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Armamento
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Sistema Delvigne-Minié 1860-1866

            Pistola de Cavalaria 14 mm

            Também após 1864, a Oficina de Espingardeiros do Arsenal do Exército, fabricou algumas pistolas de Cavalaria, de percussão. O cano mede 315 mm de comprimento, e calibre 14 mm (o mesmo calibre das carabinas), possui 3 estrias de profundidade progressiva, destinadas ao uso de balas Minié.

Fig. 35 Pistola de Cavalaria, calibre 14 mm, com cano estriado para balas Minié, fabricada no Arsenal do Exército em 1866.

Estas pistolas, na sua configuração geral, revelam uma profunda influência francesa, aliás como a carabina de Artilharia 14 mm m/1860, sendo os fechos destas duas armas muito semelhantes, possuindo apenas as punções AE sobre a data de fabrico.

Aparentemente não recebeu nenhuma nomenclatura oficial e, presumivelmente, muito poucos exemplares terão sido fabricados. O único exemplar conhecido está datado 1866, ano em que foi contratada a aquisição das pistolas Westley Richards, que viriam a ser distribuídas em 1867.

            Munições

Os cartuchos para esta espingarda de Infantaria e para a carabina de Caçadores eram idênticos. Compunham-se de uma bala cilindro-ogival do sistema Delvigne-Minié ou seja, constituída por um projéctil em chumbo macio, pesando 52,9 g, com um comprimento de 2,64 mm, um diâmetro na base da ogiva de 14,0 mm e na base do projéctil de 14,3 mm; com cavidade tronco-cónica na base da qual se inseria uma cápsula cilíndrica em ferro. Mais tarde, esta cápsula foi substituída por um taco de argila com a mesma forma e desempenhando a mesma função.

Fig. 36  Representação da munição da espingarda de Infantaria 14 mm m/1859 e dos seus componentes (bala Minié e forma das porções de papel que envolvem o projéctil, a carga de pólvora e o cartucho completo).
Aguarela da Oficina de Espingardeiros do Arsenal do Exército segundo desenho do Cap. Silva Freire.

Os cartuchos para esta bala continham 4,5 g de pólvora FF. A pólvora era envolta num primeiro cartucho, feito a partir de um trapézio de papel cartuchinho, enrolado em torno de um molde de madeira. Uma vez fechado, o projéctil assentava sobre este cartucho e, todo o conjunto era por sua vez enrolado numa outra porção de papel cartuchinho, cortado também em forma de trapézio, mas de maiores dimensões quer o primeiro. [31].

 

 

 

Fig. 37 Representação de um cartucho para as espingardas e carabinas sistema Delvigne Minié.

 

 

 

 

 

 

 

 

Fig. 38 Munição para espingarda ou carabina Delvigne-Minié, fabricada no Arsenal do Exército.
Cortesia do Museu Militar em Lisboa


 

Agradecimentos

Ao Faria e Silva e à Associação Napoleónica Portuguesa, pela disponibilização de iconografia, que ajudam a tornar este trabalho mais atraente.

Ao Cor. Ribeiro Faria pela sua sempre pronta disponibilidade para fotografar elementos indispensáveis a este estudo.

À Sofia pela sempre pronta e cuidada revisão crítica dos textos.

 

Bibliografia, Referências e Fontes Documentais

 

Bibliografia Geral

Dupuy, R. & Dupuy T., The Harper Encyclopedia of Military History, 4th ed. Harper Collins Publishers, New York, 199.

Fuller, I. F. C., A Influência do Armamento na História, Payot, Paris, 1948. Tradução Portuguesa para os Alunos do Instituto de Altos Estudos Militares pelo Major Loureiro dos Santos.

George, J. N., English guns and Rifles, The Stackpole Company, Harrisburg, 1947.

Graça, L., Elementos de História Moderna e Contemporânea, 2ª ed., Univ. Católica Portuguesa, Lisboa 1999.

Leitão, R. Andresen, Cartas de D. Pedro V ao Príncipe Alberto, Portugália Editora, 1954.

Mardel, Luiz, Historia da Arma de Fogo Portatil, Impensa Nacional, Lisboa, 1887.

Matos, A. M. Cardoso de, Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Industrial no Portugal Oitocentista, Editorial Estampa, Lisboa, 1998.

 Mónica, M. F., Fontes Pereira de Melo, 2ª Ed., Edições Afrontamento, Porto 1999.

 

Referências

1.      Barreiros, F. J. (1849), Variedades – Armas de Percussão, Revista Militar, 1, 303-304.

2.      Bentes, J.A., (1868),  Armamento dos Corpos de Caçadores, Revista Militar, 20, 449-456; 457-466.

3.      Blackmore, H. L., British Military Firearms 1650-1850, Revised edition, Greenhill Books, London, 1994.

4.      Cordeiro, J.M., (1852), Material de Guerra- Das armas de cano estriado, e do seu aperfeiçoamento, Revista Militar, 4, 428-435; 466-475.

  1. Cordeiro, J.M., (1852), Material de Guerra - Espingardas de percussão, Revista Militar, 4, 255-260.

6.      Cordeiro, J.M. (1852), Material de Guerra - Espingardas de percussão, Revista Militar, 4, 298-303.

7.      Cordeiro, J.M. (1854), Material de Guerra – Experiências feitas no Arsenal do Exército com uma espingarda do uso do mesmo exercito, Revista Militar, 6, 123-128.

8.      Cordeiro, J.M. (1854), Material de Guerra – Das espingardas convertidas em percussão, Revista Militar, 6, 273-276.

9.      Cordeiro, J.M. (1855), Material de Guerra – Carabina Minié, Revista Militar, 7, 426-428.

10.  Cordeiro, J.M. (1855), Material de Guerra, Revista Militar, 7, 588-590.

11.  Cordeiro, J.M. (1855), Material de Guerra – Nova espingarda do modelo Inglez, Revista Militar, 7, 68-70.

12.  Cordeiro, J.M. (1858), Da vantagem da bala cilindro-ogival sobre a bala esférica, Revista Militar, 10, 103-105.

13.  Cordeiro,J. M., (1861) Observações ácerca do novo armamento distribuido ao exercito,  Revista Militar, 13, 233-236.

14.  Cordeiro,J. M., (1862), Enfield - Fábrica de Armas Portáteis I- IV,  Revista Militar, 14, 165-170; 209-214; 332-336.

15.  Cordeiro, J.M., (1866), Armas de Fogo , Revista Militar, 12, 361-368.

16.  Cordeiro, J.M., (1866),  Cavalaria-Armas de Fogo Portáteis , Revista Militar, 18, 343-348.

17.  Ferreira, C. A., Cartas que a El-Rei D. Pedro V dirigiu de Inglaterra, Bélgica, Prússia, Áustria, Sardenha e França o General de Artilharia Fortunato José Barreiros, Imprensa da Universidade, Coimbra, 1926.

18.  Machado, C. Barcellos, (1870), Estado do armamento dos exercitos da Europa durante o anno de 1868 debaixo do ponto de vista das armas de fogo, Revista Militar, 22, 4, 57-63.

19.  Perdigão, J., (1865) Ponderações sobre o actual estado do armamento portátil dos corpos de artilharia, Revista Militar, 17, 11-13.

20.  Pimentel, L. A. (1861) Visita a um padrão de glória nacional, Revista Militar, 13, 7, 209-215; 323-328.

21.  Purdon, C. J., (1998) The Snider Rifle in Portugal, Arms Collecting, 36, 1, 12-15.

22.  Queirós, F. Fortunato, D. Pedro V e os negócios militares, Universidade Portucalense, Porto, 1973.

23.  Relatório da comissão que examinou as espingardas de Infantaria (transcrição) (1866) Revista Militar, 18, 464-475; 502-508.

24.  Roads, C. H., The British Soldier’s Firearm 1850-1864, R & R Books, New York, 1994.

25.  Rogers, H., Weapons of the British Soldier, Seeley Service & Co., London, 1968.

26.  Tavares, P., (1876) Armamento do soldado artilheiro, Revista Militar, 10, 181-184.

27.  Vilhena, J. de,  Escritos de El-Rei D. Pedro V, Imprensa da Universidade, Coimbra, 1923-1930.

28.  Relatório da comissão nomeada para a escolha da espingarda de Infantaria, 1867, Arq. Histórico Militar 3ª Div., 13ª Secção, Caixa 46, Doc. nº 28.

29.  Relatório sobre cápsulas de guerra (1869) Arquivo Histórico Militar, 3ª Div., 13ª Secção, Caixa 46, maço nº 56.

 

Fontes Iconográficas

30.  Painel descritivo da Carabina para Caçadores, pelo Capitão do Estado Maior d’Artilharia Silva Freire, Arsenal do Exército 1861.

31.  Painel descritivo da Espingarda d’Enfield e Carabina de Artilharia, pelo Capitão do Estado Maior d’Artilharia Silva Freire, Arsenal do Exército 1860.

 


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