|   | Saint Louis Descoberto o Brasil, a 
                primeira expedição oficialmente mandada do Maranhão teve data de 
                1531. Comandada por Diogo Leite, que cumpria as ordens de Martin 
                Afonso de Souza, esta expedição visitou o litorial norte do 
                território, até então desconhecido, alcançado a foz do Rio 
                Gurupi.  Com a divisão do Brasil em capitanias hereditárias, as duas 
                do extremo norte couberam a Fernão Alvares de Andrade e João de 
                Barros, que se associaram a Aires da Cunha e foram incumbidos de 
                colonizar suas terras, em outubro de 1535. A expedição, composta 
                de 10 navios e contando com 900 homens, naufragou nos baixos do 
                Boqueirão perto da Ilha do Medo. Nesse naufrágio, Aires da Cunha 
                veio a falecer.  Em frente à atual Ilha de São Luís, os sobreviventes fundaram 
                a vila de Nossa Senhora de Nazaré, possivelmente onde hoje é o 
                município de Alcântara.  A doação da capitania foi transferida a Luís de Melo e Silva 
                que, por duas vezes, procurou iniciar a colonização: a primeira 
                pessoalmente em 1554 e a segunda em 1573 por intermédio de 
                Leitão Gamboa, sendo ambas tentativas infrutíferas.  Êxito, também, não obtiveram Gabriel Soares de Souza (1591), 
                Pero Coelho de Souza (1600), e os padres Francisco Pinto e Luís 
                Figueira (1607), que tentaram, por terra, atingir o Maranhão que 
                continuou, então, em poder de seus habitantes originais, os 
                Índios Tupinambás.  Os Franceses no Maranhão  O processo de ocupação não portuguesa do Maranhão teria 
                começado já no final do século XVI com a vinda do Jacques 
                Riffault, quando este, à procura do pau-brasil fugindo de uma 
                tempestade, apontou no Maranhão, conseguindo a amizade dos 
                nativos. Ele fundou um pequeno estabelecimento e confiou sua 
                administração a Charles De vaux, que depois de permanecer entre 
                eles cerca de dois anos, voltou para a França com o intuito de 
                conseguir do rei Henrique IV apoio e proteção para fundar, no 
                Maranhão, uma colônia.  Com as informações sobre as riquezas naturais da região, o 
                rei determinou a sua exploração com recursos da própria coroa. 
                Antes, porém mandou para o Maranhão, juntou com Des Vaux, Daniel 
                de La Touche, Senhor de La Ravardiére, cuja função era a de 
                comissário mor  Para informar o rei, Daniel de La Touche voltou a seu país, 
                mas dessa viagem não decorreram consequências de ordem prática 
                em vista do assassinato de Henrique IV, por questões religiosas.
                 Esse fato adiou diversos empreendimentos, que só puderam ser 
                levados a cabo no reinado de Luís XIII, quando a rainha regente 
                Maria de Medicis, confirmou a autorização dada por Henrique IV a 
                La Touche, que se associou ao almirante François de Rossilly, 
                Senhor Almers (líder católico), e ao senhor de Sancy, Nicolau de 
                Herley para obter o que desejava. Sob o comando dos dois 
                primeiros, organizou-se a expedição que chegou ao Maranhão em 
                agosto de 1612.  Aqui, a expedição entrou em entendimento com o chefe indígena 
                Japi-Açu da Ilha Grande (Upaon-Açu) cativando a amizade dos 
                nativos Tupinambás, e com isso organizaram a defesa da nova 
                colônia. A 12 de agosto foi realizada a primeira missa e, a 8 de 
                setembro de 1612, solenemente foi fundada a França Equinocial.
                 "A ereção da cruz na praça que fizeram arrotear um promotório 
                alcantilado que alcançava entre os estuários do Bacanga e do 
                Matoba (Anil) lançavam os fundamentos da França Equinocial, que 
                se estenderia por cinquenta léguas para o lado do forte a 8 de 
                setembro de 1612. A praça é onde hoje se localiza a Av. D. Pedro 
                II, o forte a que chamavam de Saint Louis, em honra do menino 
                rei Luís XIII da França".  A Expulsão dos Franceses  Assim que tomaram conhecimento do domínio do Maranhão por 
                franceses, os portugueses procuraram tomar as devidas medidas 
                para a retomada do seu território. Por ordem de Gaspar de Souza, 
                então governador geral do Brasil, formou-se uma expedição 
                comandada por Jerônimo de Albuquerque, que fez o reconhecimento 
                das posições francesas na ilha de São Luís, sendo erguido, no 
                lugar denominado Jericoaquara um pequeno forte de pau-a-pique, 
                sob o nome de "Nossa Senhora do Rosário".  Nele foram deizados 40 homens, em 1614. Outra expedição, 
                ainda sob o comando de Jerônimo de Albuquerque, penetrou com 
                seus navios na baía de Guaxenduba (hoje baía de São José) onde 
                foi construído um forte em um local próximo a ilha de São Luís 
                com o nome de Santa Maria.  Nesse período, aconteceram várias lutas entre portugueses e 
                francesas até a vitória dos portugueses, após o que, através de 
                negociações, foi acertado um tratado de paz, a 27 de novembro, 
                por um ano, com muitas vantagens para os portugueses. A 
                expedição de Jerônimo de Albuquerque ficou para a história como 
                a Jornada Milagrosa.  Enquanto na França e na Espanha (neste período a coroa 
                portuguesa estava unificada com a espanhola) os emissários 
                enviados discutiam a sorte das terras do Maranhão, vários 
                reforços eram enviados a Jerônimo de Albuquerque, tanto de 
                Portugal, como da Bahia e de Pernambuco. Ao romperem as tréguas, 
                as forças portuguesas sobre o comando de Alexandre Moura, 
                assistido por Jerônimo de Albuquerque, sitiaram aos inimigos por 
                mar e por terra e a 3 de novembro de 1615, os portugueses 
                tomaram a fortaleza de São Luís.  Jerônimo de Albuquerque, herói de Guaxenduba, acrescentou ao 
                seu nome o apelido de Maranhão. Alexandre de Moura tornou-se 
                governador e recebeu o título de capitão-mor da conquista do 
                Maranhão.  Holandeses no Maranhão  O período de paz por que passou a região viu-se interrompido 
                em 1641, quando 18 navios holandeses, transportando 
                aproximadamente 2.000 homens comandados pelo Almirante Jan 
                Cornelli Zoon Lichtard, apontaram no Maranhão.  Os representantes da Coroa Portuguesa, aqui na ilha tentaram 
                esboçar uma reação a exemplo das tentativas dos capitães 
                Francisco de Carvalho e Paulo Avelar e do Artilheiro Matias 
                João. O governador Bento Maciel Parente, impossibilitado 
                rendeu-se.  Os holandeses destruíram casas, queimaram igrejas (eram 
                protestantes), e saquearam a cidade como forma de pressão.  Em setembro de 1642, os maranhenses reagiram sob as ordens do 
                capitão Antônio Muniz Barreiros Filho, que morreu em combate. A 
                glória da expulsão coube ao capitão Antônio Teixeira de Melo 
                que, retornando a cidade em 28 de fevereiro de 1644, encontrou-a 
                praticamente em ruínas.  Após a expulsão dos holandeses, São Luís conheceu nova fase 
                de traquilidade.    | 
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