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O Forte
São José da Ponta Grossa foi o palco da desmoralização do
sistema de defesa português. Sua história trágica, entretanto,
em nada embaça sua beleza e a de seu entorno, e assim ele é um
dos pontos turísticos mais apreciados da Ilha de Santa Catarina.
Vamos fazer uma viagem no tempo para conhecer melhor esta
história.
Nos séculos XVI e XVII, Portugal e Espanha disputavam a
hegemonia territorial no Sul da América do Sul. Em 1680, os
portugueses fundaram a Colônia de Sacramento, na foz do Rio da
Prata (Uruguai), lugar estratégico para controlar o comércio de
ouro, prata e gado com o interior do Continente.
Os espanhóis consideraram o fato uma invasão dos limites
impostos pelo Tratado de Tordesilhas, que dividia entre os dois
países as terras "desconhecidas" do novo Mundo. Reagiram
retomando Colônia, que só foi restituída em 1683, através de
acordos diplomáticos. Em 1705, a Espanha tomou a cidade
novamente, devolvendo-a por acordo, em 1715.
Mas as batalhas continuavam, e os lusitanos precisavam de uma
estratégia que lhes desse segurança no Sul das novas terras. A
partir daí, começou o processo de Fortificação, que mereceu
atenção especial na Ilha de Santa Catarina, por causa de sua
posição estratégica no Sul do Brasil e de suas baías,
verdadeiros portos naturais.
Em 1739, o Brigadeiro José da Silva Paes (que hoje é nome rua em
São José e Florianópolis) aportou em Nossa Senhora do Desterro
(como já foi chamada Florianópolis) para organizar o sistema
defensivo. A estratégia adotada foi a construção de um
“triângulo de fogos” para proteger a entrada da Baía Norte.
Os pontos escolhidos foram o morro da Ponta Grossa (bem à
esquerda de Jurerê Internacional, onde hoje fica o Forte São
José da Ponta Grossa), a Ilha de Anhatomirim (sede da Fortaleza
de Santa Cruz) e a Ilha de Ratones Grande (local da construção
da Fortaleza de Santo Antônio).
Na entrada da Baía Sul – mais estreita e de mar agitado–, foi
construída a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição, na Ilha de
Araçatuba. A ocupação humana da região foi outra tática
utilizada, com o incentivo de imigrantes da Ilha de Açores a
partir de 1748.
Uma segunda etapa de fortificação aconteceu a partir de 1760, e
a região chegou a ter 11 fortes de vários tamanhos.
Para a tristeza dos portugueses, o Forte São José da Ponta
Grossa foi o palco da desmoralização desse sistemade defesa, que
não foi suficiente para impedir a invasão espanhola em fevereiro
de 1777, quando uma esquadra de 100 navios e 12 mil homens,
comandada por Dom Pedro Cevallos, fez uma manobra que
surpreendeu os portugueses.
Os espanhóis desembarcaram na praia de Canasvieiras e atacaram o
Forte São José por terra, rendendo os soldados de Portugal
rapidamente. Somente após o Tratado de Santo Idelfonso, um ano
depois, é que a Ilha foi devolvida.
Depois disso, o sistema defensivo ficou desacreditado. Além da
invasão do Forte São José, uma das causas desse descrédito era a
distância entre os três fortes do “triângulo de fogos”.
Segundo os críticos da época, os navios inimigos poderiam passar
no meio da baía, sem serem atingidos, pois muitos dos canhões
colocados nas fortalezas já tinham mais de 200 anos, quando eles
foram construídos.
Hoje, a teoria mais difundida, no entanto, exime um pouco os
portugueses de sua culpa, pois afirma que a topografia e
condições geográficas da Ilha a tornavam praticamente
indefensável.
De qualquer forma, a situação fez com que os fortes ficassem
abandonados por décadas, decompondo-se aos poucos pela ação do
tempo e pelos saques. Alguns desapareceram sem deixar vestígios,
como a de Nossa Senhora da Conceição da Lagoa, o Forte de São
Luiz e o de São Francisco Xavier. Outros passaram por um
paciente trabalho de restauração e, hoje, recebem milhares de
turistas, como é o caso do Forte São José.
A planta do Forte de São José é composta por três terraplenos
sucessivos, ligados entre si por rampas. Depois da invasão
espanhola, ficou praticamente abandonado. No final do século
passado, os jornais já denunciavam o roubo de pedras de sua
estrutura para construção de casas. Em 1938, quando foi tombado
pelo Sphan (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional), só restavam ruínas.
A restauração – que contou com o apoio do Grupo Habitasul –
começou nas últimas duas décadas, e o Forte foi recuperado de
acordo com suas características originais.
Na temporada de verão de 2000, foi visitado por mais de 35 mil
pessoas. Em uma das salas funciona uma oficina de rendas de
bilro, onde pessoas da comunidade fazem e comercializam o
artesanato. Em 1995, foi inaugurada uma exposição arqueológica
com utensílios de cozinha encontrados seis anos antes pela
equipe do Museu da Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC).
A área está sob jurisdição do Exército e é
administrada pela UFSC.
Para chegar lá, deve-se ir até o final do Jurerê Internacional
(na sede de praia do Clube 12 de Agosto) e dobrar à esquerda. Há
um pequeno trecho de estrada de chão.
O Forte São José da Ponta Grossa é administrado pelo
Departamento de Extensão da UFSC. Para manter o projeto de
estudos e recuperação, é cobrada uma taxa de visitação de R$
4,00 (estudante com comprovante do colégio ou carteirinha paga
R$ 2,00). (Valores sujeitos a alteração – apenas para sua
orientação.)
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