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Armamento
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Sistema Delvigne-Minié 1860-1866

Sistema Delvigne-Minié
1860 - 1866

Jaime Regalado


 

Introdução

As vantagens balísticas das armas de cano estriado são conhecidas desde o século XVI, porém reservadas ao uso cinegético ou como mera curiosidade tecnológica. O seu emprego militar, ainda que incipiente, teve lugar no início do século XVII, quando Cristiano IV da Dinamarca (1577 - 1648) equipou algumas das suas tropas com armas de cano estriado.

 

 

 


Fig. 1
Cristiano IV da Dinamarca (1577- 1648), o primeiro monarca a reconhecer o potencial militar das armas de cano estriado e a introduzi-las no campo de batalha.

Óleo sobre tela de Pieter Isaacsz  (1511-1616).
 

 


Ao longo dos séculos XVII e XVIII foi sendo reconhecido o potencial militar destas armas, dando lugar à criação de regimentos armados com espingardas ou carabinas de cano estriado, sobretudo na Europa Central, onde o uso cinegético destas armas era mais vulgar. Porém, até aqui, estas armas foram valorizadas exclusivamente pela sua maior precisão e empregues sem uma doutrina táctica específica.

Em 1800, em Inglaterra, com base na experiência colhida no século XVIII, durante a guerra de Independência Americana, foi formalmente criado o “Corps of Riflemen” inicialmente constituído por oito companhias. Com a criação deste corpo de tropas, o exército britânico integrou na sua doutrina táctica, a acção de pequenos grupos de combate, equipados com carabinas de pederneira, de carregamento pela boca e de cano estriado, a carabina Baker, que combatiam em ordem dispersa, flagelando o adversário antes ou durante as acções de combate principais, tirando partido do terreno e da vegetação. Com estas forças, surgiu igualmente a preocupação de mimetismo (camuflagem), fardando estes homens com uniformes verdes, sem atavios coloridos ou brilhantes (por oposição ao casaco vermelho e calças brancas da infantaria de linha).
 

Fig. 2 Soldado de Caçadores Britânico, com o seu uniforme verde e a Carabina Baker e soldados de Caçadores Portugueses, com o uniforme castanho-pinhão, mais adequado ao mimetismo dos terrenos em Portugal, igualmente com a carabina Bakerl.

Cortesia da Associação Napoleónica Portuguesa


Curiosamente, estas tropas e a carabina Baker tiveram a sua estreia, em teatro de operações, em Portugal, nos combates de Roliça e Vimeiro, em 1808, na sequência do desembarque das tropas britânicas em Lavos (próximo da Figueira da Foz).
 

Fig. 3 A batalha da Roliça, a 17 de Agosto de 1808, após o desembarque das forças Britânicas em Lavos. Nesta batalha, foram pela primeira vez usadas em combate as carabinas Baker, pelas tropas de Caçadores britânicas 95th Regiment.

Colecção Faria e Silva.


Apesar do papel relevante que estas tropas, equipadas com carabinas de cano estriado, desempenharam durante as Guerras Napoleónicas, especialmente nas campanhas da Guerra Peninsular, o emprego destas armas manteve-se exclusivamente em unidades de elite, apesar das suas reconhecidas vantagens balísticas.

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