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Armamento
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Conversões regulamentares Portuguesas de Pederneira em Percussão
Nesse mesmo ano foi criado e publicado o regulamento para o manejo desta arma. Antes deste regulamento ter sido publicado, D Pedro V verificou-o pessoalmente e, a 7 de Janeiro de 1855, em “Observações ao actual manejo do fogo” D. Pedro escreveu “...para examinar bem o regulamento dei-me ao trabalho de o pôr em practica sobre uma arma de percussão...” e comparando com outros regulamentos, nomeadamente Austríacos, Belgas e Prussianos, recomendou: “ Quanto ao regulamento peço que se castigue o estylo, que se reveja ainda uma vez, e seriamente antes de se pôr em practica, que se tracte de o simplificar o mais possível, porque cortando aos exercícios o superfluo se aprende melhor o necessário.” [Vilhena, Júlio de  “Escritos de El-Rei ].

Em Maio de 1855 o Capitão de Cavalaria Cunha Salgado foi encarregue de reorganizar uma Escola de Instrução Prática, em Vendas Novas, que tomou a designação de Escola Central de Tiro, reunindo contingentes de todas as unidades de Caçadores e de Infantaria. Esta escola, entre outros objectivos, pretendia instruir oficiais (para que dessem instrução posteriormente nas suas unidades) e praças no correcto manuseio do armamento, instrução de tiro e esgrima de baioneta. A sua duração foi curta, pois a instrução teve início em Julho e a escola foi dissolvida no fim do mês de Setembro, apesar dos bons resultados que o relatório deixa antever.

Fig. 17 - Frontispício do “Relatório da Escola Central de Tiro em 1855”, onde estava regulamentado o manejo em ordem unida, o manejo de fogo e esgrima de baioneta com estas armas convertidas para percussão.

Fig. 18 Esgrima de baioneta com a espingarda de Infantaria convertida para percussão

Estavam definitivamente adoptadas as primeiras armas de percussão regulamentares do Exército Português, havendo conversões de espingardas de Infantaria, de carabinas de Infantaria Ligeira, da carabina Baker para Caçadores e pistolas de Cavalaria [Fig. 19].

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Fig. 19.a - Carabina Baker convertida para percussão, no Arsenal do Exército, com o respectivo sabre baioneta. O recente aparecimento deste exemplar faz pensar que, também estas armas, tenham igualmente sido sujeitas a conversão regulamentar. Col. Araújo, Museu Militar do Porto.

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Fig. 19 b - Pormeor do fecho e da borracha da Carabina Baker, convertida para percussão.

Col. Araújo, Museu Militar do Porto.

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Fig 19.c - Vista superior da borracha e chaminé da Carabina Baker, convertida para percussão, onde se pode observar claramente o alinhamento da chaminé com a carga de pólvora no cano, que caracteriza o sexto modelo de transformação.

Col. Araújo, Museu Militar do Porto.

d Fig. 19.d - Vista do interior do fecho da Carabina Baker convertida, onde é possível observar vestígios da punção AE nos parafusos do mecanismo.

Col. Araújo, Museu Militar do Porto.

É difícil saber com rigor o número de armas que foram convertidas para percussão, no entanto, tendo em conta os relatórios de actividades do Arsenal do Exército, bem como as listas de armas em existência no almoxarifado, após a distribuição das espingardas do sistema Minié, estima-se este número em cerca de 23,000 espingardas que, num sentido lato, deve também incluir as carabinas de Infantaria Ligeira, sendo curiosa a ausência de qualquer menção a pistolas.

 Em 1861 havia no almoxarifado:

Espingardas de percussão transformadas ..................16,109

Ditas para conserto.....................................................  7,127

Espingardas de sílex ..................................................  1.152

Ditas para conserto ....................................................30,736


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