido pelo dente de armar
do gatilho. |
Fig. 10.b - Pormenor do mecanismo
de armar/desarmar, no interior do bloco obturador.
O mecanismo encontra-se desarmado sendo visível
o cão-percutor e o percutor saído
do bloco obturador, por acção da mola
en V. |
Neste modelo, o cão
é armado pela acção directa da
alavanca do guarda-mato que, quando accionada no sentido
de armar o mecanismo, faz primeiro descer o bloco obturador
e, após este terminar o seu percurso, o batente
armador (eixo transversal entre as "orelhas"
da alavanca do guarda-mato) que se apoia no ramo posterior
da base do cão (atrás do eixo de rotação),
força o cão a rodar sobre o seu eixo no
sentido de armar, até que o ramo superior do
gatilho encontre o respectivo entalhe, fixando-o na
posição de armado.
|
|
|
Fig. 11 - Bloco
de obturação descido e mecanismo
armado por acção directa da alavanca
do guarda-mato.
|
O movimento do bloco obturador,
na abertura e fecho da culatra, é guiado pela
cauda de um parafuso, na face esquerda da caixa de mecanismos,
que entra no sulco guia do referido bloco.
A extracção faz-se por acção
indirecta de um dente no extremo anterior da alavanca
do guarda-mato, que vai actuar sobre uma báscula
que, por sua vez, faz rodar o extractor sobre o seu
eixo.
O seu mecanismo de segurança, de grande simplicidade,
consiste num pequeno ferrolho que desliza lateralmente
numa mortagem, impedindo o gatilho de fazer o seu percurso
e, consequentemente, de accionar o desarmador. Este
mecanismo conserva-se inalterado ao longo de todos os
modelos e variantes.
|
|
|
Fig. 12 - Pormenor
do mecanismo de segurança. O ferrolho ao
deslizar impede o movimento do gatilho e, naturalmente
de libertar o cão-percutor.
|
Assim, neste modelo, a
alavanca do guarda-mato, quando accionada promove três
acções, pela seguinte ordem: acção
directa de fazer descer o bloco obturador, acção
directa de armar o cão e acção
indirecta de extrair o invólucro.
Exteriormente, este modelo pode ser reconhecido pela
sua caixa de mecanismos em latão que possui na
face direita a inscrição FA 1884, aplicada
a punção, sendo também visível
o parafuso eixo do extractor (Fig. 9.a). Na face esquerda,
um parafuso de grandes dimensões, que constitui
a guia e batente de fim de curso no deslizamento vertical
do bloco obturador. Um outro pequeno parafuso, com a
cabeça recortada, é igualmente visível
e, rodando ½ volta, liberta o eixo de rotação
da alavanca de carregamento, permitindo extrair todo
o mecanismo (Fig. 9.b).
Estas armas são numeradas em todas as peças
do seu mecanismo e na grande maioria dos seus parafusos.
Apesar de se tratar de protótipos, possuíam
sabre-baioneta, pois nos ensaios a que eram submetidas
eram testadas não só as suas características
balísticas e de funcionamento mas também
a resistência da arma, nomeadamente na esgrima
de baioneta. As baionetas, fabricadas no Arsenal do
Exército, possuíam uma lâmina do
tipo yatagan, com guarda em ferro e guarnições
em latão. A bainha é em cabedal preto
com montagens em latão.
|
|
|
Fig, 13 - Sabre-baioneta
da espingarda sistema Guedes FA 1884 e respectiva
baínha. Lâmina com forma yatagan,
punho em madeira, guarda em ferro e guarnições
em latão. Bainha em cabedal preto com guarnições
em latão. Na sua forma lembra fortemente
o sabre baioneta das armas Westley-Richards.
|
Página seguinte>>>
<<<Página
Anterior
|