Século XII
Prof. Dr.
Ricardo da Costa (Ufes)
1100 — Batalha de Malagón: D. Raimundo e
D. Henrique juntos no combate. Geraldo, bispo de Braga,
consegue em Roma, junto ao papa Pascoal II, o reconhecimento
da dignidade metropolítica para a sua sé. Nasce o infante
Sancho, filho de Afonso VI de Leão e Castela e da moura
Zaida, nora do rei de Sevilha. O papa Pascoal II nega o
pedido de Afonso VI de Leão e Castela para participar da
Cruzada.
1100-1102 — Antipapa Teodorico, de Santa
Rufina.
1100-1135 — Henrique I, Beauclerc, rei da
Inglaterra.
1101 — Eleição de Diego Gelmírez para o
bispado de Santiago de Compostela (auge do bispado).
1102 — Os almorávidas apoderam-se de
Valência, abandonada por Afonso VI de Leão e Castela.
Antipapa Alberto, sabiniano.
1103 — Batalha de Vatalandi, onde morre
Soeiro Fromarigues, senhor de Grijó. Geraldo, bispo de
Braga, consegue em Roma, junto ao papa Pascoal II, a
enumeração das seguintes dioceses sufragâneas: Astorga,
Mondoñedo, Orense e Tui (na Galiza), e Porto, Coimbra,
Lamego e Viseu (em Portugal). O conde D. Henrique põe-se a
caminho de Jerusalém (não chegou a realizá-la). O conde D.
Henrique em Sahagún.
1104 — (Fevereiro, março maio e setembro)
O conde D. Henrique em Castela. Afonso VI de Leão e Castela
passa a considerar o infante Sancho seu herdeiro. Morte de
Pedro I, 3o. rei de Aragão.
1104-1108 — Peregrinação de Maurício
Burdino, diácono de Coimbra, a Jerusalém.
1104-1134 — Reinado de Afonso I, o
Batalhador, de Navarra e (4o.) Aragão.
1105 — O conde D. Henrique em Santo
Isidro de Las Dueñas e Burgos. Pacto entre D. Henrique
(casado com D. Teresa) e D. Raimundo (casado com Urraca)
sobre a sucessão do reino de Leão e Castela, na presença do
legado cluniacense Dalmácio Geret: Henrique reconhece
Raimundo como legítimo herdeiro dos reinos de Leão, Castela
e Galiza, colocando-se como seu vassalo. Nasce Afonso
Raimundes, filho de Raimundo e Urraca.
1105-1111 — Antipapa Silvestre IV,
romano.
1105-1125 — Período de anarquia devido à
luta pela sucessão do reino de Leão e Castela: processo de
feudalização.
1106 — Afonso VI de Leão e Castela cai
doente. Nascimento de Afonso VII, o Imperador (filho de
Urraca, neto de Afonso VI de Leão e Castela).
1106-1108 — O conde D. Henrique em
Portugal.
1106-1125 — Henrique V, rei alemão.
1107 — Morte do conde D. Raimundo (de
Borgonha). Morte do (1o.) sultão almorávida, Yusuf ibn
Teshonfin.
1107-1144 — Sultanato almorávida (2o.) de
Ali ibn Yusuf.
1108 — Batalha de Uclés: morte do filho
único de Afonso VI de Leão e Castela (o infante D. Sancho)
em derrota diante os mouros. Afonso VI manda reunir cortes
em Toledo para decidir a sucessão do trono. Morte de São
Geraldo. Maurício Burdino o sucede na arquidiocese de Braga.
Peregrinação do clérigo bracarense Honoricus a Jerusalém.
1109 — Morte de Afonso VI de Leão e
Castela em Toledo. Morte do abade Hugo de Cluny, partidário
do conde D. Henrique. (?) O conde D. Henrique toma o castelo
de Sintra. O papa Pascoal II exorta o clero português que
anime o povo a continuar a guerra contra os mouros. O
príncipe norueguês Sirgud diz, a respeito de Lisboa, que sua
população é "meio cristã, meio pagã".
1109-1114 — União fugaz entre
Leão-Castela e Aragão: matrimônio de Urraca e Afonso I, o
Batalhador, de Navarra e Aragão.
1109-1126 — Reinado (4o.) de Urraca, de
Leão e Castela (filha de Afonso VI).
1110 — (Janeiro) Batalha de Valtierra: D.
Henrique participa a serviço de Afonso I, o Batalhador, de
Navarra e Aragão, e Urraca contra o rei de Saragoça.
(Outubro) Batalha de Candespina: D. Henrique luta com o rei
de Aragão contra as tropas da rainha Urraca.
(Novembro) D. Henrique passa para o lado de Urraca e cerca o
marido desta (Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão)
em Peñafiel. O papa Pascoal II exorta novamente o clero
português a incentivar o povo a continuar a guerra contra os
mouros.
1111 — Os almorávidas, sob o comando de
Sir ben Abu Bakr, apoderam-se de Santarém e Saragoça.
Rebelião dos habitantes de Coimbra contra delegados do conde
D. Henrique: foral da cidade. Martinho Moniz se rebela
contra D. Henrique. Forais de Sátão, Soure, Tavares e
Azurara da Beira que reproduzem o modelo de Coimbra.
1111-1112 — O conde D. Henrique em Leão e
Coimbra, onde pacifica a cidade.
1111-1127 — Guerras entre Afonso I, o
Batalhador, de Navarra e Aragão e seu genro Afonso VII, o
Imperador, de Castela (1126-1157).
1112 — O conde D. Henrique em Astorga,
onde morre. D. Teresa regente. Restauração do bispado de
Portucale. Hugo de Compostela é nomeado para a diocese do
Porto. Foral de Tavares concedido por D. Henrique.
1113 — Bula do papa Pascoal II (de
Ravena, 1099-1118): o hospital de Jerusalém torna-se uma
ordem religiosa subordinada apenas ao papa. O legado papal
Pôncio de Cluny chega à Hispânia e excomunga todos os que
apoiavam a união dos soberanos de Leão e Castela.
1114 — Os almorávidas avançam até
Barcelona. Bula papal que separa Afonso I, o Batalhador, de
Navarra e Aragão de Urraca. Sagração episcopal do bispo de
Lugo, sufragâneo de Braga.
1115 — Tomada de Toledo pelos cristãos.
1116 — Primeira menção conhecida de uma
feira na Península: a de Belorado. Os mouros tomam Miranda
do Corvo e o castelo de Santa Eulália.
1117 — Raimundo Berengário III, conde de
Barcelona, unifica o espaço político catalão. Os mouros
incendiam os arrebaldes de Coimbra: morte de centenas de
cristãos. Urraca, rainha de Leão e Castela, assina um acordo
com os representantes de Afonso Henriques, reconhecendo sua
autoridade sobre Galiza e Toledo, reservando para si o
governo de Leão e o resto de Castela.
1118 — Afonso I, o Batalhador, rei de
Navarra e Aragão, toma Saragoça, que se torna a capital do
reino aragonês. Em Jerusalém, fundação da Ordem do Templo.
Tomada da cidade de Alcalá de Henares.
1118-1119 — Papado de Gelásio II,
gaetano.
1118-1121 — Antipapa Gregório VIII,
francês.
1119-1124 — É eleito papa o arcebispo de
Vienne com o nome de Calixto II, tio paterno de D. Afonso
Raimundo, o jovem rei de Galiza: papado de Calixto II,
borgonhês.
1120 — Na Palestina, Raymund du Puy
organiza a Ordem do Hospital como uma ordem religiosa e
militar.
(17/02) Bula papal que atribui a Diego Gelmírez, arcebispo
de Santiago de Compostela, direitos metropolíticos sobre
Mérida (ainda sob o jugo muçulmano), com dioceses
sufragâneas de Coimbra e Salamanca.
(18/02) O arcebispo de Santiago de Compostela Diego Gelmírez
é nomeado legado da Sé Apostólica sobre as províncias
eclesiásticas de Braga e Mérida. A rainha de Leão e Castela
Urraca invade Portugal e saqueia todo o território: D.
Teresa refugia-se no castelo de Lanhoso, sujeitando-se à
irmã.
1121 — O arcebispo de Braga consegue do
papa os direitos metropolíticos sobre as dioceses de Viseu,
Lamego e Idanha, todas pertencentes outrora à província de
Mérida, portanto sufragâneas de Santiago de Compostela.
Casamento de Urraca Henriques, filha de D. Teresa, com
Bermundo Peres (da família dos Travas).
1122 — Bula papal ordenando a D. Teresa a
libertação do arcebispo de Braga. Concordata de Worms: fim
de uma fase da luta das Investiduras. Peregrinação de Petrus
Gunsalviz a Jerusalém.
1124 — Morte do arcebispo Bernardo.
Afonso VII arma-se cavaleiro em Santiago de Compostela.
Antipapa Celestino II, romano.
1124-1130 — Papado de Honório II, de
Imola.
1125 — Fundação da feira de Ponte de
Lima. Começam em Toledo as grandes traduções do árabe para o
latim. (?) D. Afonso Henriques arma-se cavaleiro em São
Salvador de Zamora no dia de Pentecostes.
1125-1126 — Afonso I, o Batalhador, rei
de Navarra e Aragão, realiza uma expedição a Andaluzia,
trazendo em seu regresso a Aragão um importante contingente
de moçárabes. Nascimento em Córdova de Maimônides
(1126-1198), médico e filósofo judeu.
1125-1137 — Lotário I, rei alemão.
1126 — Morte de Urraca, rainha de Leão e
Castela. Ali ben Yusuf deporta milhares de moçárabes para a
África, sob o pretexto de haverem colaborado com Afonso I de
Aragão.
1126-1157 — Reinado de Afonso VII, o
Imperador, de Leão e Castela.
1126-1152 — Episcopado de Raimundo em
Toledo.
1126-1198 — Vida do filósofo hispânico
Averróis.
1127 — Acordo de Zamora entre Afonso VII
de Leão e Castela, D. Teresa e Fernão Peres. Ação militar de
Afonso VII de Leão e Castela contra o rei de Aragão: acordo
no vale de Tâmara. Afonso VII de Leão e Castela submete
pela força sua tia D. Teresa, que se recusava a prestar-lhe
vassalagem. Cerco de Guimarães: expedição militar de Afonso
VII de Leão e Castela a Portugal, resistência de D. Afonso
Henriques. Primeiro foral de Satão.
1128 — Batalha de S. Mamede: D. Afonso
Henriques vence sua mãe D. Teresa e os nobres partidários da
ligação com a Galícia e passa a governar com o título de rei
(D. Afonso I): infante e príncipe (1128-1139).
(?) D. Teresa doa a primeira casa conventual dos
hospitalários em Portugal, o mosteiro de Leça do Bailio.
Raimundo Bernardo, cavaleiro templário, dirige-se à
Península para reunir dinheiro e alistar membros para a
Ordem. Em março, se encontra na corte portuguesa.
(19.03) A Ordem do Templo se instala em Portugal: D. Teresa
doa à ordem o castelo do Soure, no rio Mondego e todas as
terras entre Coimbra e Leiria, as quais estavam despovoadas
e ainda em poder dos infiéis (confirmado em 29 do mesmo
mês). O co-regente conde Fernando e dezesseis nobres
portugueses, apoiam a doação do lugar de Fontacarda de D.
Teresa aos templários. Concílio de Troyes estabelece a
regra da Ordem do Templo. Morte do conde Pedro Froilaz,
tutor de Afonso VII de Leão e Castela. Foral de Guimarães
confirmado por D. Afonso Henriques.
1128-1137 — Afonso I de Portugal em
rebelião aberta contra Afonso VII, de Leão e Castela.
1129 — Doação de Afonso I de Portugal a
Monio Rodrigues (documento onde afirma a posse de todas as
cidades de Portugal). (?) Afonso I de Portugal entrega o
castelo de Soure aos templários, confirma a doação do
castelo do Soure e se declara "irmão templário". Lourenço
Viegas de Ribadouro, filho de Egas Moniz, primeiro
alferes-mor do palácio luso.
1130 — Morte de D. Teresa, a condessa
portucalense destronada.
1130-1143 — Papado de Inocêncio II,
romano.
1130-1138 — Antipapa Anacleto II, romano.
1130-1284 — Atividade da "Escola de
Tradutores" de Toledo.
1130-1136 — Fernão Cativo, segundo
alferes-mor do palácio luso.
1131 — Afonso I de Portugal abandona
Guimarães, antiga residência dos condes de Portucale, para
fazer de Coimbra o centro de suas deslocações através de
seus domínios.
1131-1162 — Raimundo Berengário IV, conde
de Barcelona.
1132 — Fundação do mosteiro de Santa Cruz
de Coimbra por D. Telo, arcediago da Sé Catedral.
Anteriormente a essa data, os cavaleiros hospitalários, sob
a chefia do vigário da ordem, Paio Galindes, se estabelece
em Portugal, adquirindo bens imóveis (documento de Santa
Cruz de Coimbra).
1132-1142 — Traduções de João de Sevilha.
1133 — São Teotônio, prior da comunidade
de Santa Cruz de Coimbra.
1134 — Morte de Afonso I, o Batalhador,
de Navarra e Aragão: restauração do reino de Navarra. Em seu
testamento, Afonso I, o Batalhador, que não deixou
herdeiros, doou seu reino às ordens do Templo e do Hospital.
Concílio de Tarragona, em Aragão: nenhum sarraceno pode
abraçar o judaísmo e nenhum judeu pode tornar-se sarraceno.
Os Regrantes introduzem a regra de Santo Agostinho em
mosteiros antigos no norte do país. Afonso I de Portugal
concede albergaria a Marão, com o intuito de repovoamento e
confia sua proteção à Santa Sé.
1134-1137 — Reinado (5o.) de Ramiro II, o
Monge, de Aragão (irmão de Afonso I, o Batalhador, de
Navarra e Aragão).
1134-1150 — Reinado (9o.) de Garcia
Ramirez IV, de Navarra.
1135 — Nascimento em Córdova de
Maimônides (1135-1204), médico, teólogo e filósofo judeu.
Coroação de Afonso VII, rei de Castela, em Burgos, como
imperador. Construção do castelo de Leiria por Afonso I de
Portugal. Morte de Ermígio Moniz, irmão de Egas Moniz e
provável chefe da linhagem de Ribadouro. Isenção canônica
dos cônegos regrantes de Coimbra.
1135-1154 — Estêvão de Blois, rei da
Inglaterra.
1136 — Foral de Miranda do Corvo. Foral
de Seia. Afonso I de Portugal concede albergaria a Gavieiras
e confia sua proteção à Santa Sé.
1136-1146 — Egas Moniz de Ribadouro,
magnate portucalense, segundo como dapifer curiae,
espécie de mordomo-mor da corte de Afonso I de Portugal.
1137 — Tratado de Tui, para a paz entre
portugueses e leoneses. Morte de Ramiro II, o Monge, 5o. rei
de Aragão. Constituição da coroa de Aragão: matrimônio de
Raimundo Berengário IV de Barcelona e Petronila, filha de
Ramiro II, o Monge, de Aragão. Assim, o condado de Barcelona
é unido ao reino de Aragão. Foral de Penela.
(?) Um exército português é exterminado perto de Tomar.
1137-1139 — Foral da pequena comunidade
rural de Ansiães concedido por Afonso I de Portugal.
1137-1162 — Reinado (6o.) de Petronila,
de Aragão.
1138 — Antipapa Vítor IV (atuou apenas
dois meses).
1138-1141 — Garcia Mendes de Sousa,
provavelmente irmão mais novo do mordomo-mor Gonçalo de
Sousa, terceiro alferes-mor do palácio luso.
1138-1152 — Conrado III, rei alemão.
1139 — (?) Batalha de Ourique: vitória de
Afonso I de Portugal sobre os muçulmanos; começa a utilizar
o título de rei: 1139-1185. Bula papal Omne datum optimum
estabelece os privilégios da Ordem do Templo. Segundo foral
de Satão, concedido por Afonso I de Portugal. Isenção
canônica do mosteiro canonical de Grijó.
1140 — Afonso I de Portugal invade a
Galícia e reconquista Santarém. Santarém já possui uma
comunidade judaica com sinagoga (a mais antiga de Portugal).
Cistercienses e premonstanenses estabelecem seus primeiros
monastérios na Península.
(?) Os mouros arrasam o castelo de Leiria.
(?) Presença de Afonso I de Portugal em Valdevez. Afonso I
de Portugal concede carta de couto aos cavaleiros
hospitalários, comprovando a posse de Leça do Bailio com
seus bens e couto. Auge da carreira de Ibn Jachia, judeu
favorito de Afonso I de Portugal, mordomo real e
cavaleiro-mor.
1140-1217 — Oito frotas de cruzados do
Mar do Norte ou do Canal da Mancha são retidas pelos
portugueses e convencidas a guerrear os mouros na Península.
1142 — Afonso I de Portugal manda
construir o castelo Germanelo, junto ao Rabaçal, além (?)
dos castelos de Alvorge e Ancião. Segundo o primeiro foral
de Leiria, Afonso I de Portugal recupera o castelo de
Leiria.
(?) Uma considerável armada de cruzados devasta os arredores
de Lisboa.
1142-1144 — Foral de Germanelo concedido
por Afonso I de Portugal.
1142-1145 — Álvaro Peres, provavelmente
irmão de Fernão Cativo, quarto alferes-mor do palácio luso.
1143 — Intervenção do legado papal Guido
da Vico (cardeal e diácono de São Cosme e Damião). Tratado
de Zamora: Afonso VII, o Imperador, de Castela, reconhece o
novo reino de Portugal. É oficialmente o nascimento do
reino. Afonso I de Portugal coloca o reino sob a proteção
(vassalagem lígia) da Santa Sé. Presença de Afonso I de
Portugal em Zamora. Morre em Marrocos o emir Ali ben Yusuf.
Após demoradas negociações entre Raimundo Berengário IV e
Roberto de Craon (mestre templário), ficou acertado que os
templários ficariam com Monzón e outros lugares de Aragão.
Desde essa data se encontra em Portugal o cavaleiro
templário Hugo de Martônio, que mais tarde recebe o título
de mestre dos templários em Portugal. Sancho I de Portugal
incumbe o mestre do Hospital de fazer chegar às mãos do
papa, por dois cavaleiros que iam à Roma, 504 morabitinos,
em que importavam, à razão de 04 onças, os anos decorridos
desde o Concílio de Latrão III.
1143-1144 — Papado de Celestino II, de
Città di Castello.
1144 — Ataque dos mouros ao castelo de
Soure, de propriedade templária: a ordem é derrotada. Os
discípulos de Ibn Qasi ("muridin", os adeptos) tomam Mértola
e lhe entregam a cidade para governar. Foral de Espinho,
Panoias, no concelho de Mortágua, concedido por Afonso I de
Portugal. Morte do 2o. sultão almorávida, Ali ibn Yusuf.
1144-1145 — Papado de Lúcio II, bolonhês.
1144-1147 — Sultanato almorávida de
Teshoufin ibn Ali.
1145 — Fim da dominação almorávida em
al-Andaluz: segundos reinos de taifas em Mértola, Silves e
Évora. O concelho de Coimbra proíbe seus cidadãos de ir a
Jerusalém para a Segunda Cruzada. Apelação em Coimbra para
seus habitantes auxiliarem os do castelo de Leiria.
Casamento de Afonso I de Portugal com Matilde, filha do
conde Amadeu II de Sabóia e Piemonte. A Ordem do Templo
recebe em Portugal uma região florestal, onde fundarão
Pombal e Redinha.
(Agosto) O arcebispo de Braga, D. João, com o seu cabido, e
com a aprovação e o consentimento de Afonso I de Portugal,
confirmou e de novo concedeu aos templários o hospital que o
arcebispo D. Paio havia fundado e dotado em Braga, para uso
dos pobres e miseráveis.
1145-1153 — Papado de Eugênio III,
pisano.
1146 — Penetração almôada na Península
(os reinos independentes de al-Andaluz são submetidos).
Mendo Fernandes de Bragança, quinto alferes-mor do palácio
luso.
1146-1149 — Segunda Cruzada na Terra
Santa. Cruzada contra os vênedos (rio Elba, Alemanha
Oriental).
1146-1155 — Fernão Peres Cativo, de
origem galega, terceiro mordomo-mor do palácio, um dos mais
fiéis seguidores de Afonso I de Portugal e fundador da casa
de Soverosa.
1147 — Afonso I de Portugal reconquista
(com a ajuda dos cruzados) Lisboa, Santarém e al-Usbuna:
fixação da linha do Tejo: oferece domínios aos cruzados que
quiseram ficar em Portugal. Os templários recebem de Afonso
I de Portugal vastos domínios, juntamente com os direitos
eclesiásticos de Santarém, logo depois da conquista da
cidade, quando foi ajudado por alguns cavaleiros da ordem
(primeira entrada dos templários nos exércitos do rei
português). Tomada de Almería por Afonso VII, o Imperador,
de Castela. Nascimento de Santo Antônio de Lisboa. Fundação
em Portugal da Ordem de Avis. Conquista de Sevilha por
Barraz ben Muhammad al-Masufi, general do califa almôada Abd
al-Mumin. Afonso VII, o Imperador, de Castela, toma o porto
mediterrâneo de Almeria. Morte do 3o. sultão almorávida,
Teshoufin ibn Ali (fim do sultanato almorávida).
1147-1163 — Sultanato almôada de
Abd-el-Moulmin (1o.)
1147-1169 — Pêro Pais da Maia, sexto
alferes-mor do palácio luso.
1148 — Raimundo Berenguer IV de Aragão
reconquista Tortosa. Protestos de Afonso VII, o Imperador,
de Castela, quanto às nomeações eclesiásticas de Afonso I de
Portugal para os bispados de Lisboa (o inglês Gilberto de
Hastings), Viseu Odório e Lamego (o cônego regrante de
Coimbra Mendo). Todos sagrados pelo arcebispo de Braga, que
assim afirma sua independência de Santiago de Compostela e
Toledo: resposta do papa Eugênio III.
1149 — Raimundo Berenguer IV de Aragão
toma Lérida e Fraga.
1150 — Afonso VII, o Imperador, de
Castela, toma Uclés. A partir desta data, os combates
decisivos eram travados, do lado cristão, pelas ordens
militares, e do lado muçulmano, pelos cavaleiros voluntários
dos ribat, que faziam da guerra santa um ato de piedade.
Morte de Garcia Ramirez IV, 9o. rei de Navarra.
1150-1180 — Traduções de Gerardo de
Cremona e de Domingo González.
1150-1194 — Reinado (10.) de Sancho V, o
Sábio, de Navarra.
1151 — Afonso VII, o Imperador, de
Castela põe cerco a Jaén. Tratado de Tudilém entre Afonso
VII, o Imperador, de Castela e Raimundo Berengário IV, de
Aragão, sobre a partilha das terras a conquistar. Ibn Qasi
tenta uma aliança com Afonso I de Portugal; é morto (1152) e
sua cabeça entregue espetada na lança que recebera de
presente de Afonso I de Portugal. O bispo de Lisboa,
Gilberto de Hastings vai à Inglaterra pregar a cruzada e
tentar convencer seus compatriotas a organizarem uma
expedição a Sevilha, esperada por Afonso VII, o Imperador,
de Castela. Foral de Arouce (junto a Lousã) concedido por
Afonso I de Portugal.
(?) Morte de Ibn Jachia, judeu, mordomo real, cavaleiro-mor
e favorito de Afonso I de Portugal.
1152 — Criação da feira de Valladolid.
Foral de Mesão Frio e Banho (junto a São Pedro do Sul)
concedido por Afonso I de Portugal.
1152-1190 — Frederico I Barbaroxa, rei
alemão.
1153 — Primeira menção conhecida de uma
feira em Catalunha: a de Moyá. Fundação em Portugal da
abadia cisterciense de Alcobaça. Afonso I de Portugal chama
os Cistercienses a Alcobaça, dando-lhes enorme território,
onde esta ordem começa a desbravar. Acordo de Sahagún:
Fernando (II) assina um acordo com seu irmão Sancho (III),
no qual reserva para si a posse da zona do Alentejo e
Algarve.
1153-1154 — Papado de Anastácio IV,
romano.
1154 — Foral concedido por Afonso I de
Portugal aos cavaleiros de Sintra. Isenção canônica do
mosteiro canonical de Refojos de Lima. Visita do cardeal
legado Jacinto a Coimbra, Tibães e Tui.
1154-1159 — Papado de Adriano IV, inglês.
1154-1189 — Henrique II Plantageneta, rei
da Inglaterra.
1155 — Bispos portugueses tomam parte no
concílio de Valladolid, no qual o cardeal legado Jacinto
promulga uma expedição contra os mouros e concede
indulgências. Nascimento de Afonso VIII de Castela, filho de
Sancho III de Castela.
1156 — Domínio almôada no sul de
Portugal. Fundação em Castela da Ordem de Alcântara. (?)
Afonso I de Portugal faz mais doações a mestre Gualdim Pais,
o procurador dos templários em Portugal (Foral de Ferreira).
Os templários dão foral a Ferreira de Alves.
1156-1169 — Foral de Barcelos concedido
por Afonso I de Portugal.
1157 — Criação da Ordem religiosa-militar
de Calatrava. Morte de Afonso VII, o Imperador, de Castela
em Fresneda: separação dos reinos de Castela e Leão. O
califa Abd al-Mumin colocou seu filho Abu Yaqub Yusuf como
governador de Sevilha, e este suprimiu por completo a
autonomia dos reinos de taifas. O único a resistir foi o de
Múrcia (até 1172). Os mouros recuperam o porto de Almeria.
1157-1158 — Reinado (1o.) de Sancho III,
de Castela, filho de Afonso VII, o Imperador, de Leão e
Castela.
1157-1167 — D. Gonçalo de Souza,
mordomo-mor.
1157-1188 — Reinado (1o.) de Fernando II
de Leão, filho de Afonso VII, o Imperador.
1158 — (?) Afonso I de Portugal toma
Alcácer do Sal com a ajuda de alguns cruzados. Tratado de
Sahagún entre os filhos de Afonso VII, o Imperador, de Leão
e Castela. Morte de Sancho III, 1o. rei de Castela, filho de
Afonso VII, o Imperador, de Leão e Castela. Afonso I de
Portugal passa aos templários uma carta de liberdade e
imunidade para eles e suas terras, igrejas, homens e
quaisquer possessões que tivessem ou viessem a ter.
1158-1214 — Reinado (2o.) de Afonso VIII,
o Nobre, de Castela, filho de Sancho III de Castela.
1159 — Afonso I de Portugal doa à Ordem
do Templo o castelo de Ceras (ou Cera), algum tempo mais
tarde transferido para Tomar (ver 1160). Os templários ficam
assim encarregados da defesa de Santarém e de Lisboa, além
de desenvolverem intensa atividade colonizadora. Isenção
canônica para os templários em Portugal. Os templários dão
foral à Redinha.
1159-1164 — Antipapa Vítor IV (deveria
chamar-se Vítor V, mas como o anterior Vítor IV atuou apenas
dois meses, resolveu repetir o número IV).
1159-1181 — Papado de Alexandre III,
sienês.
1160 — (?) Fundação da Ordem de Santiago.
Foral de Celeirós concedido por
Afonso I de Portugal. Afonso I de Portugal recebe em Tui o
conde de Barcelona, Raimundo Berenguer IV para negociar com
ele o casamento de seu filho Raimundo com a princesa
Mafalda: política de aproximação entre Portugal e a
Catalunha ou Aragão. Afonso I de Portugal e Fernando II de
Leão encontram-se no mosteiro beneditino de Celanova, na
Galiza, celebrando um acordo que restituía a Fernando II a
cidade de Tui e o respectivo território. Os templários
fundam a primeira igreja, sob a invocação de Santa Maria do
Olival. Lançam também os fundamentos do castelo de Tomar,
sobre um alto e escarpado cerro, na margem direita do rio
Nabão. Também se dá princípio à vila de Tomar.
1160-1190 — Templários e Hospitalários
portugueses colocaram no mercado os rendimentos das suas
enormes propriedades no Norte.
1161 — (?) Repovoamento de Cidade Rodrigo
(antiga Augusto-briga) por Fernando II de Leão. Visita dos
núncios Teodino e Leão em Coimbra, para recolher dinheiro
para a Santa Sé.
1162 — Geraldo sem Pavor toma a cidade de
Beja aos muçulmanos. Afonso I de Portugal exerce atos de
soberania sobre Límia. Peregrinação do conde Gonzalo a
Jerusalém. A vila de Tomar, pertencente aos templários, já
possui um bom número de povoadores; mestre Gualdim dá foral
a ela. Morte de Petronila, 6a. rainha de Aragão. Morte de
Santo Teotônio, primeiro prior do mosteiro de Santa Cruz de
Coimbra.
1162-1196 — Afonso II, conde de
Barcelona, 7o. rei de Aragão (filho de Ramon Berenguer IV).
1163 — Isenção canônica aos mosteiros
cistercienses de Tarouca e Lafões. Gilberto de Hastings,
bispo de Lisboa, vai à França pedir a Luís VII voluntários
para a cruzada na península. Afonso I de Portugal recupera
Toronho e estende sua autoridade a Salamanca. Morte do 1o.
sultão almôada, Abd-el-Moulmin. Canonização de Santo
Antônio. A cidade de Viseu toma-o como padroeiro.
1163-1178 — Sultanato almôada (2o.) de
Yusuf abou Yacoub.
1164 — Isenção canônica para o mosteiro
de Alcobaça. A Ordem de Calatrava é confirmada pelo papa
Alexandre III.
1164-1168 — Antipapa Pascoal III,
cremonense.
1165 — Conquista definitiva de Évora por
Geraldo sem Pavor; toma ainda as cidades de Trujillo, e
Cáceres. Afonso I de Portugal se encontra com Fernando II de
Leão em Pontevedra e selam novo acordo de paz. Afonso I de
Portugal doa aos templários Idanha-a-Velha e Mosanto.
1166 — Foral de Évora. Geraldo sem Pavor
toma os castelos de Montánchez, Serpa e Juromenha; se
instala nesta última, assediando Badajoz. Fernando II de
Leão conquista Alcântara. (?) Afonso I de Portugal manda
edificar o castelo de Coruche. Fernando II de Leão se casa
com Urraca Afonso, filha de Afonso I de Portugal. Entram em
Portugal alguns membros da ordem castelhana de Calatrava,
estabelecendo-se em Évora.
1167 — Fuero de Benavente, concedido por
Fernando II de Leão. (?) Morte de Gonçalo Mendes de Souza,
quarto mordomo-mor do palácio luso. Sucede-lhe o conde Vasco
Sanches de Barbosa.
1168 — (?) Visita Portugal mestre Pedro,
com funções de coletor da cúria.
1168-1178 — Antipapa Calisto III,
arentino.
1169 — Desastre de Afonso I de Portugal e
Geraldo sem Pavor em Badajoz: Fernando II de Leão, aliado
dos almôadas, aprisiona o rei de Portugal (o solta em
seguida). Foral ao concelho de Linhares concedido por Afonso
I de Portugal. Pêro Pais da Maia, sexto alferes-mor do
palácio luso, incompatibilizado com Afonso I de Portugal,
passa ao reino de Leão, onde Fernando II lhe confia o mesmo
cargo na sua corte. Afonso I de Portugal faz uma doação à
catedral de Tui. Afonso I de Portugal, em Lafões, doa aos
templários a terça parte de tudo o que conquistasse no
Alentejo. O príncipe D. Sancho de Portugal passa a orientar
a política portuguesa.
1169-1175 — Foral de São João da
Pesqueira concedido por Afonso I de Portugal.
1170 — Fernando II de Leão funda a Ordem
de Santiago da Espada (de Cáceres, de Uclés, ou de
Santiago). As ordens de Calatrava e Santiago se instalam em
Portugal. Sayyid Abu Hafs, irmão do califa em Marrocos,
comanda um poderoso exército e chega a Badajoz; retirada de
Fernando II de Leão. Afonso I de Portugal arma cavaleiro seu
filho Sancho (I), de 17 anos, no dia da festa da Assunção de
Nossa Senhora. Os cavaleiros templários, que já fazem há
mais de vinte anos a defesa de Lisboa, são reforçados para
lá do Tejo pela ordem de Évora, e na Beira interior, pelos
de Santiago. Os templários dão foral aos povoadores do
castelo de Almourol.
1170-1231 — Dominação almôada em
al-Andaluz.
1172 — Começa a construção da catedral de
Ávila. Construção do minarete da mesquita de Sevilha, "La
Giralda". Morte de Ibn Mardanish, o "rei Lobo" de Múrcia,
último a resistir ao avanço almôada. Seu filho decide
submeter-se ao califa Abu Yaqub.
(?) Geraldo sem Pavor ataca e pilha Beja. Afonso I de
Portugal entrega o castelo de Mosanto (dos templários) à
Ordem de Santiago, além da vila de Arruda.
1173 — Beja é abandonada. Acordo de
Sevilha: o conde Nuno de Lara (tutor do pequeno rei Afonso
VIII, filho de Sancho III) e Afonso I de Portugal pedem uma
trégua de cinco anos a Yusuf I. Geraldo sem Pavor passa a
servir o califa e se instala em Sevilha (até 1176). Visita
do cardeal Jacinto a Portugal.
1174 — Casamento de Sancho I, filho de
Afonso I de Portugal, com D. Dulce, filha de Raimundo
Berenguer IV, rei de Aragão. Fernando II de Leão tem de
suportar o ataque de Abu Hafs, um dos chefes, de Abu Yaqub
Yusuf. Este toma as fortalezas de Alcântara e de Cáceres;
cerca ainda a Cidade Rodrigo, que conseguiu resistir. Afonso
I de Portugal concede carta de couto ao mosteiro
cisterciense de Santa Maria de Aguiar. O foral da vila de
Tomar (ver 1162), dos templários, é ampliado. Os templários
dão foral aos povoadores do castelo do Zezêre.
1174-1175 — Yusuf I manda repovoar Beja e
reconstruir suas muralhas.
1175 — (?) Afonso I de Portugal funda a
Ordem de Évora, milícia portuguesa, e entrega seu comando ao
governador militar de Lisboa e da Estremadura, Gonçalo
Viegas de Lanhoso. Fernando II de Leão, pressionado pela
Santa Sé, separa-se de sua esposa Urraca Afonso, filha de
Afonso I de Portuga e irmã de Sancho.
1176 — Afonso I de Portugal confia a
defesa de Coruche à Ordem de Évora. Os templários dão foral
aos povoadores da terra e castelo de Pombal.
1177 — Tomada de Cuenca pelos
castelhanos. Estatutos da Ordem de Santiago. Fernando II de
Leão organiza uma expedição de contra-ataque aos almôadas,
chegando até Jerez e Arcos de la Frontera. O arcebispo de
Braga Godinus e Marchus vão até Roma, talvez tenha ido à
Terra Santa.
1178 — Fernando II de Leão repele um
ataque de seu sobrinho Afonso VIII de Castela em Terra de
Campos. Sancho I de Portugal organiza uma expedição em
território muçulmano, alcançando e destruindo os arredores
de Sevilha, na margem direita do Guadalquivir. Morte do 2o.
sultão almôada, Yusuf abou Yacoub.
1178-1199 — Sultanato almôada (3o.) de
Yacoub ibn Yousouf.
1179 — Reconhecimento da independência de
Portugal pelo papa Alexandre III (bula Manifestis probatum):
Afonso I de Portugal quadruplicou o censo que pagava à cúria
romana, pagando de uma só vez 1.000 peças de ouro. Forais de
Lisboa, Santarém, Évora e Coimbra: estímulo das atividades
comerciais e artesanais. Tratado de Cazorla entre Afonso
VIII, o Nobre, de Castela e Afonso II de Aragão (repartição
de terras a conquistar em território muçulmano, excluindo
qualquer vassalagem entre eles): Afonso VIII, o Nobre, de
Castela, renuncia assim a qualquer pretensão de supremacia
sobre Aragão. D. Afonso I de Portugal dispõe em seu
testamento de "8.000 mosmodiz e 400 marcos de prata menos
24, pelo que dá 162 maravedis e 6.000 maravedis maiores" à
Ordem do Hospital. Gonçalo Viegas de Lanhoso, mestre da
Ordem de Évora, é chamado para organizar a defesa da zona de
Lisboa, atacada constantemente por mar. Multiplicação dos
ataques mouros: represálias ao ataque de Sancho I a Sevilha.
Abrantes sofre um ataque conduzido pelo próprio filho do
califa e por seu irmão.
1179-1180 — Antipapa Inocêncio III, de
Sezza.
1180-1190 — A mais intensa produção
literária portuguesa relacionada com o tema de cruzada ou da
guerra santa.
1180 — (aprox.) Fuero de San Sebastián,
concedido por Sancho VI de Navarra. Batalha de Arganal
(perto de Cidade Rodrigo): Sancho I de Portugal (ainda
infante) sofre pesada derrota frente a Afonso VIII, o Nobre,
de Castela (seu tio) em sua ofensiva sobre a região de
Ribacoa. Coruche (pertencente aos cavaleiros de Évora) é
atacada pelos almôadas: seu castelo é destruído e seus
habitantes levados em cativeiro.
1180-1223 — Filipe II Augusto, rei de
França.
1181 — Paz de Medina de Rioseco: Afonso
VIII, o Nobre, de Castela e Sancho I de Portugal. (Maio)
Ataque do váli de Sevilha, Abu Abd Allah Muhammad ben
Wanudin a Évora.
1181-1185 — Papado de Lúcio III, lucano.
1182 — Isenção canônica para o mosteiro
de Santa Maria de Aguiar. (?) Passam a desempenhar as mesmas
funções dos chanceleres-mores, já designados mestres
(formados em Direito ou Teologia), os criados do rei,
provavelmente de origem não-nobre.
1183 — (01.07) Novas hostilidades entre
Sancho I de Portugal e Afonso VIII, o Nobre, de Castela,
entre Fresno e Lavandera (pretensões expansionistas de
Sancho I de Portugal).
1184 — Grande ofensiva fracassada dos
almôadas contra Santarém, onde morre o emir de Marrocos
Yacub Yusuf (a cidade foi defendida por Sancho I de
Portugal). É aclamado emir Yaqub al-Mansur, filho de Yacub
Yusuf.
1185 — Morre D. Afonso I (Henriques) de
Portugal.
1185-1187 — Papado de Urbano III,
milanês.
1185-1211 — Reinado de Sancho I, de
Portugal.
1186 — Sancho I de Portugal doa os
castelos de Almada, Palmela e Alcácer do Sal (que
asseguravam a proteção de Lisboa ao sul) aos cavaleiros de
Santiago (espatários). Sancho I de Portugal concede
privilégios a Gouveia e Covilhã. No dia de São Jorge, nasce
o primeiro filho varão de Sancho I de Portugal: o futuro
Afonso II. Pêro Pais da Maia, sexto alferes-mor do palácio
luso, após servir o rei de Leão, volta à corte portuguesa.
1187 — Sancho I de Portugal conquista
Alvor e Silves. Faz ainda novas e importantes concessões às
ordens militares: aos freires de Évora o castelo de Alcanede
e a vila de Alpedriz, prometendo ainda o castelo de
Juromenha, caso conquistado. Sancho I de Portugal concede
privilégios a Avô, Viseu e Folgosinho e forais a Bragança e
Penarroias. Ainda não existiam judeus em Bragança (que
tornou-se posteriormente um dos maiores centros judaicos em
Portugal). Nascimento do segundo filho varão de Sancho I de
Portugal: Pedro. Sancho I de Portugal recebe convite do papa
Gregório VIII para participar da cruzada. Saladino retoma
Jerusalém aos muçulmanos. Papado de Gregório VIII, de
Benevento.
1187-1191 — Papado de Clemente III,
romano.
1188 — Morte de Fernando II (filho de
Afonso VII, o Imperador, de Leão e Castela), 1o. rei de
Leão. Nascimento das cortes de Leão, as mais antigas da
Península. Sancho I de Portugal concede privilégios a
Valelhas.
(?) Sancho I de Portugal concebe (não realizada) uma
expedição a Jerusalém. Afonso VIII, o Nobre, de Castela,
invade Leão: é derrotado e faz um acordo. Sancho I de
Portugal dita seu (primeiro) testamento.
1188-1230 — Reinado (2o.) de Afonso IX,
de Leão, filho de Fernando II de Leão.
1189 — Chega a Lisboa uma armada de
cruzados da Dinamarca e Frísia: atacam e conquistam o
castelo de Alvor, em frente a Silves. Cerco e tomada de
Silves, mantida até 1191. Sancho I de Portugal expulsa
templários e hospitalários de Silves.
1189-1192 — Terceira Cruzada, com
Frederico Barbaroxa, Ricardo Coração de Leão e Filipe II
Augusto. Conquista de Chipre e reconquista de Acre.
1189-1199 — Ricardo Coração de Leão, rei
da Inglaterra.
1190 — Fuero de Cuenca, concedido por
Afonso VIII, o Nobre, de Castela. Os almôadas, comandado por
Sayyid Yaqub ben Abi Hafs, governador de Sevilha, sitia
Silves, sem conseguir tomá-la. Os almôadas sitiam Évora,
também sem êxito. Os almôadas tomam Torres Novas e sitiam
Tomar, defendida pelos templários (comandados por seu mestre
Gualdim Pais). Forais de Torres Novas e Almada concedidos
por Sancho I de Portugal. Os cruzados alemães (futura Ordem
Teutônica, ver 1197) fundam um hospital na palestina para os
doentes de sua nação.
1190-1191 — Novas ofensivas almôadas, que
atingem o Tejo.
1190-1197 — Henrique VI, rei alemão.
1190-1210 — Crise demográfica em
Portugal.
1191 — (10.07) Os almôadas tomam Alcácer
do Sal, e destroem os castelos de Palmela e Almada
(abandonados pelos cavaleiros espatários). Tomam ainda
Silves. Casamento de Sancho I com sua prima direta Tereza
Sanches (filha de Afonso IX de Leão). Acordo de Huesca:
coligação de Portugal, Leão e Aragão contra Castela. O emir
Yaqub al-Mansur destrói o castelo de Torres Novas.
1191-1198 — Papado de Celestino III,
romano.
1192 — (?) Sentenças de excomunhão e
interdito lançada sobre Portugal e Leão pelo cardeal
Reinério.
1193 — Sancho I de Portugal doa a torre e
paços da alcáçova de Santarém aos cavaleiros da Ordem de
Santiago (espatários).
1194 — Naufrágio de um navio português
que ia para Brughes. Sancho I, de Portugal doa à Ordem do
Hospital de São João de Jerusalém as terras da coroa da
margem direita do Tejo chamada Guidimtesta, permitindo que
se edificasse um castelo, de nome Belver — transformação dos
freires do Hospital em cavaleiros (em Portugal). Fernando
Afonso, filho bastardo de Afonso I de Portugal, se torna
grão-mestre da ordem dos hospitalários. Renuncia no mesmo
ano. Tratado de Tordehumos entre Afonso IX de Leão e Afonso
VIII de Castela. Zamora: Tratado entre Sancho I de Portugal
e Afonso IX de Leão. Ação repovoadora de Sancho I de
Portugal em Marmelar e Pontével (concede-a aos francos).
Morte de Sancho V, o Sábio, 10o. rei de Navarra. Sancho I de
Portugal doa à Ordem de Santiago (espatários) o edifício de
Santos-o-Velho, junto a Lisboa.
1194-1234 — Reinado (11o.) de Sancho VI,
o Forte, de Navarra.
1195 — Derrota de Afonso VIII, o
Imperador, de Castela frente aos almôadas na batalha de
Alarcos, onde este perde a Marca de Espanha (limes
hispanicus, enclave franco situado além Pireneus e governado
a partir de 817 pelo conde de Barcelona). Morrem também o
mestre fundador dos cavaleiros de Évora, Frei Gonçalo Viegas
e Rodrigo Sanches (antigo governador de Silves).
(22/07) Breve do papa Celestino III, concedendo ao prior de
Santa Cruz de Coimbra o direito de dar a cruz a peregrinos e
a quem quisesse combater os pagãos e de impor penitências
públicas. Ação repovoadora de Sancho I de Portugal em Povos.
Sancho I de Portugal concede foral a S. Vicente da Beira e
Penedono.
(15/08) Em Lisboa, nascimento de Fernando de Bulhões (Santo
Antônio).
1196 — Peregrinação de Afonso II de
Aragão a Santiago de Compostela; vai depois a Coimbra com o
intuito de persuadir Sancho I de Portugal a não desencadear
hostilidades. Morte de Afonso II, 7o. rei de Aragão:
sucede-lhe Pedro II.
1196-1213 — Reinado (8o.) de Pedro II de
Aragão (filho de Afonso II de Aragão).
1197 — Povoamento da cidade episcopal da
Guarda. Expedição de cruzados alemães contra Silves. Os
cruzados alemães na Palestina organizam-se à semelhança do
Hospital de São João de Jerusalém: intitularam-se Irmãos da
Casa Alemã, ficando mais conhecidos como Cavaleiros da Ordem
Teutônica. O papa Celestino III concede a Sancho I de
Portugal indulgência de Jerusalém para a luta contra Afonso
IX de Leão, que se aliara aos muçulmanos. Afonso VIII de
Castela dá sua filha Berenguela em casamento a Afonso IX de
Leão.
(?) Sancho I de Portugal confia aos templários as povoações
de Idanha e Açafa (a partir de 1199 chamada Ródão).
1198 — Afonso, filho bastardo de Afonso I
de Portugal, mestre da Ordem dos hospitalários na Hispânia.
Sancho I de Portugal encarrega seu irmão (bastardo) Fernando
Afonso, mestre dos hospitalários na Hispânia, de entregar ao
papa o censo que lhe devia. O papa Inocêncio III ordena a
separação de Afonso IX de Leão e Berenguela. Afonso IX de
Leão lança uma ofensiva na Beira Alta: Batalha de Ervas
Tenras — morrem numerosos membros das mais nobres famílias
portuguesas. Afonso IX de Leão cerca Bragança. Sancho I de
Portugal cerca Cidade Rodrigo: morrem o nobre Nuno Fafes e o
mestre dos templários Lopo Fernandes.
(?) Morte da rainha de Portugal, Dona Dulce, de peste. Morte
de Yacub al-Mansur.
1198-1208 — Filipe da Suábia, rei alemão.
1198-1215 — Otão IV, rei alemão.
1198-1216 — Papado de Inocêncio III, de
Anagni.
1199 — Foral da Guarda. Sancho I de
Portugal atribui aos flamengos várias terras em Montalvo de
Sor. Sancho I de Portugal dá terras a colonos francos em
Sesimbra. Sancho I de Portugal concede foral a Belmonte e
Guarda. Na região galega Sancho I de Portugal manda
construir uma torre em Melgaço, com a ajuda dos monges do
Mosteiro de Longos Vales. Eclipse solar vista em Coimbra e
Lisboa. Morte do 3o. sultão almôada, Yacoub ibn Yousouf.
Nascimento de Fernando III, o Santo, de Castela, filho de
Berenguela e Afonso IX de Castela.
1199-1213 — Sultanato almôada (4o.) de
Mohammed ibn Yacoub.
1199-1216 — João sem Terra, rei da
Inglaterra. |