BANDEIRAS E INSÍGNIAS
Remonta à mais alta antiguidade
o costume de suspender numa haste um pedaço de
tela mais ou menos ornada com imagens, emblemas, etc.
esta era considerada como um sinal de comando e símbolo
do poder, tornando-se um ponto de referencia para a
reunião das tropas.
Na idade média as bandeiras multiplicaram-se
extraordinariamente; soberanos, cavaleiros, ricos-homens,
ordens religiosas, tinham cada um a sua bandeira, pendão,
guião, estandarte, flâmula, golfalão,
etc.
Por esta época, além das
Armas dos Soberanos, viam-se os pendões e balsões
das Ordens Monastico-Militares, outras com imagens de
santos, principalmente S. Jorge, crucifixos e outras
só com cores identificativas, bipartidas, tripartidas,
esquarteladas, etc. Em Portugal o uso das bandeiras
só passou a ser mais ou menos regulamentado a
partir de 1385.
No que diz respeito aos Sarracenos a
variedade também era muito grande, viam-se crescentes
e muitas com inscrições de algumas passagens
do Alcorão, etc. a quantidade de bandeiras, pendões,
insígnias, dependia da importância do chefe
da força que comandava ou castelo que governava.
BANDEIRAS DOS CRISTÃOS
BANDEIRA DAS QUINAS
Não restam dúvidas
que esta era a bandeira de Portugal desde 1139 até
à conquista definitiva do Algarve, foi igualmente
a primeira bandeira das quinas, fig. 117. Era representada
por cinco escudetes, de azul, dispostos em cruz
e com os escudetes lateiras de pontas viradas para
o centro, estando cada escudete carregado com um
número variável de besantes de prata,
mas predominando o número de 11 besantes
em cada escudete, dispostos em 3 - 2 - 3 - 2 - 1.
O significado dos escudetes tem
diversas versões no aspecto simbólico
como pertencendo-lhe, uns dizem que representam
os cinco reis mouros que D. Afonso Henriques derrotou,
outros que são as cinco chagas de Cristo
e outros ainda afirmam que representam os cinco
ferimentos recebidos pelo mesmo Rei na Batalha
de Ourique. Quanto aos besantes de prata representam
a afirmação do direito de cunhar
moeda que o Rei Fundador considerou pertencendo-lhe.
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Figura 117
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ESTANDARTE REAL
Não se deveria
chamar assim a qualquer bandeira militar, mas somente
à real, que acompanhavam os soberanos quando
iam para a guerra, fig. 118. |

Figura 118
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GUIÃO REAL
Era igual à bandeira mas mais pequeno.
BALSÃO DOS TEMPLÁRIOS
Sustentada na horizontal,
sendo bipartida de branco e preto tendo ao centro
uma cruz ocular, vermelha, com os extremos arredondados,
fig. 119. |

Figura 119
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GUIÕES DOS TEMPLÁRIOS
Geralmente eram estreitos e presos na vertical à
haste, vendo-se uns com a parte superior preta que ocupava
1/4 e a branca 3/4, fig. 120 ou metade fig. 121.
GUIÃO DOS TEUTÓNICOS
Preso à haste
na vertical com a largura de ½ bandeira,
fundo branco com uma cruz preta, fig. 122. |

Figura 122
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BANDEIRA DE CALATRAVA
Fundo branco e uma
cruz vermelha, fig. 123. |

Figura 123
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BANDEIRA DE CISTER
Sobre fundo branco
uma cruz floreteada de verde, tendo de cada lado
um pássaro preto, fig. 124. |

Figura 124
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BANDEIRAS DOS SARRACENOS
Segundo Ben Kaldum (
) a bandeira
era um sinal de comando, o símbolo do poder e
do direito de levantar, manter e dirigir as tropas (
)
Efectivamente os mouros sempre utilizaram
uma grande quantidade de bandeiras, estandartes, pendões,
flâmulas, etc. As cores e formas variavam muito.
Cada general ou governador recebia do
califa uma bandeira (bederfeche) fig. 125 e as tropas
que os acompanhavam levavam bandeiras fig. 126 e outro
género de insígnias, fig. 127, lanças
com bandeirolas, fig. 128, 129 ou com crinas fig. 130,
etc.

Figura 125
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Figura 126
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Figura 127
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Figura 128
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Figura 129
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Figura 130
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