UNIFORMES DE CAMPANHA
Uniforme
m/964
OFICIAIS, SARGENTOS E PRAÇAS
Embora tenha saído
a sua regulamentação na Ordem do Exército
de Dezembro de 1963 a sua aplicação efectiva
só foi iniciada a partir do ano de 1964. Este
camuflado foi utilizado no Ultramar até ao fim
do conflito em 25 de Abril de 1974.
O uniforme de campanha era confeccionado
em tecido de algodão de cor verde (camuflado)
e de trama em espinha.
BARRETE
Igual ao barrete nº 2-C.
CAMISA
De tecido de algodão camuflado abotoa na frente
por intermédio de seis botões. As costas
são direitas, sem costura, mas com macho, levam
um reforço sobre o qual assentam duas platinas
que nascem na costurada manga.
Colarinho em bico. As mangas só têm uma
costura, tendo, em baixo, uma abertura com carcela e
um punho que fecha por intermédio de um botão.
Os bolsos são de macho e assentam nas frentes
por altura do peito, tendo pestanas em bico abotoadas
por meio de um botão. Conforme se pode ver nas
fig. 21 e 22.
DÓLMAN
As frentes abotoam por intermédio de uma
carcela com oito botões; levam quatro bolsos
exteriores de fole e macho, sendo dois colocados
na altura do peito e os outros na orla inferior.
Estes bolsos têm uma pestana em bico sem botões,
abotoando por meio de presilha fixada no meio, por
debaixo da portinhola.
A frente esquerda leva ainda um
bolso interior que abotoa por meio de presilha
e botão. Gola direita, possui quatro botões
onde vai abotoar um capuz, fig. 23 que pode ser
ajustado por meio de um cordão enfiado
na bainha inferior.
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Figura 23
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As costas são inteiras e as mangas,
de corte especial, levam reforços pespontados
nos cotovelos, com punhos em bico que apertam por meio
de botão.
Platinas são metidas nas costuras
superiores das mangas, reforços pespontados nos
ombros. No ombro esquerdo, sob a platina, estão
colocadas duas pequenas presilhas, que apertam para
o centro por meio de botões.
O dólman possui ainda dois cordões
interiores, um na altura da cinta e outro na orla inferior,
para permitirem os necessários ajustamentos.
Tudo como se vê nas fig. 24 e 25.
CALÇAS
As frentes fecham-se por meio de braguilha que abotoa
interiormente com seis botões; tem reforços
rectangulares na zona dos joelhos, de costura a costura.
As traseiras, com reforço bipartido
no assento, têm bolsos metidos, com pestanas em
bico, tendo cada casa aberta na folha inferior, pelo
que abotoam interiormente por meio de botão.
O cós leva um cordão metido
para aperto da cintura; leva sete passadores pregados
e três presilhas em bico, com botão na
folha inferior, para segurar o cinto do equipamento,
estas podem ocultar-se, dobrando-as para dentro.
As calças têm dois bolsos
laterais de fole e macho, com pestanas em bico, sem
botão; os bolsos fecham por presilhas fixadas
a meio, por debaixo da pestana. Superiormente a estes
bolsos existem outros dois, metidos em diagonal. Inferiormente,
nas bainhas das pernas, enfiam os cordões para
ajustamento. Tudo como nas fig. 26 e 27.

Figura 26
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Figura 27
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BOTAS
De lona com rastos de borracha, sendo a taloeira,
as folhas do cano e a paleta de lona verde (esta
cor alterava-se com grande facilidade, passando
as botas a ter os mais diversos tons, desde o verde
caqui, passando pelo amarelado, até ao verde
acinzentado, etc.). Cada folha do cano tem cinco
ilhós de latão revestidos, onde passa
o atacador.
Os atacadores são de algodão
entrançado, de cor verde, e tem agulhas
metálicas nas pontas. Rasto de borracha,
fig. 28.
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Figura 28
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Nota:
As ilustrações dos diversos componentes
de uniforme camuflado não foram aguarelados com
o intuito de se poderem ver os pormenores do fardamento.
As figuras 29 e 30 são amostras de tecido camuflado.
DISTINTIVOS HIERÁRQUICOS
Os distintivos que se utilizavam com
os uniformes de campanha eram os que se podem ver no
quadro da fig. 31.
Figura 31
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Colocavam-se, os distintivos, sobre
passadeiras confeccionadas de tecido igual ao do uniforme
(caqui para os uniformes nº 2-A e 2-B m/960 e camuflado
para os nº 2-C m/960, 2-G m/961 e m/964), enfiadas
na metade externa das respectivas platinas.
As cores dos respectivos distintivos
eram as seguintes:
ESTRELAS
Em linha mate de cor amarelo ocre para o Marechal do
Exército e de cor cinzenta para os restantes
oficiais generais.
GALÕES E DIVISAS
Os oficiais e praças, utilizavam-nos confeccionados
em fitilho de algodão cinzento, sendo o escudo,
para os sargentos-ajudantes, bordado com linha mate
cinzenta, fig. 32.
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Figura 32
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Nota:
Em campanha poucos utilizavam os distintivos camuflados,
fig. 33, optando no aquartelamento por utilizarem
os galões e divisas de cor normal, dourado
ou vermelho, e quando saíam
para o mato simplesmente não levavam distintivos,
o que era útil para o inimigo não
saber quem comandava.
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EQUIPAMENTO
No inicio
do conflito o equipamento era o da década
de 1940, fig. 34, sendo substituído pelo
de lona verde sensivelmente ao mesmo tempo em que
foi adoptada a espingarda G-3.
O equipamento utilizado variava
muito pouco e tudo dependia do período
de tempo que se iria estar em operações
e longe do aquartelamento o que geralmente nunca
era um tempo superior a quatro, seis dias.
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Figura 34
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Os militares geralmente utilizavam
o cinturão de lona, fig. 35 com as respectivas
cartucheiras e o cantil, fig. 36. Para as saídas
de maior duração podiam levar o bornal
ou a mochila, fig. 37 sendo este último artigo
muito pouco utilizado. |
Figura 35
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Figura 36
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Figura 37
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O capacete de aço m/940, fig.
38 também se usava com alguma frequência,
sendo a sua utilização facultativa, dependendo
da vontade de cada um e da disponibilidade que havia
no respectivo depósitos de aquartelamento. Por
vezes colocavam-lhe a tela de tecido camuflado, fig.
39.
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