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ALFABETOS DE ONTEM E DE HOJE
MAPA DE PORTUGAL
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Resumo
A 13 de Setembro de 1437, sem esperar pelos reforços que o
Rei
D. João I planeara enviar, o Infante D. Henrique, com uma força
de apenas 5000 homens, chega em frente a Tânger, onde a frota
comandada pelo seu irmão D. Fernando tinha já ancorado, chegado
igualmente de
Ceuta.
O primeiro assalto geral a Tânger, a 20 de Setembro, foi
infrutífero. A 5, já senhor de reforços vindos de Ceuta, D. Henrique
ordenou novo assalto geral à praça, igualmente repelido com muitas
perdas. No dia 9, todos os montes e vales vizinhos apareceram
repletos de Mouros, chamados em socorro de Tânger pelos reis aliados
de Fez e de Marrocos.
D. Henrique foi aconselhado a retirar mas, já se encontrando
cercado, os Portugueses passavam de sitiantes a sitiados. No
entanto, os Mouros não tentarem por assalto geral apoderar-se do
campo e, ao invés disso, mandaram mensageiros com propostas de
capitulação.
As negociações duraram dois dias. O infante acordava em abandonar o
campo, as armas, os cavalos e a artilharia e comprometia-se a obter
do Rei de Portugal a restituição de Ceuta, a entrega de todos os
prisioneiros e juramento de trégua de cem anos com os reis da
Berbéria; de parte a parte seriam entregues reféns até ao
cumprimento do ajuste, o Infante D. Fernando pelos Portugueses e um
filho de Salat-Ben-Salat pelos Mouros.
A 20, realizado o embarque, a frota viajou para Ceuta, onde o
Infante D. Henrique, sem ânimo de se apresentar no reino após tão
pesada mágoa, entregou o comando dos navios ao Conde de Arraiolos,
deixando-se ficar na praça.
História da Batalha
A 13 de Setembro de 1437, sem esperar pelos reforços que o Rei D.
João I planeara enviar, o Infante D. Henrique, com uma força de
apenas 5000 homens, chega em frente a Tânger. Monta acampamento
longe do mar, onde a frota comandada pelo seu irmão D. Fernando
tinha já ancorado, chegado igualmente de Ceuta.
Tânger, a 50 quilómetros de Ceuta, bem muralhada e guarnecida,
assentava ao fundo da vasta baía, à entrada do estreito, no dorso
dum pequeno monte que o forte castelo dominava. Nos primeiros dias
não houve combate, por se tratar apenas de levantar acampamento e
desembarcar as armas, artilharia e mantimentos.
O primeiro assalto geral a Tânger foi a 20, quando já o governador
Salat-Ben-Salat, antigo governador de Ceuta, pudera aperceber-se
fortemente para a defesa. O assalto foi infrutífero, por as escadas
serem curtas e as portas terem sido fechadas a pedra e cal. Os
Portugueses retiraram, com 20 mortos e cerca de 500 feridos,
correndo sério risco de perder os engenhos de guerra, colocados
muito perto dos muros. Maus começo da batalha.
O infante, logo tratou de mandar vir de Ceuta escadas maiores, duas
grossas
bombardas, pedras e pólvora; mas a 29, surgiu uma inumerável
multidão de Mouros do deserto, vindos em socorro de Tânger. Apenas
com 1500 lanceiros, 800 besteiros e 2000 peões, o infante D.
Henrique conseguiu pôr em fuga essas hordas ferozes. Mas a 3 de
Outubro, voltaram em maior número e ainda dessa vez foram repelidos.
A 5, já senhor das escadas vindas de Ceuta, D. Henrique ordenou novo
assalto geral à praça, igualmente repelido com muitas perdas.
Apesar da evidência dos factos, que aconselhavam a retirar, D.
Henrique, obstinado, preparava novos engenhos para tentar um
terceiro assalto, quando a 9 todos os montes e vales vizinhos
apareceram repletos de Mouros, trazidos em socorro de Tânger pelos
reis aliados de Fez e de Marrocos.
O infante formou logo as suas tropas no acampamento e foi com a
cavalaria postar-se junto às tendas do marechal Vasco Fernandes
Coutinho e capitão-mor do mar D. Álvaro Vaz de Almada, cujas tropas
guardavam os engenhos e a artilharia. Então uma violenta investida
dos defensores da praça fez cair em seu poder a artilharia
portuguesa, e o combate desse dia terminou pela retirada dos
portugueses para as trincheiras do seu acampamento. No dia seguinte
os Mouros repetiram os ataques ao acampamento, mas o desespero da
defesa obrigou-os a desistirem de lá entrarem. Entretanto, porém, os
Mouros do exército de socorro conseguiam ocupar a praia entre o
acampamento e o mar, cortando os portugueses da sua frota. A 13 de
Setembro de 1437, todo o acampamento estava cercado; os portugueses
passavam de sitiantes a sitiados.
Vendo-se em tal aperto, D. Henrique, aconselhado pelos seus
fidalgos, resolve abrir passagem para o mar, durante a noite, à
custa das espadas. A tentativa malogrou-se por traição de um clérigo
que deu o aviso aos Mouros. E daí por diante a falta de água e
víveres no acampamento, o calor tórrido, os repetidos alarmes, os
assaltos, as perdas sofridas, tudo indicava o mais desastroso final
àquele punhado de bravos. Mas as grandes perda infligidas também aos
Mouros instruíam-nos suficientemente sobre o valor português para,
em vez de tentarem por assalto geral apoderar-se do campo, mandarem
mensageiros com propostas de capitulação.
As negociações duraram dois dias. A 16, o infante capitulou nas mais
duras condições: acordava em abandonar o campo, as armas, os cavalos
e a artilharia e comprometia-se a obter do rei de Portugal a
restituição de Ceuta, a entrega de todos os prisioneiros e juramento
de trégua de cem anos com os reis da Berbéria; de parte a parte se
entregariam reféns até ao cumprimento do ajuste - o infante D.
Fernando pelos portugueses e um filho de Salat-Ben-Salat pelos
Mouros.
D. Henrique, humilhado, ainda hesitou em entregar o irmão; por fim,
a pedido do próprio D. Fernando, deixou-o como refém. Mercê de tão
dura capitulação, os portugueses conseguiram embarcar nos botes, não
sem que tivessem de abrir caminho pela praia, porque as ferozes
tribos do deserto, desobedecendo aos chefes, por todos os lados
acometiam os vencidos.
A 20, realizado o embarque, a frota viajou para Ceuta, onde o
infante D. Henrique, sem animo de se apresentar no reino, entregou o
comando dos navios ao Conde de Arraiolos, deixando-se ficar na
praça.
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