EUROPA
PORTUGAL
AFRICA
NORTE DE AFRICA
AFRICA
OCIDENTAL
ÁFRICA ORIENTAL E G. PÉRSICO
AMÉRICA
fortificações brasileiras
A Região da Cisplatina
ÁSIA
ORIENTE
EXTREMO ORIENTE
OCEANIA
AUSTRALIA
BATALHAS
APENDICE
ALDEIAS
FOTOS
MAPAS
TEMPLÁRIOS
MONUMENTOS NACIONAIS
GLOSSÁRIO
FORTES E FORTALEZAS
S. João Baptista
S.Neutel
Forte de Crismina
S.Francisco
Forte de Santa Catarina
Fortaleza Ponta da Bandeira
Torre da Medronheira
Fortaleza de Nossa Senhora da Luz
Portugal no mundo:
FORTES E FORTALEZAS
CASTELOS DO MUNDO
BRASIL
THE LIBRARY OF IBERIAN
RESOURCES ONLINE
A SOCIETY ORGANIZED FOR WAR

MY CASTLE WEB RING
|
O uruguai português
Foram os lusitanos que criaram esta cidade. Ela parece
muito com nossa Paraty. Mas tem preços mais acessíveis
Todo mundo sabe que ir a Buenos Aires se tornou ótimo negócio.
Desde que a Argentina mergulhou no período mais agudo de sua
crise econômica - e lá se vão mais de três anos -, visitar sua
capital ficou bem mais barato. Com preços tão atraentes, há quem
se tenha habituado a, de tempos em tempos, dar uma escapadinha
até lá. Tango, carne na brasa, boas compras... La Boca, La
Recoleta, Puerto Madero... A gente sempre encontra bons motivos
para ir a Buenos Aires. Pois aqui vai mais um: Colônia do
Sacramento.
Você já ouviu falar desse lugar? Pois saiba que se trata de uma
encantadora cidadezinha colonial à margem do Rio da Prata. Não
fica na Argentina. Fica no Uruguai, na outra margem do rio. Mas,
não se inquiete: Colônia está a somente 50 quilômetros de Buenos
Aires. De tão próxima, virou programa de fim de semana dos
portenhos. Pouco a pouco, também vai sendo descoberta pelos
brasileiros. É bem verdade que a maioria dos visitantes passa
apenas um dia em Colônia. Zarpa-se de ferry pela manhã, chega-se
à cidade para o almoço e se retorna a Buenos Aires ainda antes
do anoitecer. Mas quem embarca nesse esquema de day-trip acaba
sempre se lamentando na hora de ir embora. Acredite: Colônia do
Sacramento merece mais que somente um dia de visita. Seu Centro
Histórico, declarado Patrimônio da Humanidade, guarda segredos
deliciosos. Melhor: os preços são muito acessíveis. Se tempo não
for seu problema, reserve dois ou três dias.
Quem já esteve em Paraty, no Rio de Janeiro, notará as
semelhanças. Em Colônia, as ruas também têm calçamento de pedra
(mulheres, esqueçam o salto alto!). Além disso, as casas e os
casarões seguem, da mesma maneira, o mais genuíno estilo de
arquitetura colonial lusitana. É bonito ver as antigas
luminárias lançando romântica luz amarela sobre as vielas
estreitas quando cai a noite. O leitor mais atento deve estar
achando que existe algo de errado na descrição. Afinal, Colônia
do Sacramento não fica no Uruguai, uma país de colonização
espanhola? Quanto a Paraty, não foi ela obra de colonizadores
portugueses? Essas perguntas levam você até a história muito
peculiar de Colônia.
Embora esteja à beira do Rio da Prata - um lugar estratégico
para os interesses da Coroa Espanhola nos tempos de conquista da
América -, Colônia foi fundada por portugueses. Seu fundador,
aliás, não foi qualquer português, embora também se chamasse
Manoel. À época, 1680, Manoel Lobo era governador do Rio de
Janeiro. Tinha a missão de atrapalhar a vida dos espanhóis, que
até então dominavam a lucrativa economia da região sem ser
incomodados. Ao criar um "entreposto" de bens contrabandeados em
frente a Buenos Aires, Lobo atingiu em cheio seu objetivo. Os
espanhóis ficaram tão preocupados com a ousadia portuguesa que
resolveram fundar outra cidade nas proximidades. Por causa de
Colônia, nasceu Montevidéu - hoje a capital do Uruguai. Outro
bom motivo para passar mais que um único dia em Colônia do
Sacramento é seu pôr-do-sol. Sim, durante o entardecer a cidade
fica ainda mais bonita. O Sol tinge ruas e casas de vermelho e
amarelo - uma maravilha. Visitantes e moradores se misturam na
calçada que margeia o Rio da Prata para ver o astro-rei morrer
bem no meio do mar. Casais se abraçam, amigos abrem mais uma
cerveja. Algumas pessoas apenas assistem, outras rabiscam um
pedaço de papel (um poema, talvez?). O calçadão fica lotado.
Ainda assim, você experimenta uma sensação de paz e
tranqüilidade, como em cada canto de Colônia.
Um bom ponto de partida para sua expedição pela cidade é a
Puerta de la Ciudadela, também chamada de Puerta del Campo.
Dizem os historiadores que, na época dos portugueses, atravessar
esse portal era a única forma de entrar em Colônia. Construído
em 1745, com direito a fosso e ponte elevadiça, ele foi todo
restaurado. Agora é a atração principal no único trecho
preservado da muralha que um dia protegeu Colônia do Sacramento
dos invasores.
A rua do
antigo bordel, famosa
Da
Puerta de la Ciudadela, siga até o farol, em atividade desde
1857. É fácil localizá-lo. Basta olhar para cima. O farol
garante as melhores vistas da cidade. Ele foi erguido sobre as
ruínas do Convento de São Francisco, uma das primeiras
construções de Colônia. Entre o portal e o farol, você passará
pela Plaza Mayor (o lugar dos seus sonhos para um bom
piquenique) e também pela fotogênica Calle de los Suspiros. Essa
rua, a mais famosa da cidade, conserva intactas muitas casas
típicas da metade do século 18. Diz a lenda que havia aqui um
concorrido bordel. Conta-se, também, que as moças nas janelas
arrancavam suspiros dos homens que passavam.
Na continuação desse périplo, procure a Plaza de Armas, bem ao
lado da Igreja Matriz. Com bancos de madeira e sombras para lá
de convidativas em um dia de sol forte, a praça foi construída
sobre as fundações de uma antiga - e com certeza - casa
portuguesa. A matriz, erguida em 1680, é a mais antiga igreja
ainda de pé em todo o Uruguai. Não deixe de visitar também o
Bastião do Carmen, uma antiga fortificação que foi parte da
muralha que contornava a cidade. O lugar, que já abrigou até uma
fábrica de sabonetes, hoje é um misto de teatro e centro
cultural.
Apesar de compacto, o Centro Histórico conta com nada menos que
seis museus. Se quiser gastar um dia inteiro com eles em sua
visita a essa preciosidade uruguaia, vá em frente. O acervo de
pelo menos dois deles - o Museu Português e o Museu Espanhol -
compensa. Mas tenha absoluta certeza: o que vale mesmo a pena em
Colônia é simplesmente sair andando pelas ruas, sem horário nem
agenda - e com toda a segurança. Você pode até escolher entre a
salutar caminhada ou o aluguel de uma motoneta. Nas locadoras da
cidade há também bicicletas e carrinhos de golfe, mas as motocas
são a opção mais divertida. À noite, um jantar à luz de velas,
com os bons vinhos da região - prefira os tintos feitos com a
uva Tanat -, é programa quase irresistível. Aproveite para
comemorar. Você acaba de desvendar um dos segredos mais bem
guardados do Uruguai.
|

|