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Pedro Teixeira, de ascendência nobre, nasceu
provavelmente em 1585, em Cantanhede, cabeça de concelho do
distrito de Coimbra. Nada se sabe sobre a sua vida em Portugal,
mas sabe-se que casou com Ana da Cunha, de origem açoreana e que
foi para o Brasil em 1607. Começa o seu nome a tomar vulto,
aquando da luta com os franceses, fixados em S. Luís de
Maranhão.
Em 19 de
Novembro de 1614 defende com sucesso o forte da Natividade, em
Guaxinguba. Em 25 de Dezembro de 1615 parte de S. Luís, em
direcção ao Pará, para explorar, conquistar e colonizar, esta
região, aqui chegando a 12 de Janeiro de 1616, data que assinala
a fundação de Nossa Senhora de Belém. A 7 de Março do mesmo ano
parte novamente por terra para S. Luís a dar notícia da fundação
da cidade. Aqui chega passados dois meses, onde é recebido com
assombro e alegria. Tinha sido a primeira vez que se fazia por
terra a viagem entre a foz do Amazonas e S. Luís. A viagem tinha
sido extremamente dura. A floresta virgem, a profusão de rios a
atravessar, os tupinambás em arremetidas constantes tinham feito
grandes estragos entre a expedição, mas Pedro Teixeira tinha
cumprido com sucesso a sua missão. Regressa novamente a Belém,
mas agora por mar. A 7 de Agosto é nomeado comandante -já com a
patente de tenente -de uma expedição para punir um navio
holandês, que se encontrava no Amazonas. A 9 de Agosto ataca-o e
ao abordá-lo, após renhida luta, acaba por vencer. Embora
ferido, manda incendiar o barco holandês, retira-lhe a
artilharia, que traz para o forte de Presépio. Segundo Berredo
só se salvou um rapaz holandês de nome Trombeta, que foi trazido
para Belém como troféu. Por este feito é promovido ao posto de
capitão. Entretanto passa a Colónia, por grandes perturbações.
Sucedem-se os crimes, levantamentos e deposições. O assassinato
do
capitão Álvaro Neto e a deposição de Francisco
Caldeira Castelo Branco, traz a anarquia à cidade de Belém.
Aproveitam os tupinambás para atacarem em força a cidade,
colocando os sitiados em posição difícil. Só uma bala certeira
do capitão Gaspar Fragoso no chefe indígena «Cabelo de Velha»,
consegue criar o desânimo nos hostis indígenas. Os tupinambás
são então completamente desbaratados. A 20 de Setembro do mesmo
ano, novo levantamento militar .O capitão-mor Matias de
Albuquerque é deposto, sendo eleita uma Junta Governativa,
constituída por Frei António Marciano, capitão Custódio Valente
e o capitão Pedro Teixeira. Com a retirada dos dois primeiros em
1620, fica unicamente Pedro Teixeira no desempenho do cargo até
18 de Junho de 1621. É então criado o Estado do Maranhão, sendo
nomeado seu governador Bento Maciel Parente.
Em
princípios de 1622 é encarregado Pedro Teixeira de abrir uma
estrada que ligasse as capitanias do Pará e do Maranhão. Tal
empreendimento não foi concluído por terem surgido grandes
dificuldades, especialmente pela grande profusão de rios a
atravessar. Continuavam os holandeses a importunar a fixação dos
portugueses na região. É incumbido Pedro Teixeira da destruição
dos fortes holandeses «Nassau» e «Orange», incumbência que
cumpre do melhor modo. Em 2 de Maio de 1625 é entregue ao
Capitão Pedro Teixeira a chefia duma expedição para destruir o
forte holandês Mandiutuba, situado na margem direita do rio
Xingu. A frente de cinquenta i' soldados e setecentos . índios
guerreiros, ataca . simultaneamente o forte por terra e pelo
rio. Apesar da valente resistência do capitão Nicoláo Ondaen e
da sua bem organizada tropa, ao cair da noite o forte estava em
seu poder.
Em 1626 faz uma expedição de exploração pelo
Baixo Amazonas. Sobe o rio Preto onde faz uma exploração
meticulosa das suas margens e cria boas relações com os ""-
nativos. Em Setembro de 1629 é incumbido de expulsar os ingleses
sediados no forte «Torrêgo», nas margens de Tareiú, subafluente
do Amazonas. A 24 de Outubro, após renhida luta, o forte cai em
seu poder, tendo morrido em combate o seu comandante. Poucos
dias depois chega ao Amazonas o capitão inglês Robert North,
que, ao tomar conhecimento do acontecido no forte «Torrêgo»,
procura vingar a derrota dos seus compatriotas. Com dois navios
ataca o forte de Santo António, em Gurupá, onde se encontrava
Pedro Teixeira. Trava-se renhido tiroteio e como não conseguisse
vencer as baterias portuguesas, resolve assaltá-lo. Pedro
Teixeira e a sua guarnição defendem-se galhardamente e os
ingleses completamente derrotados, retiram-se para a margem
esquerda do Amazonas, onde irão construir um forte. Em 1631,
unia expedição comandada por Jácome Raimundo de Noronha, destrói
este forte e os ingleses que o guarneciam são trazidos
prisioneiros para Belém. Foi esta a última tentativa dos
ingleses para se manterem no Amazonas.
Estava finalmente conquistado o Baixo Amazonas!
Novas aventuras se seguiriam!
http://www.cm-cantanhede.pt/portal/biblioteca/personagens_pt.asp
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